Com sua firmeza sem exibicionismo, o oficial do Exército conseguiu, ao enfrentar o sistema bolsonarista, impedir o retorno do Brasil a uma nova ditadura
Euler de França Belém
O presidente da República é o chefe supremo das Forças Armadas — acima dos almirantes, brigadeiros e generais e do ministro da Defesa.
Então, uma ordem do presidente deve ser cumprida pelos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha. Trata-se de cumprir a lei.
Se Jair Messias Bolsonaro, de 68 anos, presidente entre 2019 e 2022, informasse que os acampamentos golpistas, postados nas portas de batalhões militares, não deveriam ser desmontados, o comandante do Exército teria de cumprir a determinação.
O general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército na época dos acampamentos sediciosos articulados pelas novas vivandeiras, poderia ter “contestado” o presidente da República? Poderia. Assim como, se quisesse, Jair Bolsonaro poderia afastá-lo do cargo.
Possivelmente para não descumprir uma ordem — ou insinuação, sabe-se lá —, o que levaria ao seu afastamento, o general Freire Gomes não desafiou o presidente, um gestor destemperado e avesso à legalidade, ao respeito àquilo que é institucional.
As informações divulgadas indicam que, se não fosse o general Freire Gomes — com o apoio do brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica —, Bolsonaro, com o aval de militares inativos e ativos, teria conseguido dar um golpe de Estado.
Ao impedir o golpe de Estado, o general Freire Gomes deveria ser tratado como herói da República. No entanto, a Imprensa — parte significativa, ao menos — se perde em discussões estéreis e, até, pueris.
Ah, diz-se, o general Freire Gomes, ante o anúncio de que Bolsonaro planejava um golpe, chegando a consultá-lo, deveria ter “prendido” o presidente. O oficial deveria ter combatido uma ilegalidade, a proposta de golpe, com outra ilegalidade, o desrespeito ao chefe do Executivo federal?
Os profetas da santidade, como alguns analistas da GloboNews, podem dizer, e sempre dirão, que Freire Gomes “prevaricou”. Examinar um documento — ainda que uma “minuta” pró-golpe — é um dever dos subordinados. Para corroborá-lo ou não.
Na verdade, munido de um realismo absoluto — sempre necessário ante questões complexas e que podem piorar a democracia —, Freire Gomes fez o certo: disse, de cara, que era contra o golpe de Estado.
Ao se posicionar contra o golpe, sendo representante do Exército, a força suprema, Freire Gomes impediu a sua consecução.
O general nem precisaria ter endossado a proposta de golpe. Bastaria ter ficado indeciso, titubeante, que Bolsonaro, com o apoio dos generais Walter Braga Neto e Augusto Heleno (e vários outros), teria levado o golpismo adiante. E, sendo assim, estaríamos hoje, não discutindo o assunto, mas, silentes, sob o tacão de uma ditadura… com censura e tudo mais.
Bolsonaro, Augusto Heleno e Braga Netto são “viúvas” militares de Costa e Silva, Emilio Garrastazu Médici e Sylvio Frota, os chefões da linha dura nos quartéis do Exército e, dois deles, presidentes da República.
Uma ditadura militar com o trio Bolsonaro, Augusto Heleno e Braga Neto não teria a ver com os governos de Castello Branco, Ernesto Geisel e João Figueiredo — generais mais moderados —, e sim com os governos mais cruentos, os de Costa e Silva e Emilio Médici.
Então, com sua firmeza sem exibicionismo, Freire Gomes conseguiu, ao enfrentar o sistema bolsonarista, impedir o retorno do Brasil a uma nova ditadura. Como não quis apoiar o golpe, o general foi chamado de “cagão” por Braga Netto.
Mas é muito melhor ser um “cagão do bem”, pró-democracia, do que um “durão do mal”, contra a democracia.
Aqueles que cobram um legalismo excessivo de Freire Gomes, jogando para as plateias politicamente corretas — aquelas que aplaudem os certinhos (que, muitas vezes, nem o são) —, deveriam observar o que está acontecendo hoje no Brasil. Vivemos numa democracia.
Mas, se não fosse Freire Gomes e outros militares — que merecem o aplauso público da sociedade —, estaríamos, possivelmente, sob uma ditadura — e das mais cruentas.
13 respostas
cacequi no Rio Grande do sul Devemos erguer em Sua Homenagem Um panteao. Pergunta ao povo o que acha desse bando…
Foi covarde.De heroi não tem nada.Melancia pura.
Porque ele foi covarde ????? Deixa seu comentário explicando.
Deixou os civis acampados na frente do Quartel e depois efetuo a maior ação de covarde; “perfidia”. Além de ir depor e não ser entregue ao depoente copia das suas declarações. Esse melancia jamais sera esquecido.
Os civis foram mantidos na porta dos Quartéis por ordem expressa do Ceboso. O CMT do Exército iria confrontá-lo? Por que o Min da defesa não se posicionou contra? A tal perfídia só Ocorreu em janeiro, Freire Gomes já não era mais o CMT da força. Honrou a farda, não foi cagão na frente da PF. Mais uma vez fez o que é certo, falou a verdade. João 8:32, Lembra dessa passagem tão alardeada pelo Ceboso? Pois é…
Sabe quem é o covardão…. o Mito… se mandou para os Estados Unidos e deixou os fanáticos para responder um tremendo processo junto a Justiça.
….heróis são os Praças Das FFAA que sobrevivem com salários Miseráveis e tem que aguentar esse Desgoverno que em 16 anos de PT nunca pensou no bem estar da Tropa!!!
Pelo menos a cada ano você tinha uns 5% de correção no seu salário. Acorde, tire essa bandeira das costas, o falso Messias só sabia humilhar praça lá no cercadinho.
A galinha depenada viva pelo mestre malvado também volta a ciscar na volta dele depois que este joga uns farelos pra penuda depenada e dolorida…PT nunca nos deu nada! Sempre foram farelos! Pare de ser galinha de comunista!
se este golpe acontecesse estaria no mesmo caminha da Venezuela, acorda bando de cara de pau, bolsonaro não passa de um ditador barato, parabéns GENERAL, não deixou estes cara de pau destruir com o Brasil.
Parabéns ao General Freire Gomes, com o advindo do baixo clero onde já era desconsiderado, no comando, estaríamos entrando numa situação crítica, os Estados Unidos seria o primeiro país a romper relações com o Brasil . PÁRIA INTERNACIONAL, seríamos, da noite para o dia!
Quanta gente cínica, inocente ou ignorante. Herói de que?
Se ele acha que vai sair ileso, com certeza vai pegar sua merenda.
Terá a guerra e a desonra.
a única coisa certa nisso tudo é que esses Generais não serve pra nada, se houvesse uma guerra aqui estaríamos todos perdidos com esses ( Heróis de Gabinete )