Suprema Corte dos EUA permite que a exclusão de Trump de militares trans entre em vigor

Decisão representa uma vitória significativa para Trump, que fez do retrocesso dos direitos das pessoas transgênero uma parte importante de seu segundo mandato

A Suprema Corte dos Estados Unidos, de maioria conservadora, autorizou provisoriamente nesta terça-feira (6) a entrada em vigor da proibição do presidente Donald Trump a militares transgênero, uma medida que coloca milhares de efetivos em risco de demissão.

A decisão, à qual se opuseram os três juízes progressistas do tribunal de nove membros, suspende uma decisão anterior de um tribunal inferior que havia bloqueado a aplicação da proibição, até que os litígios pendentes sejam resolvidos.

A decisão representa uma vitória significativa para Trump, que fez do retrocesso dos direitos das pessoas transgênero uma parte importante de seu segundo mandato, iniciado em janeiro, e criticou os juízes que bloquearam partes de sua agenda.

Dois juízes federais, do estado de Washington (oeste) e da capital federal, haviam bloqueado o decreto sobre os militares trans, mas o governo Trump recorreu de ambas as decisões e depois levou o caso à Suprema Corte.

“Para garantir que temos a força de combate mais letal do mundo, vamos livrar nosso exército da ideologia transgênero”, disse Trump antes de assinar o decreto em 27 de janeiro.

Um grupo de pessoas transgênero, militares ou que desejavam sê-lo, recorreu então à justiça para bloquear a medida.

Segundo o decreto, “expressar uma falsa ‘identidade de gênero’, divergente do sexo de um indivíduo, não pode satisfazer os padrões rigorosos necessários para o serviço militar”.

Com base nesse documento, o Departamento de Defesa afirmou em fevereiro que não apenas eliminaria o recrutamento de pessoas transgênero nas forças armadas, como também as expulsaria caso já fizessem parte, salvo se obtivessem uma isenção caso a caso.

Em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump também mirou a comunidade transgênero ao proibir o recrutamento de pessoas que necessitassem de tratamento hormonal ou que tivessem se submetido a tratamento para mudança de sexo.

Seu sucessor, o democrata Joe Biden, reverteu essas decisões e autorizou novamente o recrutamento. “Todos os americanos aptos para servir nas forças armadas dos Estados Unidos devem poder fazê-lo”, afirmou.

Segundo estimativas, há 15 mil pessoas transgênero no exército americano, de um total de dois milhões de efetivos.
Jornal de Brasília – Edição: Montedo.com

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