Batalhão pivô de discórdia entre Lula e ex-comandante do Exército tem atuação estratégica

Cerimônia de passagem de comando no 1º Batalhão de Ações de Comandos Divulgação

Unidade que ajudante de ordens de Bolsonaro foi indicado para comandar fica a 200km de Brasília

Daniel Gullino

Brasília – Um dos motivos de discórdia entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda, a designação do tenente-coronel Mauro Cid para chefiar o 1º Batalhão de Ações e Comandos envolve o comando de uma tropa estratégica da Força. O 1º BAC, como é conhecido o batalhão, é uma unidade militar de elite, acionada para casos de alta complexidade — e que fica a 200km de Brasília, em Goiânia, um ponto considerado decisivo.

Lula demonstrou irritação com o fato de Arruda não cancelar a designação de Cid, que era ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, para o comando do batalhão. Cid foi escolhido para o posto em maio do ano passado, durante a gestão anterior, mas só assumiria em fevereiro.

Criado em 2002, o batalhão é subordinado ao Comando de Operações Especiais. O 1º BAC é acionado em situações que envolvem alto nível de preparo. É o caso, por exemplo, de operações de resgate ou de ataque a alvos que estejam em territórios considerados hostis, seja por estarem controlados por forças inimigas ou por serem em regiões de difícil acesso.

“É uma tropa altamente qualificada a operar sob circunstâncias e ambientes impróprios ou contra-indicados para o emprego de elementos de forças convencionais, sendo apta a cumprir variadas missões estratégicas e tidas como operacionalmente críticas”, de acordo com o Exército.

Os integrantes do batalhão têm bastante prestígio. O primeiro comandante foi Marco Antônio Freire Gomes, que anos depois chefiaria o Exército no último ano do governo Bolsonaro.

O historiador Francisco Teixeira, da UFRJ, que é especialista em assuntos militares, afirma que o BAC recebe “o que tem de melhor” dentro do Exército, tanto em recursos humanos quanto em equipamentos, e que está pronto para ser acionado a qualquer momento.

— Eles estão em permanente estado de prontidão e podem ser deslocados imediatamente para qualquer crise em qualquer lugar. O que ocorre é que ele está a um pouco menos de três horas de Brasília, e se for em meios rápidos, muito menos do que isso — avalia o professor.

De acordo com Teixeira, que foi professor de Cid na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), o tenente-coronel poderia instrumentalizar o batalhão:

— Ele, no comando desse batalhão, ele não só poderia fazer proselitismo, que é da natureza dele, mas ele também estaria com uma força que é uma arma poderosíssima nas imediações da capital federal. Ele poderia deslocar-se e poderia não deslocar-se. Poderia acontecer alguma coisa que fosse necessária (a ação do batalhão) e ele não cumprir.

O Globo/montedo.com

7 respostas

  1. Esse tal Francisco Teixeira, é especialista em fofocas, pois de assuntos militares ele não sabe nada…
    a única coisa que ele sabe é fazer Ilações “ele não só poderia fazer proselitismo, que é da natureza dele, … Ele poderia deslocar-se e poderia não deslocar-se. Poderia acontecer alguma coisa que fosse necessária (a ação do batalhão) e ele não cumprir”.

    1. No EB tem muito disso.
      Todos esses cursos não dão 2 dias de ação de um soldado da PMERJ.
      Só ver quantos inqueritos eles responderam ao longo da vida por enfrentamentos.
      Vale é o que fazemos no dia-a-dia.

      1. Tá de sacanagem, não sabe o que é o curso de comandos… O curso de operacoes especiais do BOPE-RJ foi uma adaptação do Curso de ações de comandos pra PMERJ…

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