Novo satélite brasileiro estará sujeito a restrições militares norte-americanas

Satélite brasileiro não está totalmente livre de restrições militares norte-americanas
(Foto: Thales Alenia/Divulgação)
Um detalhe até então desconhecido da escolha do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação Brasileiro, o SGDC-1, cujo fornecedor (Thales Alenia) foi anunciado há poucas semanas, é que ele não é um satélite imune à regulamentação militar norte-americana. Não é, portanto, um satélite ITAR-free. ITAR é a sigla para International Traffic in Arms Regulations, que é a regulação dos EUA que limita o compartilhamento de informações e a venda de equipamentos que possam ter relevância militar para o governo norte-americano. Na prática, qualquer tecnologia desenvolvida nos EUA que seja classificada como ITAR está sujeita a essas restrições, mesmo quando comercializadas por uma empresa estrangeira.
No caso do satélite brasileiro, a Thales é uma empresa francesa, que em tese teria condições de fornecer um satélite sem essas restrições do ITAR. Mas na prática, chegar aos custos, escala e prazos necessários sem passar por nenhuma tecnologia norte-americana é quase impossível. Segundo fontes que acompanharam o processo de contratação do satélite, isso significa que algumas partes da tecnologia do satélite não poderão ser compartilhadas com brasileiros, mas não se sabe exatamente o quê. Ainda segundo essas fontes, a limitação do ITAR não deve se aplicar à capacidade em banda X do satélite, que será usada para fins militares.
VLS
Nesse caso, os fornecedores escolhidos dos componentes e subsistemas do satélite seriam ITAR-Free. Também existe a expectativa de que parte da tecnologia a ser utilizada pelo lançador (cujo fornecedor é a Arianespace) poderá ser absorvida pela equipe envolvida no projeto do Veículo Lançador de Satélite (VLS), trabalho há anos sendo desenvolvido no Brasil para lançamento de pequenos satélites e que teve significativa perda de material humano e atraso quando ocorreu o acidente na base de Alcântara, em 2003, matando mais de 20 pessoas envolvidas no projeto.
Originalmente, o projeto do SGDC previa que ele fosse totalmente livre dessas restrições inerentes ao ITAR, até para que o governo pudesse maximizar a transferência tecnológica, mas isso não foi possível nas condições de preço e prazo disponíveis. Ainda assim, a avaliação é de que o acordo firmado com a Thales permitirá a incorporação de uma quantidade razoável de conhecimento ao processo.
A expectativa é de que até abril ou maio de 2014, quando o satélite passará a ser efetivamente construído, a Agência Espacial Brasileira (AEB) anuncie como será a participação de empresas brasileiras ligadas a esse segmento no processo de transferência tecnológica.
Not made in Brazil
Um outro detalhe sobre o SGDC-1: ele não tem, pelo menos até esse momento, nenhum componente fabricado no Brasil, mas isso ainda pode mudar. Existe a possibilidade de que alguns sistemas secundários possam contar com fornecedores brasileiros. Mas isso será avaliado posteriormente, dentro do projeto final do satélite, e de modo a assegurar a performance e a segurança do equipamento nas condições contratadas, segundo fontes ouvidas por este noticiário.
teletime/montedo.com

Respostas de 3

  1. Em termos de defesa estamos em mãos estrangeiras e uns 100 anos atrasados. Usamos 8 satélites, todos eles alugados; e nenhum é de Cuba.
    Caso a Dilma resolva punir os EUA com uma poderosa intervenção militar em represália à espionagem daquele país, o Obama só manda desativar os satélites e nós ficamos aqui que nem mosca-tonta. Espero que ela tenha bom senso e não ataque os americanos…eheheheh!
    O nosso negócio é muita corrupção, com a "cumpanherada" toda ficando milionária, bolsa, bunda, bola e batuque. O resto é conversa pra boi dormir. Aliás, a especialidade desse governo é conversa fiada.

  2. kkk…vamos jogar bola que é o que "supostamente" sabemos fazer!!!Infelizmente nunca deixaremos de ser uma COLÔNIA…vou embora pros EUA assim que der, quem sabe meu filho pode ser feliz num país descente…e meus netos, americanos, terem orgulho do seu próprio país!!!

  3. Não investimos em tecnologia e somos totalmente dependentes dos americanos, ficamos exportando soja, suco de laranja e minério de ferro, seremos uma eterna Colônia.

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