Ministro em exercício da Justiça e Segurança Pública aponta importância dos militares no plano federal para coibir a criminalidade. E se prepara para evento em Brasília, no dia 8 de janeiro, pela democracia
Samanta Sallum
Com Flávio Dino de férias oficialmente do cargo de ministro de Estado e se preparando para assumir a cadeira no Supremo, Ricardo Cappelli está no comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em meio aos preparativos da solenidade que marcará 1 ano dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o ministro em exercício afirmou ao CB Poder, em entrevista exclusiva, que as Forças Armadas têm papel estratégico no combate ao crime organizado.
“Não significa militarização da Segurança Pública. E, sim, uma ação integrada, de inteligência, como a experiência que está dando certo no Rio de Janeiro; e que poderemos expandir para outras regiões. Segurança Pública não é sair dando tiro a esmo na rua”, frisou.
Integração com Forças Armadas
Cappelli contou que, semanalmente, realiza reunião conjunta com a Polícia Federal, comandos do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, a Receita Federal e a PRF. “Unindo esses contingentes e atuações especializadas, temos uma gestão mais eficiente. Temos que otimizar o que temos, pois, devido ao equilíbrio fiscal do governo, não temos como aumentar o efetivo das polícias em nivel federal. Então, todos esses orgãos que reúnem servidores públicos podem participar dessa ação”, reforçou.
O braço direito de Flávio Dino confirmou a dobradinha com o Ministério da Defesa. “Eu e o ministro Múcio estamos nessa atuação conjunta”, disse.
A relação com o ministro Múcio e com o Ministério da Defesa é a melhor possível. Temos 13 mil homens da Polícia Federal (PF) para cuidar de 23 mil km de fronteiras, 16 mil km de fronteira seca e cerca de 7 mil km de fronteira marítima. Temos 12 mil homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para cuidar de mais de 75 mil km de rodovias federais. Temos cerca de 3 mil homens das Forças Armadas — 226 mil do Exército, 80 mil da Marinha e 65 mil da Aeronáutica — que podem nos ajudar nesse processo. Por que, então, não ajudar?
A GLO (Garantia da Lei e da Ordem) decretada pelo presidente, nos portos e aeroportos do Rio e de São Paulo — e que se estendeu para a Operação Ágata, na fronteira de Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso —, tem sido uma experiência muito rica e que, na minha opinião, pode ser estendida para outras regiões. A gente tem, pela primeira vez na história, na mesma mesa, reunindo toda semana, a PF, a PRF e a Receita Federal (RFB).
Aqui, registro e agradeço ao Ministério da Fazenda o empenho da Receita, que está dando uma contribuição muito grande. Então, PF, PRF, RFB e Exército, Marinha e Aeronáutica, todos unidos com um mesmo objetivo — que é melhorar e trazer mais eficiência para a segurança pública nos portos, nos aeroportos e nas fronteiras.
Se está funcionando bem com a integração, acredito que isso pode ser levado a outros estados. Volto a dizer: são todos servidores públicos. Às vezes, ficam com essa ideia de que são civis, são militares ou se está militarizando a segurança pública. Não se trata disso. Estamos conduzindo a segurança pública com as condições que temos no Brasil.
Há espaço fiscal para duplicar ou triplicar o efetivo da PF? Não. O presidente Lula assumiu o Brasil em condições fiscais difíceis e temos que trabalhar com aquilo que temos à mão. A colaboração das Forças Armadas não é em segurança ostensiva, não é em patrulhamento. É para reforçar a presença do Estado naquilo que é sua atribuição constitucional, no que diz respeito à segurança pública do governo federal, de portos, aeroportos e fronteiras.
A Receita tem aproximadamente 2,5 mil homens, apenas 35 postos aduaneiros e mais de 16 mil km de fronteiras. O mesmo trabalho em outros países — na Rússia ou nos Estados Unidos, por exemplo — é feito por mais de 60 mil pessoas. Existe espaço fiscal para multiplicarmos por 10, por 20, por 30 o efetivo da Receita? Não. Então, por que não, nesses lugares específicos, não contar com o apoio do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que tem homens muito preparados, treinados e compromissados com o país?
A palavra-chave da segurança pública no Brasil é integração. Precisamos unir esforços e todos os servidores que têm capacitação, expertise, que podem ajudar nesse trabalho, são bem-vindos.
“Nem situação e nem oposição “
Sobre a relação com as polícias civil e militar dos estados e que alas estariam influenciadas pelo bolsonarismo, o ministro faz uma aposta: “Em se tratando de Segurança Pública, não tem oposição e situação. O nosso foco, de todos, é combater o crime.”
Cappelli, que foi interventor federal na Segurança Pública do DF, de janeiro a abril, devido ao atos de vandalismo ocorridos na Esplanada dos Ministérios, afirmou que, apesar do episódio traumático, a situação está superada. “A nossa relação com o Distrito Federal é otima, com o atual secretário Sandro Avelar, que é delegado federal. Estamos acompahnhado de perto os preparativos para o evento do próximo dia 8”, frisou.
Na data, a pedido do presidente Lula, será realizada solenidade no Salão Negro do Senado como ato de fortalecimento da democracia. Paticiparão representantes dos Três Poderes, de diversas instituições e também de sociedade civil.
CORREIO BRAZILIENSE –Edição: Montedo.com
5 respostas
E nós contamos com o reajuste igual ao dos paisanos em 2025 e 2026.
E o reajuste, Podemos contar também?
Salário dos generais no Brasil: quanto acumulou o general Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente e ex-possível candidato a prefeito do Rio
Os salários dos generais são realmente altos no Brasil? Com dados verdadeiros cada cidadão pode fazer sua avaliação
por Sociedade Militar 27/12/2023
….enquanto Isso as carreiras da PF e PRF serão reestruturados mais o aumento do vale alimentação, mais o reajuste Lineardo Funcionalismo civil em quase 20%!!!
Salários dos militares, principalmente dos Praças, são Miseráveis!!
LULA É O PIOR PRESIDENTE PARA OS PRACAS DAS FFAA!!!
Caserna caiu na real….tem que se articular como as PM fizeram nos anos 90 e eleger seus representantes!
Realmente com a moral que o exército tá pode contar se tiver uma pintura de meio fio mato pra capinar fazer cri cri. Se nem um estacionamento o exército consegue tomar conta na frente da eceme guardador cobra estacionamento partir da 14:00 hs. Imagina contar pra usar em segurança pública vai passar vergonha. Até GM tá mais valorizado do que Forças Armadas.