Mulheres de militares aprendem a viver na floresta

Elas abandonaram família, trabalho e estudo para acompanhar os maridos
A baiana Renata, Edvineia e as demais ‘Jovens Guerreiras’ suavizam a vida militar na Amazônia
A baiana Renata, Edvineia e as demais ‘Jovens Guerreiras’ suavizam a vida militar na Amazônia Foto: Álisson Castro
Álisson Castro . [email protected]
Manaus – Elas são jovens, vêm de diferentes Estados e moram em um dos lugares mais inóspitos do País. O ambiente militar e disciplinado do 5º Pelotão Especial de Fronteira (5º PEF), mais conhecido como ‘Maturacá’, em São Gabriel da Cachoeira, é suavizado pela presença feminina das mulheres dos oficiais militares que vieram acompanhar seus maridos no pelotão localizado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no extremo norte do Amazonas.
Para a mulher do comandante do pelotão, tenente Guerreiro, a baiana Renata Macambira de Guerreiro, sair de uma cidade grande para morar no meio da floresta foi difícil no início.
“Ele (Guerreiro) sempre quis servir na selva, sobretudo em um pelotão de fronteira e eu represento uma série de mulheres que fez o sacrifício de abandonar a faculdade e a perspectiva de uma carreira profissional. É um sacrifício que a gente faz pela família, algo que as pessoas hoje em dia não dão tanto valor assim”, afirmou Renata.
O casal se conheceu no Colégio Militar de Salvador e começou a namorar em 2008, casaram-se no final de 2011. Poucos meses após o casamento, o tenente Guerreiro foi destacado para São Gabriel da Cachoeira, onde o casal morou no 3º PEF, conhecido como São Joaquim, na fronteira entre Brasil e Colômbia, e receberam a notícia da gravidez de Renata. Hoje, o pequeno Gabriel de Guerreiro tem quatro meses de idade e, de acordo com os pais, terá muita história para contar no futuro.
Durante as andanças por Maturacá, chamou atenção da reportagem do Portal D24AM uma jovem de pele clara e com uma cuia de chimarrão na mão. Trata-se da paranaense Edvineia Eliana Gelaski, 23, casada com o sargento Francisco Costa Júnior e que mora com o marido em Maturacá desde fevereiro de 2012.
“Passei quatro anos em Foz do Iguaçu, onde conheci minha esposa e fui contemplado para um batalhão em São Gabriel da Cachoeira. Ao chegar aqui, fui destacado para este pelotão de fronteira. Nós viemos de um centro urbano desenvolvido e foi muito impactante chegar aqui e não dispor de todas as coisas que estávamos acostumados. Só como exemplo, não temos energia 24 horas”, explicou o sargento Costa Neto.
Edvineia revelou ter ficado preocupada com a distância dos pais, que ficaram no Paraná. “Aqui é distante de tudo, e no começo foi difícil para ‘pegar’ amizade com as vizinhas próximas, foi um pouco estranho. Estou aqui por ser guerreira como ele porque se não for guerreira, não aguenta ficar aqui não”, ressaltou a paranaense sempre com o chimarrão na mão.
‘Jovens Guerreiras’
Entre as atividades desenvolvidas pelas mulheres nos cinco Pelotões Especiais de Fronteira, está o projeto ‘Jovens Guerreiras’, em que as esposas dos militares participam de ações sociais voltadas para as comunidades indígenas como distribuição de doações e palestras voltadas para saúde básica.
No 5º PEF, ‘Maturacá’, o projeto é coordenado pela esposa do sargento Josimar, Milexis Josefina Souza Assis, 23, que mora no PEF desde março deste ano.
“É um trabalho voluntário em prol dos indígenas da região do Alto Rio Negro. Recentemente, teve o Dia das Crianças e ela fez a distribuição de brinquedos. Aqui organizamos ainda torneio com o pessoal da comunidade e a distribuição de roupas e calçados”, contou Milexis, que é natural de Boa Vista (RR).
D24am/montedo.com

2 respostas

  1. QUEM SERVE OU JÁ SERVIU NOS RINCÕES DAS FRONTEIRAS DO BRASIL,CONHECE MUITO BEM A FALTA DE APOIO DO ESTADO, CONHECE E MUITO O DESLEIXO COM QUE É TRATADO OS MILITARES DO EXÉRCITO E SUA FAMÍLIA QUANDO SERVE EM ÁREA DE FRONTEIRA ( PRINCIPALMENTE SE FOR PRACINHA). FALTA DE TUDO DE PNR, A MÉDICOS, O INCREMENTO DE 20% NO BAIXÍSSIMO SOLDO NÃO DAR PARA CUSTEAR UM ALUGUEL EM UM CASA NO PADRÃO MÍNIMO DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR, AS TRANSFERÊNCIA QUANDO SAEM PARA ESSAS REGIÕES DEIXAM EXPOR A FRAGILIDADE SEJAM FINANCEIRAS( POIS,A AJUDA DE CUSTO E BAGAGEM NORMALMENTE NÃO SUPRE O CUSTO TOTAL, DEIXANDO OS MILICOS QUE AVENTURARAM A VIR PARA A FRONTEIRA EM ALGUNS CASOS NUMA PIOR)E ADMINISTRATIVAS NÃO EXISTE PNRs SUFICIENTE PARA TODOS OS PRACINHAS QUE SAEM DE SUA REGIÃO E SÃO LITERALMENTE EXPURGADOS EM UMA REGIÃO INÓSPITA,ENQUANTO ISSO OS POLÍCIAIS FEDERAIS NO QUAL SAEM OS MESMOS RECURSOS SÃO TRATADOS COM TODOS OS DIREITOS DEVIDOS PARA UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEDERAL EM ÁREA FRONTEIRIÇA, A DIFERENÇA, EXISTE NO COMO OS CHEFES TRATAM SEUS SUBORDINADOS, SE TRATAM COMO GOSTARIAM DE SEREM TRATADOS OU COMO CÃES DE PADARIA POR UM PEDAÇO DE CARNE ROÍDA DA-SE ATÉ OS PÉS.LAMENTÁVEL A SITUAÇÃO DOS MILICOS NA FRONTEIRA, PENA MAIOR SABER QUE NADA VAI MUDAR, SOMENTE PARA PIOR…

  2. Daqui há alguns anos quando se deparar com a realidade no Brasil, aí sim vai ser impactante, responsabilidade do Estado, porém estão todos abandonados, os políticos estão cagando e andando para essa situação, os vermes PeTralhas acreditam que somos asnos, neste Brasil quem não estuda, não se aperfeiçoa está fadado ao insucesso.

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