Mesmo apta em todos os outros testes, Sabrina foi barrada na inspeção médica por não produzir hormônios após cirurgia de redesignação
Iran Giusti
Sabrina vive no Rio de Janeiro e, com mais 2.962 pessoas, prestou o concurso para o Serviço Militar Voluntário, mais especificamente como Oficial na Marinha do Brasil. Dedicada, foi aprovada em primeiro lugar na sua área técnica e passou com louvor também em todas as outras etapas, como verificação documental, verificação de dados biográficos, prova de títulos e testes físicos de corrida e natação. Porém, na inspeção médica, foi considerada inapta por ser uma mulher transgênero.
Por uma questão de segurança, o sobrenome de Sabrina está sendo preservado e o caso tem sido levado a conhecimento geral pela advogada Bianca Figueira, que também é mulher trans e militar reformada. “Ela foi inadmitida após passar por quatro inspeções de saúde por supostamente sofrer de hipogonadismo, por ela não produzir hormônios sexuais”, relata a advogada.
Bianca explica que Sabrina fez a cirurgia de redesignação sexual em 2016, onde foram retiradas suas gônadas, mais conhecidas como testículos. “Acharam uma brecha no edital para inadmiti-la só por ela ser trans. Foi uma transfobia velada”, aponta a advogada.
Sabrina abriu um processo questionando a decisão médica da Marinha para poder continuar no processo seletivo. O caso tramita na 19ª Vara Federal do Rio de Janeiro. A defesa pede ainda R$ 150 mil de indenização por danos morais. “A liminar pede que seja suspensa a decisão de inaptidão dela, por indícios de que esteja havendo transfobia, e que ela ingresse no Quadro de Oficiais Temporários (RM2), pois conseguiu ingressar por mérito próprio, sem cotas, sem nada, até maiores esclarecimentos sobre sua condição”, relata Bianca.
“A Marinha tem um histórico de vedação de direitos de pessoas trans. Até hoje são 4 militares reformadas por serem trans, enquadramento na extinta CID 10 F64.0 ‘transtorno de identidade de gênero’ e outras três militares que foram impedidas de utilizar nome social garantido pelo Decreto Federal 8.727/2016 e de utilizarem uniformes e cortes de cabelo de acordo com suas identidades e expressões de gênero, resguardados pela Constituição Federal e por vários tratados internacionais sobre Direitos Humanos”, explica a advogada, que cuida de todos esses processos, exceto o da ativista Bruna Benevides, que desde 2015 aguarda decisão judicial para que não seja mais reformada.
Para Bianca, ainda que o movimento LGBTQIA+ não tenha muitas possibilidades de auxiliar no caso, o fato de torná-lo público ajuda no processo de “expor a transfobia impregnada na Marinha que não consegue tolerar a presença de pessoas trans no efetivo operacional da Força”, diz.
Fonte: Redação Nós
TERRA/montedo.com
Fica difícil até para comentar, mas tirar excelente no TAF, usando a tabela do sexo feminino é mole, assim até eu….
Fácil amigo! é ter sobrenome e serem formados em 40 dias e mandarem mais que subtenentes com mais serviços, isso que é moleza.
Bianca Figueira, ótima profissional e com um conhecimento vasto. Passou a defender causas em que figuram pessoas trans e tem obtido sucesso, em especial contra a Marinha, onde ocorre todas as discriminações. Parabéns a colega de profissão.
O Projeto de Lei 2200/19 proíbe a participação de atletas mulheres trans – mulheres que foram designadas homens ao nascer, mas que fizeram a transição de gênero – em competições do sexo feminino em todo o País. A proposta, do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), tramita na Câmara dos Deputados
Em sua justificativa, Pastor Sargento Isidório utiliza argumentos religiosos e diz que pretende evitar a desproporcionalidade de forças entre os competidores.
“O indivíduo, mesmo vestido de mulher, com silicone no peito, querendo ter seios, que só mulheres possuem, castrando os seus instrumentos masculinos, querendo ter vagina, que só mulheres possuem, ainda assim possuirá organismo, força e capacidade física masculina”, afirma. “É sabido que homem e mulher, sexos criados por Deus, têm compleições físicas diferentes. A capacidade de força é muito maior para o homem do que para a mulher”, diz ainda
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Bem, devo discordar. Você fala em se castrar, o que pressupõe extirpação dos órgãos masculinos, os quais produzem hormônios masculinos, por isso o hipogonadismo (não produz, pois não tem mais gônadas). Há reposição hormonal a ser realizada costumeiramente. Portanto, não venha dizer que a compleição seria a mesma, diferentemente daquele que não se submete a cirurgia que possui hormônios masculinos e sua gônadas e portanto maior força. Procure se informar e não invoque Deus em tudo que fala, afinal ele está lá em cima observando as leviandades que profere.
Uma legislação é criada para regular a convivência em sociedade, em grupos, no coletivo, sem esquecer direitos fundamentais aos indivíduos. Difícil é querer impor mudanças na legislação, nas regras, para atender particularidades, individualismos e distúrbios diversos. Isso não é normal!
Entendo que essas pessoas devam ter atenção especial, pois tive as oportunidades de ver nascer e crescer pessoas com comportamento oposto ao sexo biológico, desde sempre.
Somente o debate sério para encaminhar essas questões na legislação, considerando-se também que há padrões de comportamentos envolvendo as famílias e os grupos de convivência, não só nessas questões sexuais e biológicas mas também na criminalidade, drogas, exercício de poder excessivo, manipulação, entre outras psicopatias e distúrbios mentais.
Ser homem biológico e passar nos testes femininos é fácil né filhão !
“Ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino. E ser menina e menino, sou masculino e feminino.” Já dizia Pepeu lá nós anos 80 e ainda estamos cometendo discriminação em pleno Séc. XXI.