Nota do Supremo afirma que Barroso nunca disse que a Corte derrotou Bolsonaro, e sim o voto popular; em 2023, presidente do STF declarou em Congresso da UNE: ‘nós derrotamos o bolsonarismo’
Adriana Victorino
O Supremo Tribunal Federal (STF) reagiu neste sábado, 19, às críticas feitas em artigo da revista The Economist que diz que o ministro Alexandre de Moraes tem “poderes excessivos” e que o tribunal enfrenta “crescentes questionamentos”. Em nota assinada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, o STF defendeu a atuação de Moaes e negou que haja uma crise de confiança na instituição.
“O enfoque dado na matéria corresponde mais à narrativa dos que tentaram o golpe de Estado do que ao fato real de que o Brasil vive uma democracia plena, com Estado de direito, freios e contrapesos e respeito aos direitos fundamentais”, afirmou o tribunal.
A Corte ainda respondeu a crítica de que Barroso teria dito que o STF “derrotou Bolsonaro”. “O presidente do Tribunal nunca disse que a Corte ‘defeated (derrotou) Bolsonaro’. Foram os eleitores”, aponta a nota.
Em julho de 2023, durante congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), o ministro afirmou: “Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”. Questionado, à época, o STF disse que a frase referia-se ao voto popular “e não à atuação de qualquer instituição”, e o próprio ministro usou suas redes sociais para se retratar e dizer que tinha se referido ao “extremismo golpista”.
Em artigo da última quarta-feira, 16, The Economist criticou ‘concentração de poder’ dos ministros do STF e chamou Alexandre de Moraes de ‘juiz estrela’ Foto: Reprodução/The Economist
A revista inglesa afirmou que o Supremo poderia agravar sua crise de confiança diante dos brasileiros caso o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguisse na Primeira Turma do tribunal, em vez de ser levado ao plenário. O texto também fez críticas a Barroso, aos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, e apontou que Moraes tem “poderes excessivos” nas decisões da Corte.
Em resposta, o STF afirmou que o julgamento de ações penais contra autoridades segue o rito previsto no procedimento penal, que determina que esses casos sejam analisados pelas turmas, e não pelo plenário. “Mudar isso é que seria excepcional”, destacou a nota assinada por Barroso.
Barroso rebateu a sugestão de suspender Moraes do julgamento de Bolsonaro. Segundo ele, o ex-presidente ofendeu quase todos os integrantes do Supremo e, “se a suposta animosidade em relação a ele pudesse ser um critério de suspeição, bastaria o réu atacar o tribunal para não poder ser julgado”. Ele ainda classificou Moraes como um juiz que “cumpre com empenho e coragem o seu papel, com o apoio do tribunal, e não individualmente”.
O STF também negou que exista uma crise de confiança na instituição e citou dados do Datafolha, divulgados em março de 2024, para sustentar o argumento. Ao mencionar os dados, no entanto, Barroso usou o percentual atribuído ao Poder Judiciário como um todo, cuja confiança é maior, se comparada à da Corte, com 24% que confiam muito, 44% que confiam um pouco e 30% que não confiam.
Segundo a pesquisa, 21% dos entrevistados disseram confiar muito no Supremo, 44% confiam um pouco e 30% não confiam. Para a Corte, isso demonstra que a maioria da população mantém algum nível de confiança no tribunal.
A nota ainda destacou que decisões monocráticas citadas pela revista foram posteriormente ratificadas pelos demais ministros. Entre elas, a suspensão do X (antigo Twitter), que foi determinada pela ausência de representante legal da empresa no Brasil, e não por algum conteúdo publicado na plataforma. A medida foi revertida após a indicação de um representante.
“Todas as decisões de remoção de conteúdo foram devidamente motivadas e envolviam crime, instigação à prática de crime ou preparação de golpe de Estado”, declarou o STF.
Barroso afirmou ainda que, apesar de a reportagem citar “algumas das ameaças sofridas pela democracia” no País, deixou de mencionar as tentativas de invasão da sede dos três Poderes em Brasília nos ataques de 8 de janeiro por uma “multidão insuflada por extremistas” além das tentativas de explosão de bomba no STF e no aeroporto de capital. A nota cita ainda o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro Alexandre de Moraes.
“Foi necessário um tribunal independente e atuante para evitar o colapso das instituições, como ocorreu em vários países do mundo, do leste Europeu à América Latina”, concluiu Barroso.
ESTADÃO – Edição: Montedo.com
Respostas de 10
Creio que esses ministros vivem no Sítio do picanha pau amarelo
Como não tem crise de confiança?
Há muito que essa Corte não “diz o direito” (de jurisdicere = jurisprudência).
Não passa de um grande balcão de negociatas. Lá, as capas dos processos tem nome.
Sem contar nos escritórios que representam muitas partes com pendências no STF, cujos causídicos são familiares de muitos ministros (esposas, filhos, sobrinhos, etc, etc).
E ainda se arvoram como protetores da Constituição.
Sei…
Aihm, Eu sou de direita mas o Bolsonaro fala muito palavrão e muita besteira, por isso não vou votar nele.
Ass: Intelectuloide de Direita
Deixa de mi-mi-mi. Eu não sou coveiro.
Não ,não disse. Está tudo gravado, assume que é partidário e pronto, mas ser covarde e mentiroso é mais duas qualidades aos semi deuses da suprema corte das bananas do brasil…
O pessoal ficam mentindo e espalhando Fakes são os robôs do Bolsonaro ainda trabalhando e querem de qualquer maneira desacreditar o STF. Quem não deve não precisa temer. O próprio montedo em 2017 estava fazendo a galinha virtual para ajudar o Bolsonaro e o que tem. Nada.
Vá aprender concordância, antes de escrever.
Essa sim e a verdadeira ditadura da tOGA e ninguem vê isso…
Lógico que não há crise na corte, são todos da mesma laia praticamente, a discordância é com o povo brasileiro.
Os tribunais superiores são os únicos em que o eleitores podem exercer o direito quanto a escolha de sua composição. Os ministros são indicados por quem foi eleito e sabatinados pelo Senado que tem a prerrogativa de retira-los do cargo. Tanto o Presidente da República quanto os Senadores são eleitos por voto majoritário, quem lá está é porque recebeu mais votos. Se estão descontentes cobrem dos Senadores, nenhum Assumiu o cargo graças a legenda.