Ministérios responderam a requerimento da comissão e alegaram que imagens que mostrariam Walter Delgatti não estão mais disponíveis
Eduardo Gonçalves
Brasília – O Ministério da Defesa e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) informaram à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI do 8 de janeiro) que não têm as imagens dos dias em que o hacker Walter Delgatti teria ido à sede da Defesa e ao Palácio da Alvorada. O motivo seria a “capacidade limitada de armazenamento”.
A CPI pediu as imagens das câmeras de segurança desses locais entre os dias 1º de julho e 31 de dezembro de 2022. Delgatti contou à comissão que, nesse período, teve um encontro com o então presidente Jair Bolsonaro na residência oficial da Presidência e que, depois, participou de cinco reuniões com técnicos militares na sede da Defesa.
Delgatti está preso pela Polícia Federal (PF), acusado de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e de participar de um plano para tentar invadir as urnas eletrônicas e levantar vulnerabilidades no processo eleitoral do ano passado.
No texto enviado à CPI, a Defesa afirmou que o prazo de guarda do conteúdo das câmeras de segurança é de 30 dias. Depois disso, os arquivos são apagados para dar lugar aos novos arquivos. A pasta ainda complementa que essa “limitação” está passando por “redução”, “tendo em vista a quantidade de imagens e a qualidade das imagens, que atualmente estão consumindo maior espaço de armazenamento, exigindo que o sistema seja reiniciado a cada 15 ou 20 dias”.
Já o GSI explicou que as imagens só ficam disponíveis de “doze a catorze dias”. “Essa limitação se deve ao fato de a capacidade de armazenamento ser definida por variáveis, tais como: quantidade de câmeras existentes; qualidade da captação das imagens; e capacidade de armazenamento de dados do sistema, dentre outras possíveis”, diz o ofício.
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou anteriormente que não havia nenhum registro e imagem da ida de Delgatti ao prédio e que pretende abrir uma sindicância para apurar a responsabilidade dos militares com quem o hacker teria se reunido.
Sobre o encontro com Bolsonaro, o hacker declarou à CPI que o então presidente lhe pediu para assumir um grampo clandestino contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o orientou a ir ao ministério da Defesa.
O ex-presidente, por sua vez, negou que tenha feito esse pedido a Delgatti, mas não desmentiu a reunião. A defesa de Bolsonaro entrou com uma queixa-crime contra o hacker por calúnia.
O Antagonista
4 respostas
Que país é esse?
Somos amadores até no nível estratégico da administração.
Como falei Alhures, apagaram qualquer rastro da reunião entre os meliantes. Vivíamos no porão do crime.
Não esqueçamos que Dilma quando presidente, determinou a retirada de todas as câmaras de vigilância do Palácio do Planalto. O GSI do governo Temer reinstalou as Câmaras.
Basta rastrear o sinal do celular já que ele era monitorado à tempos.