Segundo relatos feitos à CNN, grupo contesta versão de que General foi um dos que resistiram à tentativa de golpe
Um grupo de militares indiciados pela Polícia Federal no inquérito que concluiu ter havido uma tentativa de golpe de Estado no Brasil pretende promover uma ofensiva para apontar responsabilidade no episódio do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, segundo relataram fontes à CNN.
A investigação aponta que ele foi um dos dois comandantes de Força que rejeitaram assinar um decreto que instituiria um estado de defesa no país e que ele ameaçou prender o então presidente Jair Bolsonaro caso levasse a ideia adiante. O outro comandante que também teria se negado a assinar foi Baptista Júnior, da Aeronáutica.
Segundo relatos à CNN, indiciados — como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier — têm dito nos bastidores que isso nunca ocorreu, como mostrou a CNN em março.
Outros relatam que as próprias investigações mostram que o então ajudante de ordens de Bolsonaro e delator Mauro Cid repassava informações a ele. E que, durante o desenrolar dos acontecimentos nas semanas que sucederam a vitória de Lula sobre Bolsonaro, o comandante foi omisso e exerceu uma espécie de “resistência passiva”.
Acrescentam que nunca teria advertido os envolvidos no sentido de que parassem com o movimento. E se de fato era contrário, que o fato de não ter se manifestado nesse sentido o colocou em situação de prevaricação, tipo penal previsto para servidores que deixam de cumprir sua função.
Esses militares lembram que um fator que dependia exclusivamente dos militares, em especial do Exército, era desmobilizar o quanto antes as manifestações na frente dos quartéis. E que isso não ocorreu. Ao contrário, Freire Gomes assinou uma nota conjunta dos comandantes no dia 11 de novembro estimulando a permanência das manifestações.
Relatam ainda à CNN que no dia 29 de dezembro o Comandante Militar do Planalto quis retirar os bolsonaristas da frente do Quartel-General em Brasília, mas que Freire Gomes não deixou.
A CNN procurou Freire Gomes e seu advogado, mas eles não se manifestaram.
CNN BRASIL
6 respostas
Os acampamentos eram pacíficos, não fazia sentido ordenar que os militares fossem com violência pra cima dos manifestantes, só deixou de ser pacífica as manifestações no dia 08 de janeiro quando os manifestantes perderam a paciência e partiram para o quebra-quebra.
Se fosse um acampamento de moradores de rua, indígenas ou quilombolas teria tido o mesmo tratamento?
Ao “Kadu”:
Não se trata em absoluto de ir “com violência pra cima dos manifestantes”.
As FA sempre se dizem isentas, imparciais, do Estado e não desse e daquele governo. Assim deveria sim determinar aos comandantes de Unidades que se reunissem com os líderes dos acampamentos para se afastarem dos quarteis e montatem suas bases de manifestação em área distante. Se houvesse resistência que se convocasse polícia, Ministério Público, tudo seguindo a lei que tanto dizem velar.
Mas não. Teve quarteis em que o comandante ao chegar pela manhã elogiava os manifestantes e lhes dava apoio.
Esse é um comportamento de FA “do Estado”?
Toda e qualquer manifestação pacífica é salutar na Democracia – faz parte desse sistema. Mas na entrada dos quarteis e empunhando cartazes e faixas pedindo a intervenção das FA?!
A resposta é bem simples. Só não sabe quem não quer enxergar.
Não vai adiantar muito, pois o marketing político já o transformou em “heroi”.
Viraram motivo de chacota e vergonha em todos os sentidos da maioria dos brasileiros.
Qualquer leigo sabe que prevaricaram.