Atualização 26/9 (06:00h)
Marcelo Portela – AE
O tenente reformado do Exército Wendel Nassau Nether, de 65 anos, foi preso em flagrante em Montes Claros (MG), acusado de pedofilia e posse ilegal de armas e explosivos. Na hora de registrar o flagrante, o militar ainda foi autuado por ameaça aos agentes da Polícia Federal (PF) que o prenderam, depois de gritar na delegacia que quando sair da prisão vai “matar vários policiais” e se suicidar.
Segundo o delegado Fernando Bohnsack, da PF, as investigações em torno do suspeito começaram há cerca de três meses, após a polícia receber informação de que o militar estaria envolvido no aliciamento de crianças e mantinha armas de uso restrito das Forças Armadas. Na 5ª feira (23), a PF deflagrou a operação Senhor das Armas e, com mandados judiciais, fez buscas na casa do suspeito, em um bairro nobre de Montes Claros, onde apreendeu um computador que ainda será periciado.
Já na fazenda, localizada na zona rural de Botumirim, os agentes da PF encontraram várias bombas caseiras, detonadores, uma pistola calibre 9mm e um fuzil das Forças Armadas, inclusive com o brasão da República, escondido em um fundo falso na parede, além de grande quantidade de munição de vários calibres. “Ele é paranoico. Tinha espécies de armadilhas com bombas prontas para uso”, disse o delegado. Além disso, os agentes apreenderam um pen drive e um disco rígido com imagens de crianças nuas e em cenas de sexo explícito Segundo Bonhsack, parte das crianças era aliciada na própria comunidade rural.
No momento da prisão, Nether ainda alegou que o material seria de seu filho, que compareceu à PF em Montes Claros e negou o crime. A polícia ainda vai investigar um coral de meninas que teria sido montado pelo militar. “Ele (acusado) é muito violento e as pessoas têm medo. Serviu na época da ditadura, quando tinha poder absoluto. Mas vamos conversar com os pais para ver se há algum caso. (Mas) só o armazenamento das imagens já tipificou o crime”, disse o policial. Com relação à ameaça de matar policiais, “dissemos para entrar na fila”, contou Bonhsack.
JORNAL CRUZEIRO DO SUL