FAB pode ajudar a investigar queda de Embraer 190 no Cazaquistão; suspeita é que avião tenha sido atingido por drones

O Embraer 190 estava a caminho da capital do Azerbaijão, Baku, para a cidade russa de Grozny, no Cáucaso do Norte, quando saiu de rota e tentou um pouso de emergência a 3 quilômetros de Aktau Foto: Issa Tazhenbayev/AFP

 

Ataques atingirem o sul da Rússia na manhã desta quarta-feira; alguns passageiros teriam ouvido uma explosão ao se aproximarem de Grozny

 

Brasília – A Força Aérea Brasileira (FAB) pode ajudar nas investigações a respeito do avião comercial azeri que caiu no Cazaquistão nesta quarta-feira (25), e está em contato com as autoridades de Astana.

Tanto Brasil quanto Cazaquistão são signatários da Convenção de Aviação Civil Internacional, que estabeleceu a Organização Internacional da Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês).

A organização indica que os Estados responsáveis por fabricação, projeto, operação e registro de aeronaves têm a prerrogativa de solicitar à nação onde o incidente ocorreu uma inspeção do avião e das evidências, que devem permanecer intactos até a vistoria, se for o caso.

O fato de o avião —modelo E-190 da Embraer— ter produção brasileira a princípio permite que o país participe das investigações por meio do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da FAB (Força Aérea Brasileira).

A FAB, no entanto, afirma em nota apenas que mantém contato com as autoridades de Astana para prestar eventual auxílio nas investigações.

“De acordo com os protocolos estabelecidos no Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional de 1944, cabe ao país em cujo território se deu um acidente aeronáutico instituir uma investigação sobre as circunstâncias da ocorrência, sendo, também, o responsável pela condução da investigação”, afirma a FAB, em nota, dizendo que, em um primeiro momento, cabe ao Cazaquistão iniciar a apuração.

“O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão brasileiro de investigação de acidentes aeronáuticos e representante acreditado do país de projeto e fabricação das aeronaves produzidas pela Embraer, está em contato com a agência cazaque para a prestação de um eventual suporte técnico que aquela autoridade julgue necessário”, completa.

O avião, da Azerbaijan Airlines, transportava 67 pessoas e caiu perto da cidade de Aktau, no Cazaquistão, nesta quarta-feira (25).

Destes, 38 morreram, enquanto os 29 sobreviventes, dos quais 3 são crianças, recebem atendimento hospitalar. Autoridades haviam anunciado inicialmente ter resgatado 32 do total de 62 passageiros e 5 tripulantes.

A aeronave tinha partido de Baku, a capital do Azerbaijão, e se dirigia a Grozni, capital da república da Tchetchênia, na Rússia.

O jato pode ter sido vítima da defesa antiaérea da Rússia. As condições da rota, relatos de passageiros e imagens de dentro e de fora da aeronave sugerem que ela foi atingida por estilhaços de um míssil ou de um drone interceptado.

Até aqui, as autoridades foram evasivas. Inicialmente, tanto o órgão regulador da Rússia, destino do voo da Azerbaijan Airlines, quanto do Azerbaijão falaram que o avião havia sido atingido por um bando de pássaros.

A versão desapareceu ao longo da tarde (manhã no Brasil), e os azeris falaram na “explosão de um balão” dentro do E-190, algo que não faz sentido ao pé da letra.

Sua rota é um dos indícios de que foi atingido: voando pela costa do mar Cáspio a norte e fazendo uma curva à esquerda, entrando pela república russa do Daguestão, sobrevoando sua capital, Makhachkala.

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