Exército alerta Governo

FORTE APACHE DF

O nosso exército está atento para a corrida armamentista mundial
Gil Reis*
O mundo hoje está se defrontando com o andamento de uma nova “guerra fria” e ninguém pode prever o que irá ocorrer em futuro próximo. O exército brasileiro tem se defrontado com uma crise sem precedentes com dificuldades em vários setores e não fiquem imaginando que as grandes dificuldades que as forças armadas brasileira se restringem no texto que estou expondo ou que começaram no governo atual. Há anos e durante vários governos os militares tem ido boicotados como se a defesa do nosso país não fosse importante.
Recentemente chegou a se comentar, nas redes sociais a substituição das forças armadas por milícias populares. Felizmente não chegaram a se transformar em fatos reais, eram apenas boatos, falsidades e mera fofoca de gente desocupada com a finalidade de causar insegurança. Já durante este ano a CNN publicou a matéria “Exército alerta governo sobre escalada bélica e tenta proteger orçamento”, assinada por Daniel Rittner e Jussara Soares, que em razão da relevância transcrevo trechos.

“Em um cenário global de escalada dos conflitos e ampliação do gasto militar, o Exército Brasileiro está preocupado com a possibilidade de cortes nos investimentos em defesa. O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025 ainda não foi votado e prevê R$ 133 bilhões para as Forças Armadas, mas quase 90% disso é para despesas obrigatórias (custeio e pessoal), sendo apenas uma pequena parcela destinada a reequipamento e modernização. Para o Exército, segundo oficiais do Alto Comando ouvidos pela CNN em caráter reservado, a volta de Donald Trump à Casa Branca precipitou uma mudança em que o mundo saiu do estágio de ‘paz relativa’ para ‘competição’ bélica.

Isso significa aumento das tensões, inclusive regionais, com os países gastando mais em armamentos e se preparando para o cenário de guerra. Em 2024, de acordo com o britânico Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), os gastos militares cresceram 7,4% e chegaram a um recorde de quase US$ 2,4 trilhões. Enquanto isso, projetos estratégicos de defesa têm sofrido cronicamente com cortes e dilatação dos cronogramas de entrega para se adaptar ao orçamento disponível no Brasil. O temor, agora, é de que as Forças Armadas sejam alvos preferenciais do governo — como tem ocorrido historicamente — no congelamento de despesas que deve sair ainda no primeiro semestre.

A equipe econômica, conforme já relatou a CNN, trabalha com uma perspectiva de contingenciamento e bloqueio orçamentário para cumprir a meta de déficit fiscal zero no ano. Ainda não se fala oficialmente em valores, mas o mercado prevê uma contenção elevada, como R$ 35 bilhões — número citado em relatório do Itaú Unibanco. Em conversas recentes, o comandante do Exército, Tomás Paiva, tem dito que as guerras em curso demonstram a necessidade de investir em drones. Ele também mencionou, a interlocutores, que o Brasil precisa acelerar o projeto de um segundo satélite geoestacionário para deixar as comunicações estratégicas e militares sem vulnerabilidade.

A capacidade do primeiro satélite, que foi lançado e entrou em órbita em 2017, está perto do esgotamento. Em localidades remotas, por exemplo, o serviço de internet torna-se dependente dos serviços prestados por empresas como a Starlink. Tudo isso sem falar em investimentos mais regulares em equipamentos como veículos blindados e sistemas de defesa antiaérea — todos muito afetados ao longo do tempo por cortes orçamentários. Para o Exército, as guerras atuais se dão em seis frentes diferentes: terrestre, aérea, naval, espacial, cibernética e eletromagnética — dimensões que antes não estavam presentes (ou não com tanta força).

Os generais ouvidos pela CNN lembram que o crescimento dos gastos em defesa e as ameaças bélicas não têm ocorrido apenas em regiões distantes do Brasil. Eles mencionam, como exemplo, os movimentos recentes da Venezuela nas águas territoriais da Guiana e até a ameaça explícita de invasão do país pelo ditador Nicolás Maduro. Todos esses argumentos têm sido levados pelo Exército ao ministro da Defesa, José Múcio, e à equipe econômica em uma tentativa de sensibilização. O mantra ecoado pelos generais é de que as Forças Armadas entendem a situação econômica, estão comprometidas com a responsabilidade fiscal e têm dado suas contribuições ao longo do tempo — principalmente com os cortes orçamentários em projetos estratégicos.

Mas que, agora, um novo cenário global foi estabelecido e requer máxima atenção. Oportunidade Além da questão do reequipamento da própria força, o Exército vê uma oportunidade de aumento das exportações e consolidação da base industrial de defesa nesse cenário. O general Tomás Paiva se reunirá na primeira semana de abril, por exemplo, com o comandante do Exército da Polônia. O encontro ocorrerá à margem da LAAD, maior feira de defesa da América Latina, no Rio de Janeiro. Em alerta máximo por causa da guerra na Ucrânia e do medo de hostilidades por parte da Rússia, a Polônia — pertencente à Otan — anunciou recentemente a intenção de treinar todos os homens em idade ativa para um eventual conflito. Falou até na possibilidade de buscar armas nucleares para sua proteção. A União Europeia flexibilizou suas regras fiscais para gastos militares depois do bate-boca entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky no Salão Oval da Casa Branca.

O Exército Brasileiro enxerga boas possibilidades de empresas nacionais elevarem suas exportações, mas destaca a necessidade de financiamento e garantias creditícias. Em novembro de 2024, ainda faltando dois meses para o encerramento do ano, o Ministério da Defesa celebrou um recorde nas exportações brasileiras de produtos de defesa: US$ 1,65 bilhão. No entanto, alguns temas preocupam, como a situação da Avibras. Uma das mais tradicionais empresas do setor, ela está em recuperação judicial e todas as negociações para sua venda fracassaram até agora. Uma nova proposta foi colocada à mesa recentemente. Ela prevê aportes de US$ 500 milhões de um consórcio formado por Brasilinvest, Abu Dhabi Investiment Group, GF Capital e Akaer.”

A matéria não se limita a criticar a falta de recursos para o exército, vai mais longe e cita a necessidade de maior apoio à nossa indústria bélica que tem sido bem sucedida em termos de exportação de seus produtos, o que nos dá a nítida impressão que tal indústria tem sofrido com o ativismo que campeia o nosso país contra as exportações em geral. Vamos usar o título do livro do Gabeira e perguntar – ‘que país é este?’.
O leitor deve ter percebido que não costumo abordar problemas brasileiros até porque, como outros que possuem pelo menos um pouco de inteligência, ainda não conseguimos entender o que se passa na cabeça de alguns brasileiros que se deixam contaminar pelo ideário entreguista de fatiamento do Brasil como se fossem vende-lo aos pedaços.

“Uma nação que separa a criação de seus guerreiros da criação de seus estudiosos, terá seus pensamentos formulados por covardes e suas guerras travadas por imbecis.” Tucídides, historiador grego.

* Consultor em Agronegócio
GAZETA DO AMAPÁ – Edição: Montedo.com

Respostas de 22

  1. Sorte que nós so precisamos de arma para fazer formaturas, guardas de honra e continencia da guarda, tudo caríssimo para o contribuinte em termos de homem-hora

    1. Manda todo mundo embora, Só deixando os melancias. Quando houver uma Convocação para um conflito global, mande o MST e os Pão com mortadela para a batalha. A Única coisa que Não sai caro para o contribuinte São os assaltos aos cofres da União, como foi descoberto pela Lava jato.

      Um levantamento de peritos da Polícia Federal mostra que todas as operações financeiras averiguadas nas investigações da Lava Jato somam R$ 8 trilhões. O PIB do Brasil em 2015 alcançou R$ 5,9 trilhões. (https://epoca.globo.com/politica/expresso/noticia/2017/01/valor-movimentado-na-lava-jato-soma-r-8-trilhoes.html).

      1. Pode ser.
        É o que fizemos quando houve, ha 80 anos, uma “convocação para um conflito global)…

        Chamamos a pm e os NPOR.

        Agora toma seu remedinho, não haverá outro “conflito global”, gostamos de samba e cachaça, não de guerras, aliás temos medo de arma com munição.

        São 330 mil inativos e pensionistas hoje.
        Se fosse colocar na ponta do lapis o dinheiro gasto com esses inativos aos 47 anos e suas respectivas filhas, daria para bancar os maiores exércitos de mercenários do mundo quando ocorresse o “conflito global”.

        Amigão: O PAÍS VERMELHO NÃO EXISTE! É faz de conta, essa nação perigosa e perversa não Existe kkkkk

        1. Será que o dinheiro gasto com os inativos e pensionista, É mais que o rombo nos cofres da Nação, descoberto pela Lava Jato? Claro que Não! KKKK

        1. Claro que Não! Paloci e os donos das empreiteiras que arrombaram os cofres da Nação, fizeram Delação e foram machos de verdade. Admitiram que o Cachaça comandava o maior esquema de Corrupção no mundo feito por um governo.

  2. Há 31 anos atrás, quando ingressei no EB, e quando nem se cogitava nessas preocupações levantadas pelo autor do texto, o recruta executava apenas 20, 25 tiros em todo o Serviço Militar.

    E isso se perdurou durante o tempo em que estive na ativa. Em certo ano de inatrução, numa OM em que servi, foram apenas 15 tiros!!

    Lá atrás não vi nenhuma movimentação para “alertar o Governo”.

    Ou seja, há muito que as fA deixaram de ser “operacionais” e vocacionadas para a sua atividade-fim.

  3. Estamos num cenário onde não tem históricos recentes de guerras, somos o maior Exército da América do Sul, situação sob controle e tranquilidade total. É aquela velha história; mares calmos não fazem bons velejadores, mas por outro lado tenho acompanhado algumas teses de mestrado do IME – Instituto Militar de Engenharia e podemos dizer que o pessoal é muito bom, mas falta investimento em pesquisa nas áreas sensíveis de interesse nacional. Vejamos pelo lado bom, não estamos no oriente médio, não somos a Ucrânia, mas se houver uma guerra com a Venezuela podem ter certeza que haveria uma transformação total na doutrina militar brasileira e sairíamos desses ostracismo de mais de um século, pois o ultimo conflito que participamos foi a guerra do Paraguai. Esperamos que nunca se repita, são sequelas eternas….Mas um exercito pode ficar 100 anos sem guerra mas nem pode ficar 100 dias sem se preparar para a guerra, pois a manutenção da paz passa pela prontidão!!

  4. Tem que se produzir armamento no Pais, não comprar de fora, porque haja despezas, com compra de Armamento, A tropa tem que ter , um vencimento digno, como tem a alta cúpula , da Fôrça Hoje, para ao menos ter uma moradia digna e poder sustentar sua familia com dignidade.ok não esta acontecendo hoje, Triste não

  5. E mas nao vai ser com esse modelo ultrapassado de exercito de conscrito que vamos mudar de patamar. O aumento de gastos militares para Modernização das FA tem que ser mais amplo do que colocar dinheiro na mao de generais sem uma Visão clara do queremos. A defesa nacional nao pode ficar apenas nas maos dos militares, num mundo moderno como de hoje, temos algumas aberracoes como NPOR, soldados conscritos, e um efetivo muito maior na reserva do que na ativa.

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