Cinema com asas
Colecionador restaura Boeing e instala cinema dentro
Aeronave fabricada em 1986 está exposta no Museu Militar Brasileiro, em Panambi
Empresário Sefferson Steindorff adquiriu o Boeing em 2010 e o restaurou completamente, em um trabalho que durou pouco mais de um ano. Foto: Roberto Witter / Especial
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Roberto Witter
Panambi, no noroeste do RS, agora possui cinema. E com asas.
Adquirido por um colecionador em 2010, um Boeing 737-300, fabricado em 1986, foi totalmente adaptado. Recebeu duas telas de 42 polegadas, sistema de vídeo e som. Além do acervo com mais de 100 filmes e documentários, a maioria militares, uma biblioteca também foi montada a bordo e ajuda a contar as páginas da rica história militar.
O trabalho de restauro durou um ano e, nos últimos nove meses, envolveu toda a família do empresário Sefferson Steindorff.
– Moramos no centro de Panambi, mas há nove meses vim com minha esposa e meus três filhos para o sítio (que fica a 7 km da cidade). Todos se envolveram um pouco na atividade – explica o colecionador, que contou também com a ajuda de funcionários do museu mantido por ele.
A sala de cinema foi montada na parte mais próxima da cabine. Tem um potente sistema de som que, ligado no volume máximo, estremece toda a estrutura. Na parte traseira da aeronave, quatro mesas foram colocadas em frente às poltronas originais, formando a biblioteca. Os compartimentos de bagagem de mão receberam livros de história. No verão, o conforto dos visitantes será garantido por aparelhos de ar-condicionado.
Trabalho por gratidão
Steindorff nunca foi militar. Tampouco teve parentes adeptos da farda. O gosto pela história do Exército surgiu da gratidão que tem pela corporação.
Museu Militar Brasileiro (Panambi-RS) |
– Éramos agricultores em São Pedro do Sul. Quando nosso pai morreu, deixando a minha mãe, eu e meus três irmãos, fomos tentar a vida em Santa Maria. Mas não foi uma aventura bem sucedida e passamos muita dificuldade. Passamos a viver em meio a militares e eles nos ajudavam muito. Vinha do Exército muitas vezes a nossa comida. É daí que vem toda a minha gratidão – conta Steindorff em meio às poltronas do Boeing que agora é a maior atração de seu museu.
A inauguração foi na manhã desta sexta-feira. À tarde, o vai-vem de visitantes ainda era grande.
– Nosso filho veio de manhã com a escola. Agora de tarde, nos trouxe para conhecer _ conta Débora Santos, 34 anos, matriarca da família que mora em Linha Belizário, distante 30 km do centro de Panambi, enquanto tirava fotos com o filho e o marido.
– Visitas ao museu e sessões de cinema podem ser agendadas por grupos através do telefone (55)3375-0310, ou pelo e-mail [email protected]
– Militares e estudantes de escolas municipais não pagam
– O ingresso para demais estudantes e idosos custa R$ 4
– A taxa para adultos é de R$ 8
O Boeing
Modelo: 737-300
Ano: 1986
Lugares: 149
Largura: 5m
Altura: 5,5m
Peso total: 20 toneladas
Primeiro Vôo: 7 de março de 1986
Último Vôo: 5 de maio de 2010 (Portugal – Porto Alegre)
O transporte
Do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, até Panambi, o Boeing foi trazido em carretas. Uma delas trouxe a fuselagem. As asas foram retiradas do avião e trazidas em uma segunda carreta. Antes de vender a aeronave ao colecionador, a companhia aérea retirou o motor e toda a aparelhagem eletrônica.
ZH/montedo.com
6 respostas
TÃO BOM QUE O EMPRESÁRIO COMPRASSE O "PATA-CHOCA", O FORD-600 E O M3A1("perereca").RESTAURANDO-OS, O VAI-VEM DE VISITANTES SERIA MAIOR.PELO MENOS TOMARIAM CONHECIMENTO, PORQUE FORAM VENDIDOS.
Achei que fosse as garagens do 1º B Com de Santo Ângelo, lá também só tem velharia, e o pior, restaurada com dinheiro público. Por essa mentalidade que o Exército não vai pra frente.
DUVIDO QUE ESSE CUDADÃO TENHA RECEBIDO A ORDEM-DO-MÉRITO MILITAR E/OU A MEDALHA DO PACIFICADOR….
OLHA AMIGOS SE AI ÉSSAS VIATURAS SÃO MUSEU TA BOM! PORQUE AQUI ÉLAS SERVEM PRA TIRA SERVIÇO AINDA E IR PRO CAMPO. É NESSE EXÉRCITO QUE NOSSOS FILHOS VÃO SERVI OS MEUS SE DEUS QUISER NÃO VÃO NÃO EU TO FAZENDO A CABECINHA DELES PRA NÃO PASSA NEM PERTO.
Acho o trabalho destes colecionadores que, com seu capital próprio investem para preservar a memória das nossas instituições militares, uma demonstração de incomuns patriotismo e brasilidade; É uma pena que representem porção nânica da população brasileira completamente alienada em relação à estes sentimentos…uma tragédia.
Paulo Veroní
Como o nome já diz, só trouxa que não quer que os filhos sirvam o Exército, onde com certeza aprenderiam a serem homens de verdade e não mais uns trouxas na vida. Se o Exército restaura antigas viaturas é porque o nosso nobre governo não dá verbas para aquisição de novas, e antes a velhas restauradas do que nada. Parabenz Seferson, pelo seu trabalho, que devagarzinho vai contagiando outros brasileiros.
Abraços.
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