Marinha deve expulsar militares envolvidos em assassinato de perito

Desde os 10 anos de idade no ambiente da Marinha, Garnier disse que a mudança na Defesa foi surpresa. Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Rafael Moraes Moura e Malu Gaspar
A Marinha já dá como certa a expulsão dos militares envolvidos no sequestro e assassinato do perito papiloscopista Renato Couto, segundo integrantes da cúpula ouvidos pela equipe da coluna.
Dentro da força naval, a expectativa é de que os militares que assassinaram Couto depois de um sequestro realizado com uma viatura da Marinha sejam condenados e expulsos em seguida.
Segundo profissionais do Instituto Médico-Legal (IML), o policial civil, de 41 anos, foi morto por hemorragia decorrente dos disparos de arma de fogo e ainda por asfixia provocada por afogamento.
Antes de morrer, foi baleado ao menos três vezes por militares da Marinha — e estava vivo quando foi arremessado no Rio Guandu, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense.
Integrantes do Superior Tribunal Militar (STM) disseram à equipe da coluna que se trata de um crime comum, e que o fato de ele ter sido cometido com um veículo da Marinha não é suficiente para levar o julgamento para a corte especial.
De acordo com a ministra Maria Elizabeth Rocha, o crime deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri comum. Caberá à Justiça Militar da União determinar em segundo momento a perda do posto e patente dos criminosos, após a condenação. Um outro integrante do STM, militar, ouvido pela equipe da coluna, concorda. “É crime comum, pois, os militares não estavam em missão militar oficial. Nem em missão de GLO”, diz ele.
A ministra Maria Elizabeth, uma das cinco civis integrando a corte, disse que “é inaceitável que criminosos de tamanha periculosidade continuem integrando as Forças Armadas”.
Em nota, o comando do 1ª Distrito Naval, do Rio, informou que “ lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares”.
O comando também informou que abriu um inquérito policial militar para apurar a morte, mas o caso deve mesmo acabar sendo enviado à Justiça comum, segundo um integrante do Ministério Público Militar (MPM), igualmente chocado com o assassinato.
O Globo/montedo.com

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