Polícia procura homem acusado de dopar e asfixiar médica do Exército

Rosângela da Silva Santos do Nascimento — Foto: Reprodução

Para a polícia civil, Rosângela da Silva Santos do Nascimento foi vítima de feminicídio; namorado da vítima é o principal suspeito do crime
Isabelle Resende

Rio de Janeiro – A Polícia Civil faz buscas para tentar localizar um homem suspeito de matar a médica Rosângela da Silva Santos do Nascimento, no Cachambi, Zona Norte do Rio. A mulher de 41 anos foi dopada e asfixiada. O crime aconteceu em março do ano passado no apartamento onde a vítima morava. Na época, o então ex-namorado da vítima alegou à polícia que a médica tinha cometido suicídio. Elton Hilton Herculano de Lima, de 34 anos, é considerado o principal suspeito do crime. Na última quarta-feira, a 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro expediu um mandado de prisão contra ele e desde então, Elton é considerado foragido.

Elton Hilton é considerado foragido — Foto: Reprodução

Segundo a família, Rosângela, que era capitã do Exército, namorava há pelo menos quatro anos o suspeito. A militar contava aos pais que já não suportava o relacionamento, mas tinha medo de terminar devido às ameaças que Elton fazia. À polícia, o pai da vítima relatou que a filha se queixava das atitudes do namorado, que frequentemente ele era grosseiro e violento. Segundo o boletim de ocorrência, no dia do crime, ao chegar no apartamento de Rosângela, Elton encontrou a namorada desacordada, caída no chão da sala e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os socorristas ainda tentaram reanimá-la, mas sem sucesso.

De acordo com o laudo do Instituto Médico-Legal, o corpo de Rosângela apresentava marcas roxas no pescoço e no tórax, compatíveis com sinais de asfixia. Além disso, foram encontrados indícios de intoxicação no organismo da vítima: o exame toxicológico apontou o uso de duas substâncias — benzodiazepínico e opióide — que, associadas, levaram a depressão respiratória.

Imagens das câmeras de segurança do edifício da vítima mostram o suspeito chegando no apartamento da vítima por volta das 22h20. Elton carregava uma mochila e um saco plástico, que segundo a polícia, continha um sanduíche. Cerca de vinte minutos depois, ele entra no elevador novamente, desta vez sem camisa e apenas com o celular nas mãos. Ele se olha no espelho e segue até a portaria. Às 23h, o suspeito retorna com um paramédico. Enquanto os paramédicos estão no apartamento, ele vai para o corredor e aparece falando ao telefone celular andando de um lado para o outro.

Elton Hilton chegando ao apartamento da médica Rosângela — Foto: Reprodução

O pai de Rosângela contou em depoimento que, por volta das 22h, recebeu um telefonema do celular da filha e que, ao atender, Elton pediu que ele fosse até o apartamento da médica. Ao perguntar o porquê, o suspeito desligou o telefone. Em seguida, Elton voltou a ligar e não disse o que estava acontecendo e desligou no telefone novamente. O pai de Rosângela conta que, somente na terceira ligação, Elton disse que era para ele ir ao local porque sua filha estava morta.

Ao chegar no prédio, o idoso ainda contou que foi impedido de subir pelo namorado da filha e que só depois de muita insistência ele conseguiu entrar no apartamento. No depoimento prestado à polícia, o pai de Rosângela disse que Elton não demostrava estar nervoso ou chocado com a situação.

Pouco depois do corpo da vítima ter sido removido, Elton voltou ao apartamento acompanhado de uma mulher, que segundo a família de Rosângela seria amante do suspeito. Os dois aparecem juntos subindo no elevador. Os familiares da médica contam que encontraram o apartamento todo revirado e que alguns pertences como joias e o celular da vítima desapareceram. Elton também é acusado de ter se apropriado dos cartões de crédito e do carro de Rosângela. Ele também fez saques de mais de R$ 10 mil da conta bancária de Rosângela.

Logo após o crime, o suspeito trancou a matrícula na Unisuam, em Bonsucesso, onde estudava Direito, e não foi mais localizado para prestar depoimento. A mulher que foi ao apartamento da médica após o crime também prestou depoimento, mas negou à polícia que tivesse um relacionamento íntimo com Elton.

Segundo a cunhada de Rosângela, Elton ainda compareceu ao enterro da capitã do Exército. Usando roupas prestas, ele ainda abraçou os familiares da namorada, ofereceu condolências e ainda chorou durante a cerimônia.

— Seus olhos inchados e o tom de voz abalado convenceram a maioria dos presentes de que ele estava devastado pela perda. Ele conseguiu manter a fachada de um namorado enlutado, fazendo com que ninguém suspeitasse de seu envolvimento no crime — conta Roberta Ferreira.

O GLOBO – Edição: Montedo.com

7 respostas

  1. Não aceitava perder a boquinha que o relacionamento proporcionava. Eles não aceitam que a pessoa termine o relacionamento, devido ao sentimento de posse. Lixo de pessoas, um covarde!

  2. amigo, suzane von richtofen fez concurso pata o TJ-SP no último domingo, esperar o que desse país?
    pelo que li ela alterou o nome, retirou o nome von richtofen e já tem até um filho de um novo casamento. esse nosso país é uma maravilha.
    acusações contra marcelo odebrecht retiradas pelo STF e por aí vai…

    1. Qual seria o problema? Afinal as pessoas não podem se regenerar? Se não tiver chance o ex detento voltará a delinquir, mas esqueci para alguns todos devem morrer ou não se regenera.

  3. Ao Dura Lex Sed Lex disse: 12 de setembro de 2024 às 08:36

    Não te entendi camarada, quer dizer que pra esse que matou a médica militar no seu comentário você disse:

    Dura Lex Sed Lex disse: 10 de setembro de 2024 às 13:23
    “Lixo de pessoas, um covarde!”

    Agora para a senhora Suzane o senhor diz que o ser humano pode se regenerar e não foi qualquer morte, foram as mortes dos próprios pais, você acha que realmente quem mata seus próprios genitores tem que ficar livre, ter a ficha limpa, fazer concurso público como um cidadão comum que não matou nem uma formiga?

    meio contraditório seus comentários, mas se você realmente acha que ela tem que ter o direito de ficar livre depois de assassinatos cruéis dos próprios pais, tranquilo.

    não sou defensor de bandido e nem um ser humano perfeito pra acusar os outros, só acho que se ela fosse uma pessoa de família humilde, talvez ficasse presa por muito mais tempo até mesmo por engano e não ter cometido nenhum crime como já vimos vários casos.
    A meu ver matar já é algo cruel, matar pai e mãe deveria ser no mínimo prisão perpétua quiçá pena de morte!

  4. Se regenerar é uma coisa, matar pai e mãe e sair da cadeia como se tudo fosse um conto de fadas é outra. ela tinha sim que trabalhar dentro da cadeia pra pagar o tempo que ela permaneceu lá.
    enquanto não avançarmos com as leis, crimes bárbaros como matar pai e mãe ou desse da médica continuarão acontecendo e os assassinos voltam para o meio da sociedade como se nada tivesse acontecido no passado. queria ver se ela tivesse matado algum parente seu, se você falaria em regeneração de assassinos frios e calculistas.

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