Governo publicou na quarta-feira as regras para o alistamento feminino no Exército, na Marinha e na Aeronáutica, que passará a ser permitido a partir do ano que vem
Jeniffer Gularte e Paulo Assad — Brasília e Rio
Depois de ingressarem nas Forças Armadas por meio das academias de formação de oficiais e suboficiais, as mulheres também poderão engrossar as fileiras dos soldados. O governo publicou na quarta-feira as regras para o alistamento feminino no Exército, na Marinha e na Aeronáutica, que passará a ser permitido a partir do ano que vem. Mas, ao contrário dos homens, que são obrigados a se apresentar a uma unidade militar ao completar 18 anos, a inscrição será voluntária.
De acordo com o ministro da Defesa, José Múcio, serão preparadas preparadas acomodações, com adequações em quartéis, para receber o novo contingente.
— Temos que adaptar instalações, formas de trabalhar, porque agora elas não vão entrar para trabalhar em hospitais, em escritório. Agora vão para o combate. Ter o mesmo tratamento que tem os soldados. Vão pegar em armas, treinar tiro, pular obstáculos. É uma vitória muito grande. O crescimento não pode ser assim de repente. A Aeronáutica já tem muitas mulheres, mas todas em postos de escritório. Não é isso que a gente deseja — afirmou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O professor Luiz Goldoni, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), reforça a necessidade de a infraestrutura militar se adaptar a novas demandas que irão surgir com as mulheres soldados:
— Deve-se pensar em questões básicas, como banheiros, alojamento. Mas é algo que já tem sido debatido no comando há muito tempo — disse Goldoni, lembrando que já há militares do sexto feminino em um dos cursos “de mais alto nível” na Eceme. — É uma novidade quando se fala da infantaria, da cavalaria.
Professor de Direito Público da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, Felipe Fonte lembra que o alistamento como soldado pode ser uma porta de entrada para pessoas de baixa renda.
— O serviço militar tem um papel instrutivo. Eles dão educação, alimentação, tem um papel disciplinar. E há décadas você tem uma liberação por excesso de contingente. Eles nem aproveitam todos os que seriam os potenciais conscritos. Não faz nenhum sentido impedir que mulheres tenham acesso ao serviço militar por essa porta — avalia.
Até agora, mulheres podiam entrar nas Forças Armadas apenas por meio de concursos públicos para cargos de sargento e oficial ou para atuação na área de saúde, ensino e logística. As Forças Armadas têm, atualmente, cerca de 37 mil mulheres, o que corresponde a 10% do seu efetivo. O alistamento do ano que vem ofertará 1,5 mil vagas para o sexo feminino.
— Hoje a Força Aérea tem mais ou menos 20% de mulheres. O Exército tem, acho que 14 mil, mas esse percentual, diante do que nós queremos, é muito baixo. Nosso projeto é chegar até 20%. Estamos entusiasmados para dar certo. O trabalho é espontâneo. Acho que as primeiras nos ajudarão a estimular as outras — disse Múcio.
Em julho, o ministro presidiu a formação das 114 primeiras fuzileiras navais do Brasil no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (Ciampa), em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. A formatura já foi avaliada pela Marinha, como um “marco na inclusão e na igualdade de oportunidades nas Forças Armadas”.
Com as regras divulgadas na quarta-feira, o Brasil se une a ao menos 18 países que permitem a participação de mulheres na linha de frente de suas ações militares. A lista é composta pelos Estados Unidos, a Estônia, a Finlândia, a Romênia, a Suécia, a França, a Alemanha, a Dinamarca, a Lituânia, os Países Baixos, a Noruega, a Polônia, a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia, Israel, a Eritreia e a Coreia do Norte.
Semelhante ao sistema que será introduzido no Brasil, a maior parte dos países não tem alistamento militar obrigatório para mulheres. Mas há exceções, como Israel, Eritreia e Coreia do Norte, com histórico de envolvimento constante em conflitos armados. No continente europeu, apenas Noruega e Suécia obrigam homens e mulheres a se alistarem. No início do ano, a Dinamarca anunciou planos para incluir mulheres no alistamento obrigatório.
Atiradoras russas
O emprego regular das mulheres em combate começou a se difundir na segunda metade do século passado, até para suprir baixas de guerra masculinas em conflitos com grandes perdas humanas. Na II Guerra Mundial, quase 1 milhão de soviéticas atuaram como franco-atiradoras ou mesmo em conflitos corpo a corpo. Apenas uma franco-atiradora, Roza Shanina, ficou famosa por matar mais de cem alemães no front russo.
A história ficou oculta depois do fim do conflito porque a ditadura de Joseph Stalin não queria admitir que recorreu ao sexo feminino para enfrentar os nazistas. A importância dessa participação foi detalhada em “A guerra não tem rosto de mulher”, livro da jornalista bielorussa Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Nobel de Literatura em 2015. Mas o volume com relatos de veteranas do front foi publicado apenas em 1985. Hoje, a Rússia enfrenta soldados mulheres na invasão da ex-república soviética da Ucrânia: cerca de 5 mil ucranianas se alistaram para combater os soldados de Vladimir Putin.
Antes de formarem pelotões, as participações isoladas de mulheres em guerras ficaram na história. Na França, Joana D’Arc comandou tropas contra os ingleses na Guerra dos Cem Anos e terminou queimada como bruxa por suas habilidades militares — para ser canonizada pela Igreja Católica em 1920, quase 500 anos depois de sua morte.
No Brasil, Maria Quitéria tornou-se oficialmente heroína da Independência ao ser a primeira mulher a servir o Exército, na guerra contra os portugueses na Bahia, que só terminou em 1823. Ela chegou a se disfarçar de homem para poder lutar e teve seu valor reconhecido pelo imperador Pedro I.
16 respostas
Eu, como especialista, não tenho nada pra dizer, só o silêncio vai falar por mim…
Srs encarregado de pessoal já deem uma papirada na legislação de licença gestante pq vai ser a mais utilizada
E muita PJ, kkkkkkkk.
Ainda está faltando a inclusão das mulheres trans, Homossexuais masculino e feminino e os binários. Nós próximos governos Lula essa será a nossa nova realidade.
esse moço, o Dura, entoa com orgulho o “Hine” Nacional:
“des filhes deste solo”…
Quanta frescura, mas o aumento do soldo nada né !!!!!!!!!!!!!
Não era Força 40?
Sem aumento acho que vou virar mascate e vender tinta de cabelo nos Quartéis e clubes Militares, vai bombar.
Agora vai ter sindicância para apurar supostas descriminação, assédio moral, sexual e outras istorinhas.
Os comandantes e o governo não estão nem um pouquinho preocupados com isso.
O único interesse deles é a “lacração” do “momento histórico”.
Se não haverá instalações apropriadas, que os comandantes de OM “se virem”. O governo só quer os dividendos da “lacração”.
Pena que para quem está na tropa as coisas não serão assim tão “cor de rosa”.
Não vejo nenhum general vindo a público falar de reajuste para seu pessoal.
A reposição da inflação seria necessário para todos que não tiveram com o bolsonaro 73%.
Portanto, os altos estudo não precisariam de reajuste, apenas quem não foi agraciando.
Também seria necessário 20% para aqueles que não ocupam imóvel funcional, principalmente quem mora em cidades como São paulo, Rio , Recife, etc.
Sobre as mulheres, sejam bem-vindas, com os respectivos direitos e DEVERES. Se for para “ingles ver” não vai dar certo.
a única preocupação deles é o aumento do orçamento para comprar “míçel” e, principalmente, garantir o pagamento dos 73% do Adic AE Cat I.
enquanto isso… fim da minha promoção de QE a Sube e almento salarial dos prejudicado com a lei do meu pirão primeiro.
o amor só venceL p/ os privilegiados das FFAA.
presidente lule abandonou nois, os chão de fábrica das forças armadas do brazil brazileiro do brazil.
votei no Mito e me lasquei.
votei no Lule, me lasquei de novo.
nas próximas eleições pra presidente votarei no patrono dos QE, o deputado Glaubé Braga, minha última esperanssa.
Aumento??? Ano que vem o Soldo de um 3°Sgt saindo da formação será TRÊS salários mínimos.
Os Generais têm que fazer um curso com um pessoal das Seitas para aprender a pedir sem o mínimo pudor.
O TJ do Paraná terão auxílio educação, pós, mestrado, doutorado…viu o que é pedir sem nenhum pudor?
Vão se adaptar sim, fazendo o que mais sabem fazer, puxadinhos. Na instalação da Bda OP Esp em 2004 em Goiânia; o Pel de Manutenção e Transporte virou uma OM com Cmt e tudo, o então Destacamento de Apoio as Operações Especiais. Não ouvi falar, eu estava lá.
Dinheiro tem kkkkk
Nas FFAA já existe Militares trans e homossexuais. Claro que alguns saíram fora e mantem_se Desatualizados mas como dizem: todos precisam de urologista, todas de deGinecologista e todes de psiquiatra.
Sei não! Isso vai da M____A. Quem viver, verás.