Vídeo mostra queda de bombardeiro supersônico russo derrubado pela Ucrânia; ataques deixam oito mortos e 25 feridos

 

No total, 22 mísseis e 14 drones explosivos foram disparados contra alvos na Ucrânia, e 29 deles foram repelidos
Por AFP — Kiev, Ucrânia

A Ucrânia anunciou ter derrubado nesta sexta-feira um bombardeiro russo de longo alcance utilizado para o lançamento de mísseis de cruzeiro — a primeira vez que um armamento do tipo é repelido no ar desde o início da invasão do país, há mais de dois anos. No total, 22 mísseis e 14 drones explosivos foram disparados contra alvos na Ucrânia, deixando ao menos oito mortos e 25 feridos, segundo autoridades ucranianas. De acordo com a Força Aérea do país, 29 desses projéteis foram destruídos. Um vídeo publicado nas redes sociais flagrou o momento em que o bombardeiro Tupolev-22M3 cai sem controle na região de Stravropol.

“Pela primeira vez, unidades de mísseis antiaéreos da Força Aérea, em colaboração com os serviços de inteligência da Defesa ucraniana, destruíram um bombardeiro estratégico de longo alcance Tu-22M3”, afirmou o Exército ucraniano em um comunicado publicado nas redes sociais.

O serviço de inteligência militar ucraniano, o GUR, destacou que o impacto no ar aconteceu “a uma distância quase 300 km da Ucrânia” e que o bombardeiro “conseguiu voar até uma área de Stavropol”, no sul da Rússia, “onde caiu”.

O Ministério da Defesa da Rússia não confirmou que um de seus aviões foi alvo de disparos ucranianos.

Uma fonte militar, no entanto, declarou à agência estatal TASS que um bombardeiro supersônico Tupolev-22M3 “caiu na área de Stavropol após uma missão de combate, quando retornava para sua base”.

Segundo a mesma fonte, a aeronave não transportava armas a bordo.

O governador da região de Stavropol, Vladimir Vladimirov, declarou no Telegram que um Tupolev-22M3 caiu na região devido a um incidente “técnico” e que pelo menos um membro da tripulação morreu.

Dois tripulantes foram encontrados e os serviços de emergência procuram o quarto integrante da equipe, acrescentou.

Stravropol é uma região que fica ao leste da península anexada da Crimeia, cenário de vários ataques desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Aeronave Tu-22М3, da Tupolev — Foto: Tupolev/Divulgação

Na região de Dnipropetrovsk, no centro-leste da Ucrânia, ao menos oito pessoas, incluindo dois menores de 14 e oito anos, morreram e 25 ficaram feridas, contando uma criança de seis anos, durante os bombardeios noturnos da Rússia, informou o Ministério do Interior.

O Ministério alertou que o balanço de vítimas pode aumentar, à medida que as buscas avançam nos escombros dos edifícios residenciais que foram atingidos na cidade de Dnipro e em outra localidade próxima, Synelnykove.

Pressão por apoio de aliados
Após os ataques, o presidente Volodymyr Zelensky pediu mais uma vez a seus aliados que entreguem sistemas de defesa aérea para que as cidades do país possam se defender do “terror” de Moscou.

Os ministros das Relações Exteriores do G7 prometeram nesta sexta-feira “reforçar os meios de defesa aérea da Ucrânia” contra os ataques russos, ao final de uma reunião na ilha italiana de Capri.

No sábado, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (equivalente à Câmara de Deputados no Brasil) vai finalmente votar um pacote de ajuda de US$ 61 bilhões (cerca de R$ 305 bilhões), bloqueado há meses por divergências entre democratas e republicanos.

Inicialmente, a proposta fazia parte de um amplo pacote que incluía ajuda também a Israel e a Taiwan. No entanto, o presidente da Casa, o republicano Mike Johnson, decidiu separar a votação, enfraquecendo Kiev, que tem enfrentado desafios para conseguir apoio dos congressistas republicanos.

O diretor CIA, Bill Burns, alertou na quinta-feira que a Ucrânia pode perder a guerra com a Rússia até o final do ano, a menos que Washington envie mais ajuda militar.

Zelensky visitou nesta sexta-feira suas tropas no Donbass, leste do país, onde o Exército russo redobrou a pressão nos últimos meses. O presidente disse ter inspecionado “a construção de fortes”, uma das atuais prioridades do país para deter as tropas de Moscou.

O GLOBO

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