Pesadelo americano: atentados de militares veteranos foram coordenados?

O boina verde Liveslberger e Jabbar serviram na mesma base e atacaram no mesmo dia // (///Reprodução)

Profissionais treinados para matar fazendo ataques terroristas abrem uma perspectiva terrível em dias que precedem posse de Trump
Vilma Gryzinski
É possível que tenha sido apenas coincidência? Que dois veteranos do Exército tenham agido isoladamente, um na matança em Nova Orleans no dia de ano novo; outro, apenas horas depois, explodindo um Cybertruck-bomba em frente a um hotel de Donald Trump em Las Vegas?

Há mais informações, até agora, sobre o terrorista de Las Vegas. Shamsud-Din Jabbar serviu o Exército em funções na área de TI, segundo diz num vídeo da época em que parecia ter tudo de um sujeito normal, usando com habilidade chavões motivacionais e outros do gênero. Tinha um bom emprego na auditoria Deloitte e tentou emplacar uma agência imobiliária.

Por trás disso, seu mundo desmoronava. Estava endividado, a agência tinha entrado no vermelho, dois divórcios encolhiam sua renda, morava numa casa caindo aos pedaços. Segundo o irmão, depois de se converter ao Islã, passou a ter um comportamento estranho. Na caminhonete Ford de cabine dupla em que avançou contra a multidão na mais famosa rua de pedestres de Nova Orleans, levava uma bandeira do Isis, o Estado Islâmico que, mesmo desmanchado no território da Síria e do Iraque que chegou a controlar, continuou a atrair seguidores em vários lugares do mundo para sua versão ultrarradical da religião muçulmana.

Os “lobos solitários”, como são chamados os terroristas que se radicalizam online e praticam atentados isolados, são um fenômeno tragicamente conhecido. O uso de carros como armas para atropelar o maior número de pessoas também. Jabbar, um homem negro com família de origem africana, conseguiu matar quinze.

Ele também serviu na mesma base militar, Fort Bragg, que o branquíssimo Matthew Liveslberger, um boina verde, como são chamados os membros das forças especiais do Exército. Estava de licença. Dirigindo o Cibertruck cheio de materiais explosivos improvisados, ele, felizmente, foi menos eficaz. Deu um tiro na cabeça e acionou os explosivos, deixando sete feridos leves, mas nem sequer trincou o vido da fachada do Trump Hotel de Las Vegas. A carroceria de aço do carrão futurista ajudou a “segurar” a explosão.

ÓDIO AO ESTADO
O local escolhido acrescenta uma outra dimensão. Estariam atacantes radicalizados sendo motivados pela posse de Trump, dentro de dezessete dias? Ou poderiam ter agido cada um com sua própria motivação, sem nenhum contato? O FBI afirmou que os atentados não tiveram relação, mas a polícia de Nova Orleans deixou as investigações em aberto.

Tanto ele quanto Jabbar alugaram os veículos usados nos atentados através de um aplicativo que é uma espécie de Airbnb dos carros. Os proprietários disponibilizam os veículos, os interessados os alugam sem maiores burocracias como passar por uma agência.

O autor do maior atentado individual da história dos Estados Unidos, Tim McVeigh, também tinha sido do Exército. Influenciado por uma ideologia ultraextremista de ódio ao Estado e suas instituições, ele explodiu um caminhão cheio explosivos feitos com fertilizantes agrícolas na frente de um prédio do governo federal de Oklahoma, matando 168 pessoas, incluindo 19 crianças, filhos de funcionários que usavam uma creche no local.

McVeigh foi condenado à morte e executado, por injeção letal, em 2001.

“JIHAD VEICULAR”
Inicialmente, o FBI disse que havia pelo menos outras quatro pessoas coordenando ações com Shamsud-Din Jabbar, mas a informação foi revista. O próprio terrorista colocou explosivos, em dois locais, num ato captado por câmeras de segurança. Depois, trocou de roupa para lançar a “jihad veicular”, como os fanáticos chamam atentados com carros contra pedestres. Fez cinco vídeos com declarações de apoio ao Estado Islâmico. Pensou, inicialmente, em matar a família, mas acabou escolhendo a Bourbon Street, a rua com mais baladas da festiva Nova Orleans, para deixar claro que era um ato da “guerra dos fiéis contra os infiéis”.

Um tio afirmou que Liveslberger “era um patriota” que tinha simpatia por Trump.

As duas hipóteses provocadas por ambos os casos são de arrepiar. Ou houve algum tipo de coordenação entre os autores dos atentados. Ou há militares ou ex-militares radicalizados em número suficiente para praticar dois ataques no mesmo dia.

MUNDIALISTA (veja) – Edição: Montedo.com

3 respostas

  1. Nenhuma novidade para o brasil, o EB todo ano manda para sociedade, afim de ser cooptados pelo trafico de drogas Of/Sgt/Cb/Sd: Comandos, Aux Comandos, PQD, Aux Guerra, Caatinga, Pantanal. Tudo que o trafico de drogas quer.

    1. Interessante, mas quando a gente abre o Google e digita “militares no crime” quase sempre é PM que tá envolvido, veja o resultado do clique no Google:
      – PM apoia facção criminosa e ataca a concorrente,
      – PM recebe propina de traficante para dar seguranca ao crime organizado,
      – PM mata família inteira e comete suicídio,
      – PM tem batalhão inteiro preso por ligação com milícias.

    2. Conversou inverdades, no mínimo é tapado! No EB vai para a reserva pessoal especializado mas com 50 anos ou mais, gente com cabeça madura que vai cuidar de netos e curtir família.
      Diferente da PM onde jovens com 30 anos tem o seu dia inteiro de folga durante a semana e vai facilmente ser cooptado pelo mundo do crime pois tem contato direto com esse mundo das milícias e organizações criminosas e muitos colegas já estão inseridos ….

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