Rosa da Fonseca, a “mãe dos sete macabeus”

Patrono da Família Militar, Dona Rosa é exemplo de dedicação, patriotismo, coragem e renúncia

Marcelo Barros
No dia 18 de setembro, o Exército Brasileiro celebrou o Dia da Família Militar, uma data que homenageia Dona Rosa da Fonseca, conhecida como a “Mãe dos Sete Macabeus”. Patrono da Família Militar, Dona Rosa é lembrada por sua dedicação, patriotismo e pelo exemplo de coragem e renúncia diante das dificuldades vividas por sua família durante a Guerra da Tríplice Aliança.

A História de Rosa da Fonseca e Seus Filhos Militares

Rosa Maria Paulina da Fonseca nasceu em 18 de setembro de 1802, na região que hoje faz parte do município de Marechal Deodoro, em Alagoas. Sua vida foi marcada por desafios e superações. Em 1824, ela se casou com Manoel Mendes da Fonseca, major do Exército Imperial, superando os preconceitos da época devido às suas origens indígenas e escravas. Juntos, formaram uma família numerosa, com dez filhos, sendo oito homens que seguiram a carreira militar.

Seus filhos participaram ativamente da Guerra da Tríplice Aliança, um dos conflitos mais importantes da história do Brasil. Durante a guerra, a família sofreu perdas profundas: três de seus filhos morreram em combate. O Alferes Afonso Aurélio morreu na Batalha de Curuzu; o Capitão de Infantaria Hyppólito, na Batalha de Curupaity; e o Major de Infantaria Eduardo Emiliano, na Batalha de Itororó. Mesmo diante dessas tragédias, Dona Rosa demonstrou uma força impressionante, expressando que a vitória da Pátria valia mais do que a vida de seus próprios filhos.

Entre os filhos que retornaram vivos ao Brasil após a guerra, dois se destacaram nacionalmente: o Marechal Deodoro da Fonseca, Proclamador da República e primeiro presidente do Brasil, e o General de Brigada João Severiano da Fonseca, que se tornou o Patrono do Serviço de Saúde do Exército. Além disso, seu neto, o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, também se tornou presidente do Brasil, de 1910 a 1914. A história de Rosa da Fonseca é um exemplo de patriotismo e amor incondicional à Pátria.

O Exército Brasileiro reconheceu a importância de Rosa da Fonseca ao nomeá-la Patrono da Família Militar. Sua vida é um testemunho dos valores que a instituição preza: dedicação, renúncia e um profundo senso de dever para com a nação. Dona Rosa é lembrada como uma “matriarca exemplar”, uma mulher que demonstrou desprendimento, amor e resignação, mesmo nos momentos mais difíceis.

Seu papel como Patrono da Família Militar simboliza a compreensão e o apoio necessários para a vida daqueles que servem nas Forças Armadas. O sacrifício de Dona Rosa e sua visão sobre a importância da vitória da Pátria acima das adversidades pessoais a tornaram uma inspiração para todos os militares e suas famílias. Ela é uma representação do espírito de sacrifício que muitas famílias militares conhecem e vivenciam, estando muitas vezes afastadas de seus entes queridos em função do dever.

O Significado do Dia da Família Militar

O Dia da Família Militar, celebrado em 18 de setembro, é uma data dedicada a homenagear e reconhecer o papel vital das famílias na vida dos militares. A vida na caserna muitas vezes exige longos períodos de afastamento e desafios que impactam não só os militares, mas também suas famílias. Pais, mães, esposas, maridos e filhos enfrentam juntos as dificuldades e compreendem que a nobre missão de defender o País é uma responsabilidade que ultrapassa os muros do quartel.

Essa celebração é uma forma de reconhecer e valorizar o apoio incondicional que as famílias oferecem aos militares, garantindo que estejam prontos para cumprir suas missões em defesa da Pátria. É um reconhecimento do amor, do espírito de sacrifício e da dedicação que são necessários para sustentar aqueles que juraram proteger o Brasil, mesmo que isso signifique enfrentar separações e perigos. Dona Rosa da Fonseca, com sua história e legado, é o símbolo perfeito dessa força e resiliência, inspirando as famílias militares a continuarem firmes em seu papel.

Com informações e imagem do EB

DEFESA EM FOCO – Edição: Montedo.com