Religiosos militares investigados pela polícia do DF alegam inocência

Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito (Reprodução)

Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) instaurou inquérito para investigar conduta de dois padres e um diácono do ordenamento militar
Augusto Tenório
Os dois padres e o diácono investigados por um suposto esquema de corrupção na estrutura da Igreja Católica no âmbito das Forças Armadas negam ter cometido qualquer irregularidade. Os militares, dois do Exército e um da Marinha, são alvos de uma investigação a cargo da 2ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal.

Os investigadores apuram suposto desvio de dinheiro arrecadado por meio de doações, propina na contratação de empresas terceirizadas e superfaturamento na Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, na Asa Norte, em Brasília. Os militares em questão são o diácono Paulo Fontenele Figueira, do Exército; o padre Marcelo José de Sousa, também do Exército; e o padre Paulo Roberto Moliterno da Costa, da Marinha.

Eles são representados pelo mesmo escritório de advocacia. A defesa reclama que o inquérito policial é fruto de uma “denúncia apócrifa e inconsistente, na qual sacerdotes ilibados na condução da Capelania foram vítimas de uma grave acusação”. Confira a íntegra da manifestação:

“Todos os esclarecimentos sobre o caso foram apresentados para a autoridade policial e as informações se encontram aptas a serem confirmadas. Os sacerdotes apontados como envolvidos realizaram suas declarações e reforçam a inexistência de qualquer irregularidade na condução da Capelania.”

“Os livros de comprovação dos dízimos e valores recebidos na Capelania são auditados nos seus recolhimentos. Os contratos e comprovantes de pagamentos das empresas que prestaram serviços no local se encontram arquivados na paróquia, à disposição das autoridades competentes.”

“Todas as informações foram apresentadas de forma tempestiva e voluntária para a autoridade policial e os documentos físicos se encontram aptos a serem investigados para ratificar toda a lisura na gestão da paróquia.”

“Além disso, a denúncia anônima se arrasta desde 2023, sem apontar nenhum tipo de prova das graves alegações e o inquérito policial não apresenta indícios de equívoco ou má condução da administração da Capelania.”

A denúncia foi enviada ao Ministério Público Militar e encaminhada ao MPDFT em 2022. Depois, foi à Corregedoria-Geral de Polícia Civil do Distrito Federal e, posteriormente, transformada em inquérito policial. A investigação contra os padres e o diácono é conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia do DF.

Quem são os padres militares
O diácono permanente Paulo Fontenele Figueira está na reserva. Ele integrou o Quadro Auxiliar de Oficiais (QAO), grupo formado por militares chegaram ao oficialato após uma carreira como sargentos e subtenentes. Eles podem ascender ao posto de 2º tenente por merecimento e encerrar a carreira como capitães.C

Chefe do Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx), Marcelo José de Sousa é também o atual chefe da Capelania Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito. Ele entrou como aspirante em 1998, mesmo ano no qual foi promovido para segundo tenente. O militar se tornou tenente-coronel em 2017. Marcelo já foi capelão da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), da 15° Brigada de Infantaria Mecanizada, do Comando Militar do Planalto (CMP) e do Comando Militar do Leste (CML).

Paulo Roberto Moliterno da Costa é capitão de corveta da Marinha e assessorou o Arcebispo Ordinário Militar.

Paulo Cappelli (METRÓPOLES) – Edição: Montedo.com

2 respostas

  1. Não há motivos para gritarias. Se houve uma denúncia (queixa), apócrifa ou não, a Polícia irá investigar se há indícios de crime, não há o que temer.

    Quanto Serem Apócrifas, não lhe tira a legitimidade, sendo muito comum em órgãos públicos Tendo em vista possíveis perseguições veladas e cruzadas. No Exército Não É diferente, principalmente por possuir a própria justiça, fator de enorme probabilidade de Impunidade.

    Os envolvidos tem Sorte duas vezes pois, existe a Justiça Militar e, não estamos mais em uma época que poderiam ser mergulhados em óleo fervendo, se inocentes, nada lhes aconteceria, se Culpados, pareceriam de forma cruel, como muitos foram e, incrivelmente, todos mostraram-se culpados dos crimes a eles imputados.

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