Simulação de operação anti-sequestro pelo Exército assusta moradores em Jundiaí

Exército faz treino contra sequestradores
Dezenas de pessoas que passavam pela avenida Antônio Pincinato nesta terça-feira acompanharam a atividade

ALINE PAGNAN
Não é todo dia que se vê um caminhão cheio de soldados do Exército apontando armas contra homens que tentavam parar um veículo oficial. A cena, que muitos imaginavam ser real, era parte do treinamento realizado nesta terça-feira (8) na avenida Antonio Pincinato, próximo ao aeroporto de Jundiaí.
Muitos moradores do Eloy Chaves que passavam pelo local na hora do exercício chegaram a ficar assustados.
Apesar do uso de armas falsas pelos também falsos bandidos – feitas com pedaços de madeira, ferro e fitas – quem assistiu não sabia desses detalhes. Uma motorista que seguia logo atrás do carro do Exército chegou a tentar fugir do local. O motorista de um caminhão deu ré para evitar se ferir na suposta troca de tiros.
“Não tinha ideia do que estava acontecendo. Só deu tempo de correr e depois que notei a imprensa acompanhando”, explicou a estudante Monalisa França, 17 anos, que saia da Escola Técnica Benedito Storani e passava pela área da operação.
Treinamento
“A atividade visa simular a ação de terroristas tentando sequestrar uma autoridade, durante comboio do Exército”, explicou o sargento Venuzo, que comandava uma equipe do 28º BIL (Batalhão de Infantaria Leve), de Campinas.
Os homens deste grupamento se passavam por bandidos e não usavam uniforme do Exército. “Todos os anos são realizados estes exercícios quando misturamos tropas de vários batalhões, até mesmo para que a cena seja mais próxima do real e ninguém reconheça nenhum outro integrante”, explicou o tenente Palma, que também coordenou a atividade realizada ontem.
Atividades nos próximos dias
Até sexta-feira estão previstos vários trabalhos envolvendo os homens do Exército em Jundiaí. Entre as ações estão patrulhamento pelas ruas, abordagem de suspeitos e bloqueios. O exercício é promovido pela 2ª Divisão do Exército. Esse mesmo treinamento ocorre simultaneamente em outras 19 cidades do Estado, algumas próximas como Amparo, Bragança Paulista, Itatiba, Jarinu e Louveira. Nesta quarta-feira (9), as atividades ocorrem na praça da Matriz. Quem passar pelo local vai poder conferir exposição de materiais e vídeos. Haverá ainda atendimento médico e odontológico para a população.
400 integrantes do Exército estão acampados em Jundiaí.
Simulação em hangar conta com invasão e uso de força física
Após o exercício na avenida Antônio Pincinato, os soldados seguiram para um hangar no aeroporto de Jundiaí. A atividade simulava o cerco a um galpão onde bandidos escondiam material ilícito, enquanto o Exército cumpria mandado de busca e apreensão.
Segundo o coronel Gilson Passos de Oliveira, comandante do 2º Grupo de Artilharia Antiaérea de Praia Grande, o objetivo da atividade era levar a experiência aos novos integrantes do Exército. Ele comparou a atividade à ação realizada em morros do Rio de Janeiro, durante recentes ocupações de pacificação. “Os soldados são instruídos para operações assim e o exercício em campo ajuda a simular a vida real.”
A equipe antiaérea usou armas reais durante o exercício, mas todas estavam descarregadas.
A equipe que estava dentro do hangar e simulava ser composta por traficantes, gritava a todo momento com alertas de que haviam reféns, que alguém iria morrer e que não haveria rendição. Além disso, uma suposta bomba era usada para ameaçar os soldados.
Mesmo todos sabendo que não passava de uma simulação, a hora da invasão foi tensa e quem acompanhou o exercício ficou em silêncio total. Logo em seguida, os “traficantes” foram levados, um a um, para fora do local.
Bom Dia/montedo.com

3 respostas

  1. Pelo jeito das coisas, todo o aparato de segurança dos grandes eventos vai ficar com as FFAA. Não estou entendendo muito bem. Quanto menos ganha mais trabalhos realiza e mais desprezo recebe dos chefes? Vão utilizar até as bases para garantir o conforto de estrangeiros e lucro da FIFA e CBF. Sei, não! Por que essa briga entre DEFESA e Segurança Pública? Sei, não! Eu queria ver se somente só a segurança pública com a força nacional e PF fossem responsáveis. Era greve certa as vésperas dos eventos. Vão lá, SEVERINOS!

  2. Insisto em dizer com todo respeito aos integrantes do EB, que os mesmos estão perdendo totalmente sua identidade e desrespeitando a competência dos órgãos de segurança pública. Segurança interna cabe ao sistema de segurança pública, como polícia militar, civil, federal etc, nunca as Forças Armadas. Isso prova que as Forças Armadas tentam se adequar a realide das forças policiais, com o único intuito, "HOLOFOTES'. Irão trabalhar mais e talvez futuramente com enorme desgaste, a exemplo das forças policiais. Esse é o meu ponto de vista, liberdade de expressão.

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