MPM INVESTIGA LICITAÇÕES DE HOSPITAIS MILITARES EM TODO O PAÍS. SUSPEITA É DE FAVORECIMENTO A EMPRESAS DE MILITARES DE ALTAS PATENTES

Três Forças investigadas por suspeita de desvio milionário
Militares da saúde estariam favorecendo empresas de oficiais da reserva em licitações
DAMARIS GIULIANA
Depois de identificar irregularidades em 96 licitações na área de engenharia do Exército, o Ministério Público Militar (MPM) investiga agora prejuízo milionário na saúde. Hospitais das três Forças Armadas estão sob suspeita de licitação dirigida — favorecendo empresas de militares da reserva — para a compra de medicamentos, equipamentos e próteses. As denúncias envolvendo altas patentes apontam em especial para o Rio de Janeiro e Brasília, mas atingem todo o País.
As investigações trouxeram ao Rio a procuradora-geral do MPM, Cláudia Márcia Ramalho Moreira Luz. Segundo ela, o caso da saúde ainda é avaliado em primeira instância, mas não envolve generais, como foi constatado na engenharia — sete generais foram citados, incluindo o comandante do Exército, Enzo Martins Peri. Um coronel e um major do Exército já foram indiciados e tiveram R$ 11 milhões em bens bloqueados.
Cláudia Márcia não revela o valor total do prejuízo para nenhuma das duas áreas, mas afirma: “É muito alto.”
Em agosto, o Tribunal de Contas da União (TCU) embargou uma obra do hospital da Base Aérea de Santa Cruz. No ano passado, o Hospital Central do Exército instituiu uma comissão para avaliar procedimentos, pois havia a suspeita de que funcionários recebiam propina de fornecedores para consumir material hospitalar. À época, nada foi comprovado.
Denúncias de irregularidades desde 2008
Em dezembro de 2008, a coluna Força Militar de O DIA registrou denúncias do sargento Rogério Gomes ao Ministério Público Federal sobre compras superfaturadas de medicamentos para o Hospital de Guarnição da Vila Militar do Rio desde 1997. Sua família sofreu perseguição, ele foi preso administrativamente por 22 dias e transferido para Bagé, no Rio Grande do Sul.
Já em agosto de 2009, a coluna noticiou que três militares do Centro de Munição da Marinha, no Rio, foram condenados pelo Tribunal de Contas da União a devolver R$ 178 mil e pagar multas no total de R$ 7.200 por extravio de vales-transportes da unidade.

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