Comandantes das Forças Armadas encontraram Jair Bolsonaro em segredo pelo menos três vezes no Alvorada, indicam e-mails enviados à CPMI
Eduardo Barretto, Edoardo Ghirotto
E-mails da Presidência apontam que Jair Bolsonaro teve pelo menos três reuniões secretas com comandantes militares nos dias seguintes à derrota nas urnas para Lula. Os encontros aconteceram no Palácio da Alvorada e foram omitidos das agendas de Bolsonaro e dos chefes das três Forças Armadas.
As reuniões constam de registros eletrônicos feitos pelo ex-ajudante de ordens Jonathas Diniz Vieira Coelho. Os e-mails dos auxiliares de Bolsonaro foram enviados à CPMI do 8 de Janeiro e obtidos pela coluna.
O primeiro encontro no Alvorada, onde Bolsonaro morava, aconteceu na manhã de 1º de novembro, dois dias após a vitória de Lula no segundo turno das eleições. A mensagem citou “Comandantes de Força”, ou seja, general Marco Antônio Freire Gomes, comandante do Exército; almirante Garnier Santos, comandante da Marinha; e tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica.
Também participaram da conversa, além do general Walter Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro, três ministros: general Paulo Sérgio Nogueira, da Defesa; Anderson Torres, da Justiça; e Bruno Bianco, da Advocacia-Geral da União (AGU). Na agenda publicada pelo Planalto, os comandantes e Braga Netto ficaram de fora.
No dia seguinte, em 2 de novembro, a agenda pública de Bolsonaro ficou vazia. A não divulgada, contudo, mostrou uma reunião de Bolsonaro das 15h30 às 17h15 naquele feriado de Finados. Os participantes: general Freire Gomes, comandante do Exército; almirante Garnier Santos, comandante da Marinha; e o senador Flávio Bolsonaro.
Em 14 de novembro, outra reunião no Alvorada foi omitida da agenda de Jair Bolsonaro, que ficou livre durante a tarde. Às 14h30, a agenda reservada voltou a citar “Comandantes de Força”, além dos ministros da Defesa, Justiça, AGU, Controladoria-Geral da União, Braga Netto e o almirante Flávio Rocha, secretário especial da Presidência.
GUILHERME AMADO(METRÓPOLES)
5 respostas
Será que estávamos em guerra e ninguém sabia?
Se deixasse somente o CM dar o golpe com seus possantes tanques queimando óleo, mesmo assim ele embarcaria na presepada. Ainda bem que os dois outros lúcidos não deixaram.
O Garnier tava doido para que um golpe pudesse ser instalado no país, como os demais comandantes não embarcaram nessa insanidade, de bira ele resolveu não passar o comando, uma falta de educação, como se isso fosse acarretar algo para a Marinha ou para o país, foi um pum fedido somente para ele.
Ele estava preocupado em salvar as joias.
O “Comandos” achava que não iam lembrar dele lá na Espanha. Creio que ainda vai ter mais.