Falta de informações sobre o caso concreto e dados vazados fora de contexto colocaram instituições sob suspeição, o que é condenado pelas fontes militares
Robson Bonin
Fontes militares dizem que o potencial escândalo do uso irregular de programas de inteligência na gestão de Jair Bolsonaro, alvo de investigação da Polícia Federal, até agora não chegou ao Exército.
Forças Armadas do mundo todo, assim como forças de segurança, contam com diferentes ferramentas em suas áreas de inteligência. O regramento para utilização desses equipamentos envolve protocolos sérios que são protegidos por tratarem de Segurança Nacional.
O alarme criado por causa das informações vazadas sobre a operação da semana passada colocou sob suspeição diferentes instituições que usam as ferramentas. O problema, dizem as fontes militares, não é ter o equipamento, mas sim fazer uso ilegal dele. “Ter o equipamento não significa, em absoluto, usá-lo fora de preceitos legais. A força atua dentro da lei”, diz uma fonte do Exército ao Radar.
O caso investigado pela PF, até onde se sabe, envolve o uso de uma ferramenta que aponta a localização de alvos pelo sinal do aparelho celular. A questão, diz um militar, é saber quem usou, a mando de quem e se as ações adotadas a partir das informações obtidas na ferramenta resultaram em outras ações de espionagem ilegal. “O que foi feito com essa informação obtida, em termos de uso político, também é algo crucial”, diz um militar.
Ao saber a localização de uma autoridade, os espiões poderiam seguir o alvo e até adotar outras práticas de monitoramento. Isso ocorreu? São muitas as informações pendentes de esclarecimentos, enquanto a decisão do ministro Alexandre de Moraes segue em sigilo no STF e a PF não apresenta dados oficiais.
“Ter o programa não torna ninguém suspeito. Essa comoção em torno do caso é provocada por informações divulgadas sem critério. É preciso aguardar para saber o que as investigações realmente confirmarão”, diz uma fonte da caserna.
RADAR(veja)
4 respostas
Eu sempre dizendo que arapongás era ilegal e que um dia ia dar merda. Ta aí o resultado, esse negócio de S2 ou inteligência de OM ficar fofocando a vida alheia é totalmente ilegítimo, ainda mais quando o militar é correto e ficam procurando quizumba para sacanear o militar. Eu uma vez fiz uma consulta para ver se existia prontuário e ter acesso a sua análise, disseram que isso não existia, todavia todos nós sabemos dessa mentira descarada.
Existe o conceito profissional do militar e o conceito “profundo do militar” que tem natureza Pessoal. Geralmente Comandantes enrolados, inaptos e desonestos se valem do “conceito profundo”.
Existe e eles fazem sim esse trabalho de “inteligência”. Sem falar nos famigerados “carrapatos”. Com esses “carrapatos” o eB adota a pena perpétua. O militar não tem direito a se regenerar de seus atos. Cometeu um deslize, “já era”. Perpetuamente será mal visto em todos os sistemas, graças aos “carrapatos”.
O paradoxo é que essas 2ª Seções não conseguem prevenir crimes como esse que ocorreu no arsenal de São Paulo.
Só servem mesmo para perseguir e “condenar perpetuamente” os próprios militares. De resto, são muito amadores na área de inteligência e contrainteligência.
As ações de inteligência não tem controle por sua própria natureza.