Brasil e Colômbia negociam venda e compra de veículos militares

Também está em discussão criação de uma comissão de vigilância da fronteira

DEMÉTRIO WEBER
Encontro entre os ministros da Defesa de Brasil e Colômbia, Celso Amorin e Juan Carlos Pinzon Bueno, no ministério da Defesa em Brasília O GLOBO / ANDRÉ COELHO
Brasil e Colômbia definiram nesta terça-feira uma agenda de negociação para a compra e venda de veículos militares, além da possível criação de uma comissão binacional de vigilância da fronteira entre os dois países. O Brasil quer que o vizinho se junte ao projeto de construção da aeronave KC-390, avião cargueiro que será produzido pela Embraer até 2016. Do lado colombiano, existe a disposição de vender lanchas fluviais às Forças Armadas brasileiras.
O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, e seu colega colombiano, o ministro Juan Carlos Pinzon Bueno. Reunidos em Brasília, eles acertaram que militares brasileiros visitarão a Colômbia no mês que vem para conhecer o modelo de lanchas fluviais blindadas. O governo colombiano, por sua vez, manifestou interesse em juntar-se ao projeto do KC-390, mas pediu seis meses para bater o martelo. Caso a resposta seja positiva, o país dará um passo decisivo para transformar-se num provável comprador da futura aeronave.
Celso Amorim disse que o Brasil encara os vizinhos da América do Sul como parceiros para projetos de cooperação militar. Segundo ele, os investimentos para equipar as Forças Armadas e obter o chamado poder de dissuasão – poderio bélico que serve para desestimular agressões de outros países – tem como alvo nações de outros continentes. Ele anunciou que Brasil e Colômbia negociam a possibilidade de realizarem em conjunto um projeto de navio de patrulha fluvial.
Amorim lembrou que já existe troca de informações na região de fronteira. A criação de um Centro Integrado de Intercâmbio de Informação para Combater as Ameaças do Crime Transnacional Organizado (Combifron) foi proposta pelo governo colombiano, que quer institucionalizar a parceria. O assunto será avaliado nos próximos meses, até uma nova reunião entre os dois ministros em maio, na Colômbia.
— Já havia no passado troca de informação. Agora vamos fazer de forma mais sistematizada, mais permanente — disse Amorim.
— Sabemos que contamos com o Brasil — declarou Pinzon Bueno.
Ao falar sobre a postura do Brasil em relação aos conflitos armados internos da Colômbia — o governo daquele país trava uma guerra contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), além de enfrentar grupos direitistas — Amorim disse que o Brasil sempre respeitou as posições do governo colombiano.
— Do ponto de vista da relação Brasil-Colômbia, o fato de nós negarmos o acesso ao território brasileiro por quaisquer organizações ilegais é a melhor ajuda que nós podemos dar. Quando nós cuidamos bem das nossas fronteiras, isso já é uma contribuição para que o governo colombiano atue em relação às atividades ilegais dentro do seu território — disse Amorim.
Ele lembrou que, no Brasil, a responsabilidade sobre fronteiras se divide entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Justiça. Após conversar com Amorim, Pinzon Bueno teria encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
O GLOBO/montedo.com
(colaborou: Marco Antônio)

2 respostas

  1. So falta agora fazer acordo com as FARC,pq desse mato nao sai coelho. O Brasil nao cuida de suas fronteiras ha muito tempo, as FFAA estao entregues na mao de tres incompetentes e fracos cmt,e um Ministro da Defesa melancia.Nao se pode esperar muita coisa desse acordo peba.
    O Brasil em pouco tempo pode pagar um preco muito alto pelo descaso desse governo com suas FFAA,pq nao se pode combater com aquilo que nao se tem.
    O Brasil so vai poder fazer suas defesas iguais aos vietcongs, como ratos,embaixo do solo, pois, sem supremacia aerea, nenhum pais,pode ganhar uma guerra.Os nossos cacas estao ha mais de dez anos para serem comprados e pelo jeito so qdo entrar outro governo.

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