Na Maré, ocupação militar custou o dobro dos gastos sociais nos últimos seis anos
Prefeitura investiu R$ 303,63 milhões na área, enquanto presença das tropas federais, em 15 meses, somou R$ 599,6 milhões
Militares na Maré: investimentos do Ministério da Defesa atingiram R$ 599,6 milhões (Fábio Motta/Estadão) |
CARINA BACELAR
Em seis anos, os investimentos em programas sociais da Prefeitura do Rio foram pouco mais da metade dos gastos federais com a ocupação militar do complexo de favelas da Maré (zona norte), que durou 15 meses. Enquanto a atuação da Força de Pacificação – integrada por militares das Forças Armadas – custou R$ 599,6 milhões no período, o município investiu, desde 2009, R$ 303,63 milhões na área, dos quais R$ 69,98 em projetos já implantados.
O próprio Secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, costuma dizer que a solução policial é a “ponta do iceberg” ou a “seta da flecha” e deve ser precedida por projetos sociais em áreas pobres. “O problema da violência urbana não é um problema único e exclusivo da polícia. Nunca se discute as causas da violência, e a polícia trabalha com a consequência. Se ficarmos com esse olhar estreito, míope, de que a polícia vai resolver tudo, esses problemas vão se prolongar por mais um tempo”, disse Beltrame na terça-feira passada, quando os militares deixaram a Maré.
O complexo é o 19º bairro com menor Índice de Desenvolvimento Social (IDS) entre os 160 do Rio, segundo o Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Maré é um dos territórios incluídos no programa Rio Mais Social, parceria da prefeitura com a ONU-Habitat, dedicado a comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A previsão é que o conjunto de favelas receba quatro delas até o fim do primeiro trimestre de 2016. Entre os gastos previstos estão três novas Clínicas da Família e ampliação e construção de unidades educacionais, orçada em R$ 21 milhões. O projeto mais arrojado é o programa Fábrica de Escolas do Amanhã, com investimentos estimados em R$ 236 milhões para a construção de um campus educacional com oito escolas.
Entidades que atuam na região reclamam que a solução que vem sendo dada para a violência na Maré prioriza ações policiais, em detrimento das sociais. Para Eduardo Alves, um dos coordenadores da ONG Observatório de Favelas, “há a hegemonia de uma ação bélica nas soluções” encontradas pelo poder público para o complexo.
“Para a gente, o território de favela é um território de potência. É na favela, nas periferias, que, com pouco investimento, se inventa muita coisa. UPP não deveria ser unidade de polícia, deveria ser unidade de políticas públicas. Você não deveria começar um processo de mudança de um território com uma ação policial, uma ação bélica, uma ação ofensiva”, disse ele.
Para o professor Miguel Borba de Sá, do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio e especialista em estratégias militares, desde a década de 80 do século passado “a única solução dos diferentes governos tem sido mais militarização, mais violência, mais recursos (para a Polícia)”. “É o aumento da militarização em uma região já muito militarizada e conflagrada que vai resolver o problema?”, pergunta.
Já a Força de Pacificação, ao encerrar suas atividades no conjunto de favelas, divulgou uma nota afirmando que a ocupação conseguiu reduzir a taxa anual de homicídios na área de 21,29 mortes por 100 mil habitantes para 5,33 mortes por 100 mil. “As ações das tropas federais foram pautadas pelos princípios da proporcionalidade e uso gradual da força (…) buscando evitar danos colaterais à população local”, diz o texto.
ESTADÃO/montedo.com
4 respostas
Bem típico do Brasil, se gastou tanto PARA ABSOLUTAMENTE NADA, o tráfico continua mandando nas favelas ocupadas e os traficantes ainda debocharam livremente das tropas, o brasilzinho…
Em relação à reportagem veiculada no Programa Fantástico, da Rede Globo, exibido em 28 de junho de 2015, que trata de comercialização de vidros blindados de carros de passeio, o Centro de Comunicação Social do Exército informa o seguinte:
O Exército Brasileiro orgulha-se de ser uma Instituição de Estado, que detém a confiança de sua população e com a qual se identifica pela defesa dos mesmos valores éticos e morais, repudiando veementemente fatos desabonadores praticados por quaisquer cidadãos.
A Força Terrestre já vem investigando supostas irregularidades, em colaboração com o Ministério Público Militar, e não se furtará a abrir novos procedimentos que forem necessários para elucidar todos os fatos. O Exército tem grande interesse no esclarecimento de todos os episódios e sancionará aqueles que venham a ser identificados como responsáveis.
A Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), responsável pela atividade de fiscalização e controle administrativo do material objeto da matéria veiculada, vem atuando no aperfeiçoamento dos processos, definindo novas ações e substituindo agentes administrativos, com a finalidade de dar pronta solução às suspeitas apresentadas na investigação.
Por fim, ressalta-se que o Exército Brasileiro não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada por seus integrantes e reafirma o compromisso de conduzir suas ações pelo estrito cumprimento das normas legais, pela transparência dos seus atos e pela colaboração com outros órgãos para a elucidação dos fatos.
Otávio Santana do Rêgo Barros, General de Brigada, é Chefe do Centro de Comunicação Social do Exército.
Ações inócuas como essa só expõem a tropa ao desgaste da opinião pública pois essa política de enxugar gelo não pretende resolver nenhum problema. A tropa não tem respaldo jurídico e muito menos simpatia da imprensa. Em qualquer incidente ocorrido entre marginais e militares, trata-se de realizar um trabalho de mídia que visa desacreditar a atitude das forças legais e colocar os bandidos como vítimas da ação. Aliás, os soldados portam a máquina de fabricar trabalhadores. Já perceberam que, nas ocupações, você atira em um traficante e acaba matando um trabalhador? Isso mesmo! O projétil do FAL é mágico. Ao perfurar um traficante, voilà, temos um cadáver de trabalhador. E no fogo cruzado temos a população da comunidade, coagida pelo tráfico a reagir negativamente à ocupação pois quando o sino badalar doze vezes e a ocupação terminar, restar-lhes-á somente uma abóbora indigesta. Entretanto, essa mesma população clama por segurança mas na hora de pagar um IPTU, energia elétrica ou abastecimento de água, recorre às benesses do tráfico, tais como todo tipo de ligação clandestina. Da matéria podemos inferir que a ideia do governo federal é desacreditar o governo estadual pois este investiu na área social (prevenção) metade dos recursos que aquele investiu na área de segurança (correção), noves fora o que foi desviado para o bolso de alguém. E como bônus, temos a clara intenção de procurar alguma irregularidade na aplicação dos recursos da pacificação para gerar algum escândalo que tire o foco da operação "rato-a-jato". A solução definitiva passa pela educação. Cada escola, de qualidade, construída isenta o estado de construir dez presídios. Romantismos à parte, a situação do nosso país, hoje, é exatamente a que merecemos, pois nossa irresponsabilidade patriótica, seja se aproveitando dessa bandalheira ou seja se omitindo de dar um basta nisso, é a principal causa de todos os males. E eu me incluo nisso pois nada do que escrevi aqui é novidade mas a maioria fecha os olhos pois não quer perder as migalhas pessoais que julgam ser um tesouro que deve ser preservado ao custo da destruição do país: viva meu umbigo! E os omissos? A culpa deles não é menor que a dos "comissos". Entretanto, há de se pensar que em um país de carneiros, herói tornou-se sinônimo de otário.
Boa tarde.
Eu entendo, que foi uma missão com muito desgaste, gastos e poucos resultados.
As FFAA são para combater o bom combate. nesse caso foi coisa de compadre.
– Primeiro isole a área.
– Segundo, dê 24 Hrs para todos os trabalhadores e sua familias descerem.
– Terceiro, quem ficar é inimigo.
– Quarto: varrer sob fogos os inimigos do povo.
– Quinto: posicionar TODOS os snipes e fogo a vontade a 200 ou 300 metros.
– Sexto: Bota os Cmdos, FE,esse pessoal com o peito cheio de breve, que eles resolvem.
Quando envolver as FFAA, deve-se abrir um batalhão em linha no pé do morro e subir atirando sem peninha. O bandido não tem dó do trabalhador e de sua familia. Que fique bem claro: o pessoal dos direitos humanos só defende bandidos.
Essa missão se encerra em 72 Hrs no máximo.
Não tem essa de cumpade não mermão !!!!
* Tática de um Mat Bel oriundo da Infantaria. Sem mimimi e sem olhar a cor dos olhos do inimigo. Pra quê ????
Fuiiiiiiiiiii !!!!