Sargento auxiliar de Bolsonaro movimentou R$ 3,3 milhões e repassou parte para Mauro Cid

Cid e Sargento Reis

Com renda de R$ 13,3 mil, Luís Marcos dos Reis é citado em relatório do Coaf como militar que repassou recursos, incompatíveis com a renda, ao coronel que era ajudante de ordens do ex-presidente

Daniel Haidar
BRASÍLIA – O sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, que atuava na equipe dos ajudantes de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, movimentou em suas contas R$ 3,34 milhões entre 1º fevereiro do ano passado e 8 de maio deste ano. Com uma renda mensal de R$ 13,3 mil, ele recebeu dezenas de depósitos e repassou parte dos recursos para o tenente-coronel Mauro Cid, seu chefe e principal auxiliar de Bolsonaro.

Juntos, os dois militares movimentaram mais de R$ 7 milhões em transações atípicas, que foram comunicadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os dados foram enviados à CPMI do 8 de Janeiro a partir de requerimento do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Segundo o Coaf, os repasses de recursos de Reis para Cid são indícios de lavagem de dinheiro e foram incompatíveis com a renda do sargento, de R$ 13,3 mil no período analisado. Ele entrou para a reserva do Exército em 31 de agosto do ano passado, que sozinha lhe rende uma pensão de R$ 9,7 mil sem penduricalhos.

O Coaf já tinha apontado que Cid movimentou R$ 3,75 milhões em transações atípicas entre 26 de julho do ano passado e 6 de maio deste ano.

Só entre fevereiro do ano passado e 20 de janeiro deste ano, o sargento Reis recebeu R$ 1,5 milhão em uma conta bancária no Banco do Brasil. Parte desse dinheiro foi obtido em 105 transferências via Pix. No mesmo período, saíram de sua conta R$ 1,46 milhão, a maior parte em transferência bancárias. Ele repassou R$ 336,2 mil em Pix. O relatório do Coaf cita, sem dar detalhes, que o militar teve devolvidos 11 DOCs ou TEDs (transferências bancárias), no valor total de R$ 550 mil.

Antes de ser preso, o sargento Reis chegou a participar dos atos em Brasília que depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro.

Reis foi preso em maio sob suspeita de participação em um esquema que emitiu comprovantes falsos de vacinação contra a Covid-19. O sargento teria acionado seu sobrinho, o médico Farley Vinicius Alcântara, para preencher e carimbar um dos cartões falsos emitidos em nome da mulher de Cid.

Foram presos pela PF o ​tenente-​coronel Mauro Cid, o major d​a reserva​ Ailton Gonçalves Moraes Barros​, ​o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias João Carlos de Sousa Brecha​, ​o policial militar Max Guilherme, o sargento Luis Marcos dos Reis​ ​e o assessor ​​Sérgio Cordeiro Foto: Dida Sampaio/Estadão e Reprodução/Justiça Eleitoral e Redes sociais

Na operação que prendeu os envolvidos na fraude dos cartões de vacinação até mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro, também foram detidos o próprio Mauro Cid, os assessores do ex-presidente, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, o secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ) João Carlos Brecha e o militar reformado Ailton Gonçalves Moraes Barros, que foi candidato a deputado estadual no Rio pelo PL em 2022.

Dados do Coaf em relação à movimentação do coronel Mauro Cid já haviam indicado que o sargento Reis tinha repassado pelo menos R$ 82 mil ao seu superior.

“Considerando a movimentação atípica, sem clara justificativa e as citações desabonadoras em mídia, tanto do analisado quanto do principal beneficiário, comunicamos pela possibilidade de constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro”, diz o relatório do Coaf.

Procurada pelo Estadão, a defesa de Reis não quis fazer comentários ao relatório do Coaf.

“Não tenho autorização para comentar esse caso”, disse a advogada Dayane Rabelo Queiroz, do escritório Alexandre Vitorino Advogados, que defende Reis em um pedido de habeas corpus e no inquérito do suposto esquema falso de vacinação.

Diamantes de presente
Investigações da PF encontraram indícios de que Cid e outros aliados do ex-presidente montaram um esquema para vender no exterior joias e relógios que Bolsonaro tinha recebido como presidente da República e que deveriam ter sido destinados ao acervo da União.

A PF descobriu que dois relógios foram vendidos por Cid, pelo valor somado de US$ 68 mil (quase R$ 350 mil à época), em 13 junho do ano passado, durante uma viagem presidencial aos Estados Unidos. Outros presentes foram colocados em leilão nos Estados Unidos. A Polícia Federal diz ainda, com base em provas como conversas trocadas por meio de WhatsApp, que Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid, trouxeram dinheiro do exterior, obtido com a venda dessas joias, que foi transferido posteriormente para Bolsonaro.

ESTADÃO

8 respostas

  1. Esse Juruna/Qe deve que agradecer ao bozonaro, pois depois que virou soldado bozóide acabou se tornando o QE mais rico das Forças, mesmo que momentaneamente.

  2. Esse juruna ta rico!!! Chutou uma monte de Praças com altos Estudos, kkkkkkkkk!!!!! Risadas a parte, recebeu essa dinherama e devolveu ao chefe. A rachadinha foi elevada a política de governo federal, olha onde se chegou.

    1. “… RX do saco…” excelente. Mais fizerem também um ultra RX, aqueles tipo cinema que Veem até através de chumbo, do QGEX, o que mais se verá é essa imagem de QAO´S e Sub´s nessa posição.

  3. Nada que não foi visto antes nos 16 anos de Lalau e Nicolau…Seja multiplicando crianças no exterior ou estocando vendo no Brasil ( faísca e fumaça), isso sempre existiu….apenas não eram da Casta nobre …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo