Gastos militares mundiais atingiram US$ 2,7 trilhões em 2024, um aumento de 9,4% em relação a 2023 e o maior aumento anual desde, pelo menos, o fim da Guerra Fria. No Brasil, investimentos em Defesa caíram 14% em dez anos.
Jamil Chade Colunista do UOL, em Nova York
Os gastos militares aumentaram em todas as regiões do mundo, com um crescimento particularmente rápido na Europa e no Oriente Médio.
Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha e Índia são responsáveis por 60% do total global, com gastos combinados de US$ 1,6 trilhão, de acordo com novos dados publicados hoje pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI), entidade que serve de referência para a coleta de informação sobre orçamentos militares.
A carga militar global — a parcela do produto interno bruto (PIB) global dedicada aos gastos militares — aumentou para 2,5% em 2024.
De acordo com o levantamento, mais de 100 países em todo o mundo aumentaram seus gastos militares em 2024. “À medida que os governos priorizam cada vez mais a segurança militar, muitas vezes às custas de outras áreas orçamentárias, as compensações econômicas e sociais podem ter efeitos significativos nas sociedades nos próximos anos”, disse Xiao Liang, pesquisador do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.
Aumento dos gastos europeus eleva o total global
Os gastos militares na Europa e Rússia aumentaram 17%, chegando a US$ 693 bilhões. O aumento da região foi o principal responsável pelo incremento global em 2024. “Com a guerra na Ucrânia em seu terceiro ano, os gastos militares continuaram aumentando em todo o continente, levando os gastos militares europeus para além do nível registrado no final da Guerra Fria”, disse a entidade.
Os gastos militares da Rússia atingiram um valor estimado de US$ 149 bilhões em 2024, um aumento de 38% em relação a 2023 e o dobro do nível de 2015. Isso representou 7,1% do PIB da Rússia e 19% de todos os gastos do governo russo. Os gastos militares totais da Ucrânia cresceram 2,9%, chegando a US$ 64,7 bilhões. Com 34% do PIB, a Ucrânia teve o maior ônus militar de todos os países em 2024.
“A Rússia mais uma vez aumentou significativamente seus gastos militares, ampliando a diferença de gastos com a Ucrânia”, disse Diego Lopes da Silva, pesquisador sênior do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI. Segundo ele, a Ucrânia atualmente aloca todas as suas receitas fiscais para suas forças armadas. “Em um espaço fiscal tão apertado, será um desafio para a Ucrânia continuar aumentando seus gastos militares”, afirmou.
Vários países da Europa Central e Ocidental registraram aumentos sem precedentes em seus gastos militares em 2024, à medida que implementaram novas promessas de gastos e planos de aquisição em grande escala. Os gastos militares da Alemanha aumentaram 28%, chegando a US$ 88,5 bilhões, o que a torna a maior gastadora da Europa Central e Ocidental e a quarta maior do mundo. Os gastos militares da Polônia cresceram 31%, chegando a US$ 38,0 bilhões em 2024, o que representa 4,2% do PIB do país.
‘Pela primeira vez desde a reunificação, a Alemanha se tornou o maior gastador militar da Europa Ocidental, o que se deveu ao fundo especial de defesa de 100 bilhões de euros anunciado em 2022’, disse Lorenzo Scarazzato, pesquisador do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.
Membros da Otan
O estudo que serve de principal referência para o setor de defesa indicou que todos os membros da Otan aumentaram seus gastos militares em 2024. O total de gastos militares dos membros da Otan foi de US$ 1,5 trilhão, ou 55% dos gastos militares globais. Dos 32 membros da Otan, 18 gastaram pelo menos 2,0% do PIB em suas forças armadas.
Os gastos militares dos EUA aumentaram 5,7%, chegando a US$ 997 bilhões, o que representou 66% dos gastos totais da OTAN e 37% dos gastos militares mundiais em 2024.
Uma parte significativa do orçamento dos EUA para 2024 foi dedicada à modernização das capacidades militares e do arsenal nuclear dos EUA a fim de manter uma vantagem estratégica sobre a Rússia e a China.
Já os membros europeus da Otan gastaram US$ 454 bilhões no total, representando 30% dos gastos totais da aliança.
“Os rápidos aumentos de gastos entre os membros europeus da OTAN foram impulsionados principalmente pela atual ameaça russa e pelas preocupações com o possível desengajamento dos EUA dentro da aliança”, disse Jade Guiberteau Ricard, pesquisadora do Programa de Gastos Militares e Produção de Armas do SIPRI.
Gastos militares no Oriente Médio aumentam
Os gastos militares no Oriente Médio atingiram um valor estimado de US$ 243 bilhões em 2024, um aumento de 15% em relação a 2023 e 19% a mais do que em 2015.
Os gastos militares de Israel aumentaram 65%, chegando a US$ 46,5 bilhões em 2024, o maior aumento anual desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Sua carga militar aumentou para 8,8% do PIB, a segunda maior do mundo. Os gastos militares do Líbano aumentaram 58% em 2024, chegando a US$ 635 milhões, após vários anos de gastos menores devido à crise econômica e à turbulência política.
Os gastos militares do Irã caíram 10% em termos reais para US$ 7,9 bilhões em 2024, apesar de seu envolvimento em conflitos regionais e de seu apoio a representantes regionais. O impacto das sanções sobre o Irã limitou severamente sua capacidade de aumentar os gastos.
China completa 30 anos de aumento de gastos
A China, o segundo maior gastador militar do mundo, aumentou seu orçamento no setor em 7,0%, chegando a um valor estimado de US$ 314 bilhões, marcando três décadas de crescimento consecutivo.
“A China foi responsável por 50% de todos os gastos militares na Ásia e na Oceania, investindo na modernização contínua de suas forças armadas e na expansão de suas capacidades de guerra cibernética e de seu arsenal nuclear”, diz o estudo.
Os gastos militares do Japão aumentaram 21%, chegando a US$ 55,3 bilhões em 2024, o maior aumento anual desde 1952. Sua carga militar atingiu 1,4% do PIB, a maior desde 1958. Os gastos militares da Índia, o quinto maior do mundo, cresceram 1,6%, chegando a US$ 86,1 bilhões.
Brasil tem queda em gastos militares
Na América Latina, o destaque vai para os gastos militares do México, que aumentaram 39%, chegando a US$ 16,7 bilhões em 2024, principalmente devido ao aumento do financiamento para a Guarda Nacional e a Marinha, que estão envolvidas na resposta militarizada do governo ao crime organizado.
Já o Brasil caiu da 18ª posição entre os maiores orçamentos militares do mundo para a 21ª posição. Em 2024, o país destinou US$ 20,9 bilhões, uma redução de 0,4% em comparação ao ano de 2023 e 14% a menos que em 2015.
Há dez anos, o Brasil destinava 1,4% do seu PIB para o setor militar. Em 2024, essa taxa caiu para 1%.
Em 2024, a Guiana registrou o maior aumento percentual anual em gastos militares do mundo. Os gastos da Guiana aumentaram 78% para US$ 202 milhões em meio ao aumento das tensões depois que a vizinha Venezuela reivindicou unilateralmente a disputada região de Essequibo em março de 2024.
O instituto apontou que não é possível fornecer uma estimativa dos gastos militares da Venezuela devido a dados econômicos não confiáveis desde 2017.
CNN BRASIL – Edição: Montedo.com
Respostas de 11
Para de falar em investimentos na Força Montado. Tem que investir no Homem.
Um Sd ganhando 10 mil operando um fuzil de mil, é bem mais efetivo do que um soldado ganhando mil e operando um fuzil de 10 mil.
A tropa quer salário e não investimento em material para apresentar em milhões de formaturas para velhos e políticos fardados.
Mas pra bancar brincadeira com cavalo tem orçamento.
Brasil não precisa de forças armadas.
Se algum dia precisar contrata os mercenários.
Se tirar o dinheiro pra torneio de Polo melhora.
O buraco e mais embaixo. As Remunerações de Ten para baixo Estão uma merreca. Não é deixando de fazer um torneio de Polo que vai melhorar a vida financeira dos militares. Falta vontade politica e comprometimento do Alto Comando da FFAA.
Os caras se aposentam aos 46 anos, aposentam as filhas com dinheiro do trabalhador, e ainda querem que o estado compre seus brinquedos caros para fazer foto nas formaturas, ja que estamos longe de qualquer guerra, nossas fronteiras estao definidas e o pais mais rico da américa latina que faz fronteita não produz nem papel higiênico.
É o fim.
Enquanto isso, as praças na míngua
E Você deve estar mamando na teta dos cumpanheiro com o dinheiro do contribuinte.
Nada.
Sou militar.
Mamando eu estou, pego um fuzil sem municao e fico em forma, mesma coisa que um recruta faz, mas ganho muito mais.
Se você é oficial, ganha mais ainda para isso.
Nós mamamos demais. Pena só não aposentarmos a filha como major/general de brigada.
Mas vamos que vamos
Está cada vez mais complicado, mas cada vez parece a mesma vez dos últimos 4 anos, será que esticadora de vento deixou seu legado!?
A realidade nem sempre é a que vc imagina, as vezes o poder de fogo é necessário, alguma vezes temos cidades incendiadas, batalhão atacado e quem está na minha de frente é que irá correr riscos de morte ou perder a vida …esses brinquedos é importante para todos, não somente para quem imagina estar preparo para guerra, mas Também para as ações Ostensiva, onde ainda não se tem divisão de territórios. Por exemplo, já temos terras sem dono, com poder paralelo tomando conta e as cervejinhas sendo distribuídas.
Exéricito não tem que alocar recurso com atribuição de município e Estado!!!
Nossa atribuição é uma.
Se fosse para comprar caminhão pipa, que os dessem aos bombeiros, seriam usados todos os dias ao invés de ficar fazendo moldura para a formatura.
Sabe qual o maior problema?
Você sequer sabe a que veio. Não sabe o que deve fazer. Não tem o que fazer. As atribuições da União são definidas, assim como as dos Estados e Municípios. E o exército tem uma função primária específica que você agora coloca em segundo plano.
Não sabemos nem nosso propósito.
Estamos mal!!!!