Por que não um militar à frente do ministério da Defesa?

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Carlos Alberto Pinto Silva [1]
É interessante observar que, no Brasil, parece existir uma compreensão, quase um consenso, de que o titular da pasta da Defesa deve ser sempre um civil. Consideramos isso um equívoco. Entendemos que é o cargo que detém a natureza civil e política, não o seu ocupante. Em outras palavras, o cargo de Ministro da Defesa é de natureza civil e política, podendo ser ocupado por qualquer brasileiro, civil ou militar, que, na avaliação do Presidente da República, esteja habilitado e tenha competência para tal.[2]
Em nosso país a alienação dos governantes em relação às Forças Armadas há muito deixou o terreno do desinteresse para adentrar no campo da insensatez.
Em países desenvolvidos, militares e as Forças Armadas são prestigiados e reconhecidos como meios essenciais para defesa da pátria, a preservação das instituições e a manutenção da própria democracia. No Brasil, até os governos anteriores, o oposto: elas tinham sido negligenciadas, tratadas muitas vezes como estorvo e, com frequência, profanadas em seu passado de serviços prestados, na tentativa de incompatibilizá-las com a própria nação a quem servem.
CLAUSEWITZ, no entanto, mostra a cerrada inter-relação entre os assuntos políticos e militares, apregoando “que da mesma forma que um homem que não domina completamente um idioma estrangeiro pode, às vezes, deixar de se expressar corretamente, os estadistas frequentemente emitem ordens que entram em choque com o objetivo a que devem servir. Repetidas vezes isso acontece, o que demonstra que certo domínio de assuntos militares é vital para os que são responsáveis pela política geral.”
Entre outras coisas, Clausewitz, sugere, ainda, que os líderes políticos mantenham consultas diligentes com chefes militares quando se tratar de emprego do poder militar do país.
Vale, também, lembrar duas ideias do Gen Charles de Gaulle extraídas do Livro “O Fio Da Espada”:
– Qual política tem êxito quando as armas sucumbem? Qual estratégia é válida quando os meios lhe faltam? Roma privada de legiões, nada teria obtido da habilidade do Senado. [3]
No Brasil o ministro e os demais integrantes da pasta, vestindo, ou não, uniformes, trabalham subordinados ao Governo Federal. O Presidente da República pode ser um civil e o Ministro da Defesa um militar, entretanto, em uma democracia, não haveria qualquer impedimento de que ambos fossem militares. A submissão das Forças Armadas ao poder civil se traduz pela subordinação permanente à constituição e às leis estabelecidas no país e não a civis, até porque se assim ocorresse serviria a homens e não à Nação.
Assim sendo, os cargos e as decisões políticas e estratégicas, no nosso país, poderão ser ocupados e ser tomadas, por civis ou militares, em cada nível, o que importa é que sejam homens inteligentes, éticos e com vontade de assumir o desafio cuja resposta é Brasil Potência Emergente do Século XXI. [4]

Concluindo:
Há uma tentativa por parte da esquerda exaltada, valendo-se de uma mídia também comprometida com seus métodos, de realizar o julgamento dos militares brasileiros pelo único crime de “defender a Nação brasileira contra a implantação do comunismo”, e a máxima autoridade da república é criticado por ter designado um General de Exército para assumir o Ministério da Defesa, ao passo em que desconsiderava a manutenção no cargo autoridades civis envolvidas em ações que demonstram falta de ética na política, conforme, inclusive, era noticiado na imprensa. [5]

[1] Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Ex-comandante do 2º BIS e da 17ª Bda Inf Sl, Chefe do EM do CMA, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES
[2] Link: http://oglobo.globo.com/in/o-controle-das-forcas-armadas-pelo-poder-politico-4004654
[3]   Link documento completo: http://www.defesanet.com.br/defesa/noticia/4228/O-Comandante-Supremo-e-os-Ensinamentos-da-Historia-Militar/
[4] Link do documento completo: https://docs.google.com/document/d/1nwNPAHTKjT8JXL3pfE7mlI1GyvEYiLGqxoGdDQUEGb0/preview
5 – Cláudio Humberto – 15 de dezembro de 2016. Diário do Poder.
– Temer rejeita ideia de trocar ministros palacianos… – Veja mais em https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/10/23/temer-rejeita-ideia-de-trocar-ministros-palacianos/?cmpid=copiaecola
defesanet/montedo.com

5 respostas

  1. Falou, falou, e falou um monte de besteiras… Se ele mesmo afirma que o cargo é de natureza civil e política, militar deve se afastar. Quanto mais próximos ficamos de atribuições civis e políticas perdemos a essência do que é ser militar….

    Esse aí quer mais uma boquinha para generais, isso sim.

  2. Bolsonaro reeleito no 1° turno.
    Ultima Pesquisa Bolsonaro 2 pontos percentuais atras do lula.

  3. Montedo tá parecendo um livro.
    Parece que estou lendo um livro.
    Temos que percorrer todo conteúdo das matérias para visualizar todos as notícias do dia.
    Ficou cansativo e trabalhoso o acesso.

  4. Esse general realmente quer uma boquinha. Militares e política deveriam ser como água e óleo, mas não, por causa do maldito dinheiro, poder e mordomias esses falsos patriotas jogam as FFAA no ralo do esgoto da política imunda brasileira. General, vá cuidar dos seus netos. Já conseguiu o que queria, o teto do funcionalismo público, sua formação acadêmica limitada o permitiu muito mal e porcamente comandar OM que nada produzem em prol do país. Já enxugou o seu gelo agora vá curtir sua felpuda reserva de marechal.

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