Fiquei agradavelmente surpreso com o texto abaixo, que encontrei no blog Love is Free, de Danielle Tavares. Nele, duas alunas do Colégio Militar do Rio de Janeiro, Mayara Secco e Lizandra Maurat, declaram seu amor pela Arma de Osório.
Uma rara visão feminina da paixão que irmana “beiçudos” de todas as épocas e dos mais diferentes rincões em torno das Lanças Cruzadas da Cavalaria. Parabéns, gurias.
Estrela-Guia em negros horizontes ..
Próximo ao fim, as coisas mais doces tomam um gostinho amargo. Perto da despedida, já sentimos a nostalgia do presente, como se ele fosse visto do futuro. Começamos a enxergar nossos dias como memórias.. Sentí-los mais inteiramente, com uma força que não se sabe definir.
..por isso, não pude deixar de ficar absolutamente emocionada e surpresa com a capacidade de que duas meninas conseguiram definir, pelo menos um pouquinho, três dos anos mais felizes da minha vida.
Texto escrito por Mayara Secco e Lizandra Maurat:
“AKVA: combater em vantagem de posição.
A Cavalaria é a arma que vai à frente da força terrestre, buscando informações sobre o inimigo, participando de ações ofensivas e defensivas, valendo-se de sua alta mobilidade, elevada potência de fogo, ação de choque e surpresa, proteção blindada e comunicações amplas.
Comemora-se o dia da Cavalaria a 10 de Maio, data do aniversário de nascimento do nosso legendário patrono, Marechal Manoel Luís Osorio.
Além da tradição gloriosa pela qual podemos nos orgulhar, exaltamos hoje a essência cavalariana que nos é palpável. A Cavalaria é mais que uma arma, é um estilo de vida, é a ética que acolhemos. Carregamos ainda hoje alguns princípios do Código de Honra do Cavaleiro: fidelidade à palavra dada, lealdade perante todos, generosidade, proteção e assistência aos que precisam.
A Cavalaria Hippo vivenciada no Colégio Militar é um dos pilares da formação de nosso caráter. A convivência hípica une o Esquadrão através do nobre amigo cavalo.
Nossas esporas são mais que adornos, material de equitação ou símbolos de nossa aptidão para a arma de Cavalaria. Elas representam a aliança do aluno com o Esquadrão. Assumimos e renovamos, a cada aniversário da arma, o compromisso de ser, ora gigantes, ora torcida, com espírito de corpo e um só ideal: superação e dedicação máxima, por amor à arma, não por vaidade ou necessidade de engrandecimento pessoal.
Não importa o que digam ou pensem a nosso respeito. Ostentamos as lanças em nossas fardas e calçamos nossas botas para ratificar que somos aqueles que amam o Esquadrão por quem não o ama. Mesmo que sejamos poucos, compomos o FURACÃO, que varre todo lugar por onde passa. Não somos a ilha apática e vulnerável que tanto foi subestimada e criticada. Provamos que não somos uma arma que se vale de ironizar as outras. Para nós, o principal é superar nossas próprias limitações, saltando os obstáculos que são os nossos próprios problemas internos. Ainda que não agrademos a todos, fazemos a diferença e mostramos porque somos tão apaixonados pelo que somos e fazemos.
Atmosfera totalmente diferente do resto do colégio, o Esquadrão é a nossa segunda casa, é cenário vivo das nossas discussões, conversas, gargalhadas, confissões e dificuldades superadas. Não podemos deixar de homenagear aqueles que colaboram para que a nossa rotina, tão agitada, seja mais agradável: Major, monitores e professores. Queremos, mais ainda, agradecer àqueles que ficam nos bastidores, nas baias, pois são eles, o sargentos instrutores de equitação, veterinárias e soldados que nos proporcionam a maravilhosa experiência da montaria. Só o cavaleiro de verdade conhece a adrenalina de um salto e a agradável sensação do galope, sentindo o vento no rosto, a velocidade, a sintonia com o corcel e a pequenez do resto do mundo diante desse momento. Agradecemos também ao nobre amigo, o cavalo, que é o responsável pela nossa união, pelo amor pelo Esquadrão e que nos confere valores de carinho e responsabilidade para com um ser que depende de nossos cuidados. Obrigada a todos estes por nos motivar a ser diferentes e mudar a sociedade em que vivemos. Obrigada por nos ensinar a cair e ajudar a levantar e seguir em frente, sem perder o foco nem desistir de nossos sonhos.
Cada vez que rodeamos a nossa pista num Carrossel, sentimos a emoção incalculável de ser de Cavalaria. Nossos corações batem forte, somos envolvidos pelo abraço amigo e pela poeira aspirada que ajuda a ressecar nossas gargantas, já esgotadas de tanto gritar nossos brados. Cada um dos churrascos, festas e tardes ociosas passadas na nossa querida arquibancada vermelha estão devidamente registrados na memória. Cada situação nos faz querer gritar até que falte o ar, para todos ouvirem: “COMO É BOM SER DE CAVALARIA”.
Podemos silenciar o inimigo diante de nosso poder, mas nos amedronta pensar que, em breve, seremos ex-alunos e teremos que reviver só através das lembranças tudo de bom que o Esquadrão nos proporcionou. Mesmo quando sairmos do colégio, teremos a certeza de que, em nossos corações, batem lanças cruzadas e que seremos sempre de cavalaria. Porque ser de cavalaria não é só fazer parte de uma das armas durante o Ensino Médio, é um estado de espírito, um sentimento de amor eterno, sagrado e sacramentado no nosso coração.
Poucos entendem o porquê dessa nossa fissura pela Cavalaria. Mas essa paixão é incontrolável. Vivemos no Esquadrão os melhores anos de nossas vidas. Os laços de amizade construídos e reforçados no espírito cavalariano são especiais, fundamentais, uma mistura de união, respeito e parceria nas horas boas e ruins. Por necessidade, aprendemos a cada dia a fazer um bom trabalho em grupo e respeitar as particularidades de cada um, lidando com o complicado gênio do cavalariano.
Parabenizamos todos os integrantes da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro e agradecemos por serem conosco, na alegria e na dor.
Que, no mais profundo de nosso ser, habite sempre o amor incomensurável pelo Esquadrão. Não tenhamos dúvidas, amigos, de que SER DE CAVALARIA É MAIS DO QUE UM PRIVILÉGIO. É, ANTES DE MAIS NADA E, APESAR DE TUDO, NASCER, VIVER E MORRER SEMPRE DE CAVALARIA!”
CAVALARIA, HIPPO!

3 respostas

  1. AINDA EMOCIONADO PELO QUE LI E SEMPRE AGRADECIDO A DEUS PELO QUE SOU, COMPARTILHO COM OS AMIGOS ESTA BELÍSSIMA MENSAGEM SOBRE O AMOR E A VIBRAÇÃO QUE NUNCA ACABAM.
    GEN PCHAGAS
    Compartilho tua emoção, caro amigo Chagas. Obrigado pelo teu repasse desta mensagem.

    Como não sentir um nó na garganta, ao ler palavras sinceras, apaixonadas, vibrantes, como essas?

    Como militar isento, sem rivalidade de armas e, também me lembrando do que minha filha mais velha (também de cavalaria no CMRJ) me dizia do maravilhoso espírito de arma, de curso, que se respirava no Esquadrão, posso sentir quase como um cavalariano
    o que se passa lá, ao ler essa bela página de brasilidade cavalariana.

    Parabéns a essas moças, que transitam, entre o céu e a terra, nos seus "pégasos", com seus louvores à liberdade, às letras e às virtudes das almas fortes, justas e sensíveis.

    Abrs.
    Cel Inf Adonai de Ávila Camargo

    Puxa vida, realmente emocionante.
    – Ao ler e se lembrar dos velhos tempos osmeus olhos também se encheram de lágrimas.
    – Muito bonito.
    – Um abraço e muito obrigado por teres me enviado esse discurso.
    – fique com Deus.
    – 1ºTen R2 Cav Espírito. Santo

    Caro PChagas
    Que coisa maravilhosa estas meninas escreveram, puríssima sinceridade e delclaração de amor verdadeiro brotada de corações jovens e puros, meninas que mostram nesse lindo texto a elevada sensibilidade inerente e singular das mulheres, que captaram e traduziram em perfeitas palavras aquiles sentimentos e paixão que nós, discípulos de Osório, que amamos esta arma carregamos para sempre em nossos corações. Confesso, qua essas meninas conseguiram emocionar e marejar em muito a alma e os velhos olhos deste eterno cavalariano.
    Cel Cav Ivo Salvany
    As gurias deram uma senhora lição de amor!!!!!!
    Gen Paulo Cesar Siqueira

  2. Obrigada!!
    Fico feliz pelo texto estar sendo divulgado, isso é um recado de todos os alunos do Esqd Cav CMRJ de que o espírito cavalariano ainda mora em nós e, independente de todas as dificuldades que nos são impostas, não deixaremos nada disso morrer.
    Hipo!

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