A demagogia do século XXI tem tintas milicianas
ELIO GASPARI
Num exercício de quiromancia política, pode-se dizer que são mínimas as chances de um golpe nos dias seguintes a uma possível vitória de Lula nas próximas eleições. Mesmo assim, essa afirmação é temerária quando o presidente da República sopra ventos golpistas, e o ministro da Defesa, ex-comandante do Exército, repreende o Tribunal Superior Eleitoral.
Admita-se, portanto, que existem pessoas preferindo um golpe. Para quê?
Em 1968, quando o general Costa e Silva baixou o Ato Institucional nº 5, o Brasil vivia um raro processo de radicalização. Grupos armados de esquerda praticavam atos terroristas. Pelo menos 11 bancos foram assaltados. Em junho, seis meses antes da edição do AI-5, um hospital militar foi atacado, e uma bomba explodiu diante do Quartel-General do Exército em São Paulo, matando um soldado. Em julho, terroristas executaram um major alemão supondo que ele era um oficial boliviano. Em outubro, foi assassinado um capitão americano que vivia em São Paulo.
Noutra ponta, com o terrorismo da direita, militares lotados no Centro de Informações do Exército punham bombas em teatros e livrarias vazias. Espancavam-se atores, e um maluco que se dizia ligado a um general praticou pelo menos 14 atentados em São Paulo. Quatro pessoas foram sequestradas no Rio e levadas clandestinamente para quartéis.
Esse clima não existe hoje. Também não existem os sinais de recuperação da economia, prenunciando o que viria a ser o Milagre Brasileiro.
Recuando um pouco mais, chega-se a 1964, quando um governo ruinoso associou-se à indisciplina militar de marinheiros rebelados. Isso não existe hoje. Acima de tudo, não existe o projeto de uma elite autoritária, porém cosmopolita e reformista. Sabendo o que fazia, o general Castello Branco entregou a gestão da economia a Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões.
Hoje, o que há no bufê é um presidente que, depois de flertar com a indisciplina de policiais militares, demitiu três presidentes da Petrobras para derrubar o preço dos combustíveis, e um ministro da Economia que, com uma inflação de dois dígitos, sugere o congelamento voluntário de preços aos supermercados.
Existem pessoas que flertam com um golpe. Para fazer o quê? O que está na mesa é um autoritarismo retrógrado que, pela força da gravidade, se aproximará do velho salvacionismo latino-americano. O coronel Hugo Chávez era um oficial moralista e aventuroso. Eleito presidente, inventou o bolivarianismo, e deu no que deu.
A carta dos golpes do século passado saiu do baralho. Vale lembrar o que escreveu o general Castello Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, no dia 20 de março de 1964:
— Não sendo milícia, as Forças Armadas não são armas para empreendimentos antidemocráticos. Destinam-se a garantir os poderes constitucionais e sua coexistência.
(Naquele tempo, não existiam milícias nas cidades e nas matas do Brasil. Hoje, as milícias dominam bairros em algumas cidades e associam-se ao crime na Amazônia, infiltrando-se na agenda dos agrotrogloditas.)
Como disse o general Hamilton Mourão em julho de 2018, quando o ex-capitão Jair Bolsonaro cavalgava os sonhos da direita nacional: “Existe certo radicalismo nas ideias, até meio boçal”.
Passaram quatro anos, e a boçalidade avançou.
O Globo/montedo.com
Cumprir o artigo 142 é golpe?
você já leu o Art.142?
Bom dia! Poderia me explicar, mesmo que de modo simplista, o que dispõe o art. 142? Tenho curiosidade de saber como um leigo entende tal artigo. Obrigado.
Mínimos Intelectus você por aqui?
O Blog e livre para comentar.
Vc é insuportável
…”Poderia me explicar, mesmo que”…
Que conversa é essa.
Que coisa pernóstica, que sujeito ridículo.
Pois bem, eu quero saber de modo bem simples, como o leigo faz, a explicação do que dispõe o art. 142, CFRB. Poderia explicar por ele ou calar-se. Passar bem.
Já te falei sujeito desagradável:
– aqui não é sua área.
“Pois bem, eu quero saber”…
Que coisa nojenta.
Demonstra sua inaptidao em comentar algo, com um mínimo de respaldo. Sugiro estudar, para não ficar passando vergonha. Passar bem.
A boçalidade avançou em proporção direta em que a idiotice esquerdista aumentou.
Não vai ter golpe!
Bolsonaro reeleito no 1° turno com 51% dos votos validos.
Somente no mundo fantástico do 🤡. Não necessariamente querendo que o Lalau seja eleito.
Golpe!?
Golpe só se for ao bolso.
No bolso e “interstícios” das Praças.
Esse sim, único e duro golpe.
O resto é esperneio infantojuvenil.
O Bozo não governa, o fantasma da inflação enterra suas chances de reeleição, assim, esse desajustado cria factoides a fim descolar a atenção dos desavisados dos reais problemas da Nação.
Todo no intuito de atrair a atenção da opinião pública noutra direção.
No contra azimute da inflação, alta dos combustíveis, alta taxa de desemprego e crescimento econômico estagnado (zero%).
Dessa forma seu gado, seus fanáticos seguidores da seita do falso profeta se enchem de orgulho e desejo por uma ruptura democrática, fechamento do STF e Globolixo.
Muuuuú.
É isso aí, ele já pode pensar em outro emprego (se estiver apto), pois o estado de Minas Gerais é o espelho do Brasil na eleição para presidente e aqui ele perde de léguas. E vamos voltar a comer carne de primeira e pão de queijo, rsrsrsrsrs, chega de miséria por má governança, fazer arminha não enche o prato de ninguém.
A pedidos
O artigo 142 diz: “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”
Fonte: Agência Câmara de Notícias
🤔
“(…) à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes (..)”.
Esta parte já diz tudo. As FFAA não são um poder e agem sob ordem de um dos três poderes constituídos. Próximo.