Cúpula do Exército defende general Freire Gomes e se irrita com vazamentos

O general Marco Antônio Freire Gomes assumiu o comando do Exército. — Foto: Divulgação/Exército

Ex-comandante do Exército garantiu uma transição pacífica entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo generais ouvidos pela CNN

Raquel Landim

A cúpula do Exército defende o general Marco Antonio Freire Gomes e está cada vez mais irritada com os vazamentos dos depoimentos sobre a suposta trama golpistas à Polícia Federal, apurou a CNN.

Na avaliação de generais ouvidos pela CNN, Freire Gomes garantiu uma transição pacífica entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Houve uma ameaça à democracia e a atuação dele garantiu que a transição ocorresse dentro da normalidade. Claro que ele não tem que ser elogiado por isso, mas foi o que ocorreu”, diz uma fonte.

A cúpula militar está muito irritada com os vazamentos dos depoimentos à Polícia Federal, porque limita a capacidade de respostas das Forças Armadas, já que o processo corre em sigilo.

Segundo revelou à CNN, Freire Gomes teria admitido que ouviu de Bolsonaro detalhes sobre a chamada minuta golpista.

Generais têm sido atacados nas redes após as notícias sobre o depoimento de Freire Gomes. Ele foi ouvido como testemunha.

Há questionamentos dentro do governo se o general se omitiu ao saber da minuta e ao não mandar retirar os acampamentos diante dos quartéis.

Para a cúpula militar, faltou uma determinação da Justiça para que Freire Gomes agisse e desfizesse o acompanhamento de onde saíram os golpistas para os ataques do 8/1.

CNN BRASIL

20 respostas

  1. O baixo nível da assertividade, a falta de ação de comando, a prevaricação e o desconhecimento dos deveres institucionais do chefes militares são preocupantes, pessoas que passam décadas supostamente preparando-se para o maior flagelo da humanidade, uma guerra, são incapazes de posicionar-se como líderes. A hipótese de um comandante de exército preferir aguardar ordem judicial para fazer algo do seu mister, desocupar o entorno das unidades militares mostra a fragilidade do país face a eventuais ameaças a sua soberania.

    1. Caso o General tivesse tomado uma atitude acertada em botar para correr esse monte de desocupados que estavam plantados nas frentes dos Quartéis pelo Brasil inteiro, esse militar seria exonerado no mesmo dia pelo falso Messias e substituído por um que que fizesse o jogo do Jair. Parabéns General… entregue, por inscrito, os nomes de todos aqueles que eram a favor de um golpe a mando do Mito.

      1. Ou seja, pelo seu pensamento, o general não deu ordens para desmontar o acampamento para não perder seu cargo, não prejudicar sua carreira.

        E ainda o elogia por essa atitude?

    2. O seu comentário foi o mais perfeito de todos os que já li sobre esse assunto.

      Foi na mosca!!!

      É isso mesmo.

      O resto são narrativas.

  2. Agora querem culpar o judiciário? Para com isso. O judiciário só age se for provocado.

    Esse corporativismo é que mata.

    todos os Generais da cúpula do Bolsonaro eram golpistas, sim, e não golperam a democracia por terem medo de perder a boa vida, construida por anos, e por não acreditar que desse certo sem o apoio do ocidente. Acovardaram-se porque quem tem…tem medo.

    Agora, é trabalhar para sobrar só para o Jair. fiquem tranquilos, podem até se safar, mas não enganam a todos.

    1. Perfeito!

      E acrescento: todos que integravam o Alto Comando das três Forças até o “8 de janeiro” deveriam ser imediatamente exonerados de seus atuais cargos e passados à Reserva, pois todos são suspeitos: não prenderam ninguém e não denunciaram ninguém.

    2. De tudo que já li sobre o assunto “golpe”, penso que essa “cúpula” à época era formada por três grupos, em relação às tratativas para o golpe:

      1. Os “aloprados”: queriam subverter o regime de governo e participaram ativamente dessas tratativas;

      2. Os “indiferentes”: ficavam calados, ouviam e participavam de reuniões sobre o golpe, mas não aderiam e nem condenavam.

      Aguardavam para ver o que aconteceria: se o golpe desse certo, dariam as caras como adesistas e cobrariam seus “dividendos”; se desse errado, se mostrariam como contrários ao golpe desde o início.

      3. Os “moitas”: faziam de tudo para não participar de nenhuma reunião sobre o golpe, em prol de suas carreiras. Estavam sempre em busca de suas zonas de conforto. Verdadeiramente, não tiveram nenhuma participação. Faziam questão de não saber nada sobre o assunto.

      Pois bem, hoje os “indiferentes” e os “moitas” se apresentam como herois, como “salvadores da pátria”. Mas na verdade foram tão “golpistas”, em suas omissões, quanto os aloprados em suas ações.

      P.S.: quisessem fazer a coisa certa, só existiam duas opções para quem não concordava com essas tratativas:

      A) prender, quem podia prender, e denunciar ao pGR; e

      B) pedir exoneração do cargo e Reserva.

      Simples assim.

  3. “…faltou uma determinação da justiça…” para desmontar os acampamentos.

    Ou seja, a “operação-culpar-terceiros” para justificar a omissão – ou até condescendência -, começou.

    Essa do apoio é fácil explicar. A maioria já integrava o grupo até o 8 de janeiro e, portanto, foram testemunhas das tentativas do golpe.

    Não apoiar, deixaria suas responsabilidades à mostra.

    O essencial, e que estão escondendo, é o seguinte:

    – ninguém deu ordem de prisão aos aloprados que falaram sobre golpe.

    – ninguém denunciou os aloprados a quem de direito: o PGR.

    Agora estão posando de “herois”.

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