O IME, Senhores
Carolina Reis
Suas férias acabarão no início de janeiro. Você correrá pela orla de Botafogo cantando sobre a Amazônia. Fará flexões, abdominais, subirá escadas correndo. Você vai aprender a comer no rancho. Assistirá palestras sobre liderança, ética, regulamento e farda de gala. E você vai gostar. Por quê? “Porque o IME, senhores, é o melhor lugar do mundo.”
Ainda posso ouvir o meu comandante de pelotão do primeiro ano nos dizendo isso. Ele estava certo. Durante todo esse esforço da adaptação, éramos chamados de ‘candidatos’ e ouvi-lo nos chamar, pela primeira vez, de ‘alunos’ foi incrível! Hoje, no 4º ano, vejo novos alunos receberem suas platinas. Vejo seus pais orgulhosos e eles próprios ainda mais.
Olho em volta, no meu próprio pelotão, e percebo o quanto mudamos. O quanto amadurecemos. Éramos infantis e inexperientes, falávamos baixo e não sabíamos nos impor. Agora temos o peito estufado e a postura ereta. Até os mais tímidos sabem comandar. Passamos ordens aos mais modernos e conseguimos conversar com mais antigos com respeito, porém sem temor. Na parte acadêmica, então… Sobrevivemos aos quatro cálculos, a professores de fama assustadora, escolhemos nossa engenharia e alguns de nós já até terminaram o estágio!
Sinto-me feliz por estar aqui. Aqui, em forma, sob o sol do verão carioca, com brilhantes platinas douradas de quatro traços – um para cada ano conquistado. Penso em quantas oportunidades nos foram apresentadas, em quantas portas foram abertas (como as da Fundação Estudar, inclusive), em quanto conhecimento adquiri, em quantos amigos tive o prazer de conhecer. Sim, o IME, senhores, é o melhor lugar do mundo.
Carolina Ferreira dos Reis – Engenharia de Fortificação e Construção – IMENatural do Rio de Janeiro, Carolina cursou o Ensino Fundamental no Colégio Cenecista e o Ensino Médio no Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ), onde foi aprovada em 4º lugar no concurso de admissão, foi da Infantaria e membro da Legião de Honra. Em 2008, iniciou a graduação no Instituto Militar de Engenharia (IME), cursando Engenharia de Fortificação e Construção. Lá, também foi bolsista em uma pesquisa sobre Modelagem Matemática de Aquíferos, no departamento de Águas e Hidrologia, onde estudou o comportamento de poluentes com o objetivo de prevenir danos em casos de vazamento de substâncias químicas no solo. Estudando esse assunto, ganhou prêmio como Melhor PBIP (Programa Brasileiro de Iniciação à Pesquisa). Hoje, Carolina é monitora do Ação IME, projeto social Pré-Universitário Comunitário, e é Gerente de Marketing da IME Júnior.
3 respostas
Recebi esse email hoje:
Militares em alta
Equiparação salarial com outras carreiras pode ser prioridade no governo Dilma.
Apesar do corte de R$ 50 Bi no orçamento de 2011, áreas sensíveis como a social (PAC) não serão afetadas. Além do Programa de Aceleração do Crescimento, outros pontos críticos estão fora do contingenciamento do Governo Federal. Entre eles pode estar a recomposição salarial dos militares das Forças Armadas.
O processo de recuperação dos soldos começou em 2008 quando, após fortes protestos das mulheres dos militares, a categoria recebeu reposição remuneratória média de 47% dividida por 5 vezes em dois anos, o que aliviou os desníveis à época, mas não resolveu por completo o problema criado pelos oito anos sem aumento da categoria no governo FHC. Em sintonia com o governo Lula, a presidente Dilma tende a seguir na tarefa de equiparar o salário dos militares aos dos demais integrantes das carreiras de Estado e corrigir a distorção criada por Fernando Henrique.
Freio em Jobim
Diferentemente do que ocorria no governo anterior, Nelson Jobim, da Defesa, tem tido controlada sua megalomania. Com Dilma no comando, o ministro perdeu parte de sua autonomia e seus projetos e decisões já começaram a passar detalhadamente pelo crivo da presidente. Um exemplo é o programa FX-2, que terá a decisão final nas mãos de Dilma, independentemente do que clama Jobim.
Dilma tem sinalizado em off a necessidade de reestruturação e reequipamento das Forças Armadas, mas tem se preocupado também com a questão da remuneração, diferente de Jobim – aficcionado pelos holofotes em seus megaprojetos, o ministro costuma deixar de lado o fator humano. Interlocutores comentaram que a presidente incomodou-se recentemente com reportagem que citou o fato de que há militares de alta patente com salários bem inferiores aos de porteiros do Senado Federal. Talvez por conta dessa e outras, o ministro recebeu recentemente uma dica para deixar espontaneamente a esplanada antes que seja demitido.
O incômodo de Dilma tem fundamento. Dados apurados pela reportagem revelaram que há disparidades constrangedoras. O que irritou a presidente na verdade foi saber que o piloto do Santos-Dumont, o avião presidencial VC1A da FAB, ganha R$ 8,9 mil de salário, enquanto um Delegado da PF, na mesma função de piloto, recebe quase R$ 20 mil – mais que o dobro do colega. Algo parecido, mas em maior escala poderá ocorrer com a compra de novos caças para a FAB se a questão da remuneração militar não for resolvida: supermáquinas que podem valer mais de R$ 150 milhões serão pilotadas por oficiais que ganham em média R$ 5,5 mil.
Surpresa
O posicionamento do governo causou surpresa a alguns setores militares, especialmente aos mais céticos. Conformada com o chamado “revanchismo velado”, a caserna não esperava ver atendidas suas antigas aspirações, sobretudo no tocante a salários. A leitura que se faz é a de que o atual governo quer um basta às reiteradas tentativas de desmoralizar financeiramente os integrantes das Forças Armadas, mas os militares não esperavam que essa atitude viesse dessa maneira e, principalmente, de Dilma.
Inegavelmente, a classe militar é muito mal paga. Há uma grande defasagem salarial ao confrontá-la com as demais carreiras do Executivo. E a disparidade é ainda maior se a comparação for feita com cargos afins no Legislativo ou no Judiciário. Seria de se esperar que, sendo carreira de Estado, houvesse equivalência salarial com os demais funcionários federais. Parece, pois, sensata a ideia da presidente.
Esta é uma decisão política do poder civil, que afeta diretamente o nível militar de garantia da soberania nacional. Bilhões de dólares gastos com aquisições de equipamentos caríssimos para defender o País poderiam ser inúteis sem antes recuperar a autoestima dos militares, que pode ser feito com uma remuneração justa aliada, então, à compra de equipamentos de qualidade.
o sr Nelsom jobim foi um grande ministro realmente fez o que pode pela forças armadas suas intensões era realmente de reaparelhar as forças armadas que apesar já está passando da hora . o que percebo é que ele viu o quanto é moroso o processo de reaparelhamento ; corte de gasto sem fim ; qual o ministro que não perderia a paciencia com essa lerdeza ! o fx deveria se chamar fx -p de piada !!! treco enrolado; esses aviões vão chegar já quase no final de sua geração. os politicos fazem desdem com reaparelhamento . gostei muito desse ministro foi sincero ; pois realmente levou em consideração o futuro da defesa desse país . pois quando as coisa esquenta são os militares que fazem o socorro !! com seus equipamentos !!! seja em enchente ; calamidade pública; seca ; violencia ; se não fosse os blindados da marinha o complexo do alemão e outras comunidades ainda estariam intocadas ; mas isso depende equipamentos modernos para ajuda los . falou demais mas foi um grande homem ; todos nós temos defeitos ; sou apenas um civil comum . mas que prestam pouco mais de atenção nos acontecimentos !!!!
Ficar chamando de candidato um aluno que foi aprovado num prova bem difícil é menosprezar o aluno.