Vamos em busca da reconstrução

O ex-porta-voz do governo Rêgo Barros Foto: Daniel Marenco / O GLOBO

Otávio Santana do Rego Barros*
A cinco meses das eleições, as manchetes diárias descrevem cenários desafiadores. Parece que caminhamos ligeiros para um quadro de confrontação perigoso para a nossa democracia.
As más notícias potencializam as acusações entre adversários, ao contrário de induzirem a busca de concertação (se algum dia foi possível), único antídoto que o país terá para enfrentar e superar tantas adversidades.
Ainda confiantes no resto de equilíbrio emocional dos contendores e no processo instituído, no qual assinamos uma procuração com plenos poderes aos nossos eleitos, devemos cobrar clareza das cláusulas com as propostas do governo.
Como vencer a carestia, combater a corrupção, criar empregos, promover educação, ampliar segurança pública, fortalecer os relacionamentos institucionais, respeitar o meio ambiente, aplainar as relações diplomáticas, salvaguardar as Forças Armadas?
Os candidatos usam a simplificação rasteira de ideias para facilitar a comunicação e evitar um debate sólido e sustentado. Faltam-lhes substância de argumentos. Temem espantar eleitores já fidelizados.
Os programas de governo, quando apresentados, são resgates de backups passados, iluminados como inovadores, em um Power Point de versão desatualizada.
A complexidade dos desafios exigirá do vencedor a fortuna e a virtù, atributos que Maquiavel considerava essenciais ao príncipe, para recolher os cacos do cristal quebrado que hoje é o Brasil e tentar reconstruí-lo.
Os países, por maduros que sejam, precisam de chefes de governo equilibrados, em especial quando atravessam o cabo das tormentas de sociedades em agitação.
Embora não estejamos em conflito armado, uma leitura da obra Liderança na Guerra (Editora SCHWARCZ, 2019), do historiador Andrew Roberts, iluminará os atributos de quem fez história durante períodos convulsivos de suas nações e que são válidos para estimular nossas lideranças.
Na obra, foram alvos de observações construtivas: Napoleão, Nelson, Churchill, Marshall, De Gaulle, Eisenhower e Thatcher.
O historiador demonstra ainda que há lideranças no terreno do mal ao citar Hitler e Stalin.
Destaco mais algumas, cujo ambiente de batalha estava localizado em outros campos do poder:
– Um Franklin Delano Roosevelt, salvando o seu país da falência, com a política do New Deal.
– Um Nelson Mandela, unindo-se com seu maior algoz, para cicatrizar as feridas de sua gente.
– Um Mahatma Ghandi, enfrentando o maior império na primeira metade do século 20, apenas pela força das ideias.
Caberiam ainda nesta galeria de inspirações: Karol Wojtyla, Martin Luther King e Cândido Rondon.
Figuras emblemáticas que fugiram das glórias pueris do momento, para conquistá-las no severo julgamento da história.
Voltemos ao Brasil e aos seus problemas.
É preciso senso de realidade para saber que na atual quadra não encontraremos lideranças com esse capital de atributos.
A dificuldade por surgimento de um novo está no velho.
Nos velhos dirigentes de partidos políticos e nas lideranças encasteladas no poder que asfixiam o sistema político-eleitoral, impedindo a ascensão de jovens cabeças.
Com ternos bem cortados ou roupas desleixadas por marketing, os velhos cheiram à naftalina, à laquê e à álcool curtido em barris de carvalho.
Apenas uma ação coordenada da sociedade poderá escoimá-los das cadeiras acolchoadas de bazófias, de truculências verbais e físicas, e de desprezo aos bens públicos.
É missão do eleitor desmascarar os elegíveis desqualificados nas seguidas eleições e impor um choque de cidadania na reelaboração do proscênio nacional. É a única arma que temos e vem funcionando. Tem que começar agora. Está na hora de renovar.
Paz e bem!
*General de Divisão da Reserva

14 respostas

  1. Esse maluco não é aquele da famosa e inesquecível frase:

    “[…] não se faz necessário que os estamentos mais inferiores da nossa carreira tenham a oportunidade de apresentar, de iluminar diretamente a sociedade”.

    Não sei como ainda dão ibope para este tipo de militar!!!

  2. “Não há porquê ouvir os estamentos inferiores, eles não precisam opinar sobre a sociedade”

    O Ser mais repugnante que as forças armadas criou

    soberbo e ridículo

  3. Caracas, nem acredito que li tantas estultícies nessa matéria? Procuração com plenos poderes aos nossos eleitos? Salvaguardar as Forças Armadas? Programas de governo são resgates de backups passados? Figuras emblemáticas que fugiram das glórias pueris do momento?

    Aonde vais, senhor? Em que mundo estás vivendo? Dê uma estudada nas obras concluídas, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrovias, linhões de transmissão de eletricidade, 1,5 milhões de residências populares, etc. Dê uma estudada nos impostos reduzidos, especialmente em remédios e equipamentos para tratamento de câncer. Dê uma estudada nas reformas que foram feitas, nas reformas em andamento e nas que foram boicotadas pelo judiciário, por favor.

  4. Ainda bem que eu não estudei pouco e também não muito o que deveria. Permaneço junto com meus livros, de autores nacionais ou literatura comparada. Se ouvisse esse senhor, de apenas fala bonita, porém de pífio conhecimento até compraria o que sempre está tentando vender. Até aquela frase sobre estamentos inferiores. Além de conhecimento risível também possui pouca intelectualidade social.

  5. Com todo o respeito, esse articulista não merece ser lido.

    Ora, até a véspera de sua exoneração do cargo que ocupava no Palácio do Planalto, era um ferrenho defensor do atual governo e resgava seda para o atual PR.

    Agora fica citando grandes nomes da história para dar um ar de intelectual e estadista preocupado com o país. Quando estava recebendo as benesses de sua sinecura achava tudo às mil maravilhas.

    Vai cuidar dos netos!

  6. Essa coisa estava demorando pra aparecer, que asco.
    Ele, o arRêgo barros, o escanteado pelo Jair, o homem da meia noite do carnaval de Olinda. Aquele que fala, fala e não diz nada.
    Diz menos que aquele que nada diz.
    O insuperável na questão “DISFUNCIONALIDADE TOTAL”.
    Asco absoluto e total.

  7. Eis aqui aquele senhor que de forma direta nos “ordenou a nos recolhermos à nossa ” insignificante condição subalterna ao alto comando , os chamados “estamentos inferiores “( pelo dito cujo) nas questões salariais do NOSSO INTERESSE! Lembrai-vos da guerra,dos inimigos e dos traidores!

  8. O bom Líder e o bom Cmt é aquele que faz a verdadeira JUSTIÇA principalmente com os de menor poder de fogo! Aquele Líder que pensa primeiro nele, não é Líder é ditador! Conhecemos o caráter de um ser humano, dando-lhes poderes, ai sim se revelará a verdadeira face da personalidade do homem! o Líder verdadeiro briga, luta, defende os Estamentos Inferiores, dando a eles a oportunidade de terem uma vida melhor e de progredirem nas suas vidas profissionais! Assim é que vejo o Verdadeiro Líder Cmt!

  9. arRêgo barros, chega você é uma das viúvas do Meçias 1:71, um ex general do Centrão Militar Verde Oliva, a quem quer enganar, seria os estamentos inferiores, mais uma vez. Vocês que vomitavam a todo o povo em rede nacional que falavam em nome de toda a classe militar, que nos representavam. Tenha vergonha, generais não serão mais eleitos a nada nesse país depois de toda a incompetência demonstrada. Vá cuidar dos seus netos.

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