Zelenski diz que 31 mil soldados morreram, em primeira admissão de perdas durante a guerra

O reconhecimento de Zelenski sobre as perdas ocorreu num momento em que as Forças Armadas do seu país estão em desvantagem Foto: Sergey Dolzhenko/Epa/Efe

Número difere do fornecido pelas autoridades americanas, que falam em 70 mil mortos e algo entre 100 mil e 120 mil feridos
Cerca de 31 mil soldados ucranianos foram mortos desde que a invasão em grande escala da Rússia começou, há dois anos, disse o presidente Volodmir Zelenski neste domingo, 25, reconhecendo, pela primeira vez na guerra, um número concreto de vítimas da Ucrânia.

“É uma grande perda para nós”, disse em entrevista à imprensa em Kiev, capital ucraniana. Mas ele se recusou a divulgar o número de feridos ou desaparecidos, dizendo que a Rússia poderia usar a informação para avaliar o número de forças ativas da Ucrânia.

A contagem de Zelenski não pôde ser verificada de forma independente. Ela difere das estimativas das autoridades americanas, que, no meio do ano passado, consideraram as perdas muito mais elevadas, afirmando que perto de 70 mil ucranianos foram mortos e entre 100 mil e 120 mil ficaram feridos. As baixas militares da Rússia, disseram as autoridades, foram cerca de duas vezes maiores.

Ao revelar as perdas da Ucrânia, Zelenski disse que buscava fazer um contraponto à propaganda russa e outras estimativas que colocaram as baixas ucranianas num nível muito mais elevado.

O reconhecimento de Zelenski ocorreu num momento em que as Forças Armadas do seu país estão em desvantagem ao longo da maior parte da linha da frente de quase mil quilômetros, com as tropas russas lançando ataques no leste e no sul.

Há uma semana, Moscou capturou a cidade de Avdiivka, um reduto ucraniano no leste, e as suas tropas têm avançado lentamente para oeste nos últimos dias, tentando aproveitar seu impulso na área.

O principal general da Ucrânia, Oleksandr Sirski, disse ter ordenado a retirada das suas tropas de Avdiivka para “preservar a vida e a saúde dos soldados”, o que descreveu como o “maior valor” do Exército.

A Ucrânia tem um conjunto muito menor de soldados ao qual pode recorrer do que a Rússia e precisa preservar suas forças.

Os líderes militares da Ucrânia afirmam que precisam de mais tropas à medida que a guerra se arrasta para compensar as perdas no campo de batalha e resistir a mais um ano de combates.

Um projeto de lei de mobilização que poderá abrir caminho a um recrutamento em grande escala de até 500 mil soldados tramita atualmente no Parlamento da Ucrânia. Mas muitos no país temem que uma mobilização em massa possa provocar tensões sociais.

Tentando projetar otimismo, o governo da Ucrânia reuniu ministros e altos funcionários numa conferência em Kiev, no domingo, para revelar planos para o futuro, à medida que o país entra no seu terceiro ano de guerra com a Rússia./NYT

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