PR: morre, aos 99 anos, ex-expedicionário da Segunda Guerra Mundial

TENENTE FAB EXPEDICIONÁRIO
Tenente Eronides João da Cruz atuou como Técnico em Armamento no Primeiro Grupo de Aviação de Caça e era o único ex-combatente da FAB em Curitiba (PR)
Agência Força Aérea, por Tenente Letícia Faria
Edição: Agência Força Aérea – Revisão: Tenente-Coronel Rocha

O ex-expedicionário da Segunda Guerra Mundial, Tenente Eronides João da Cruz, até então considerado o único ex-combatente da Força Aérea Brasileira (FAB) em Curitiba (PR), morreu aos 99 anos na manhã do domingo (06/02), no Hospital das Nações, na capital do Paraná (PR). O velório ocorreu durante esta segunda-feira (07/02) na Capela Luterana e, em seguida, o sepultamento no Cemitério Luterano de Curitiba. O militar nasceu em 3 de julho de 1922, em Aracaju (SE). O Tenente Eronides era viúvo e deixa duas filhas. De origem simples, cursou apenas o primário e com sete anos de idade ajudava no sustento da família, junto com seus cinco irmãos.

Em 1942, aos 20 anos de idade, foi voluntário pelo sonho de conhecer outros mundos e línguas. Autodidata, foi promovido a Cabo em 1945, quando passou a receber treinamento de Sargentos americanos para manusear armamentos dos aviões. Dentre as missões, viajou pelo Panamá, Estados Unidos e Itália, colecionando aprendizado e memórias.

Eronides foi Terceiro-Sargento Técnico em Armamento no Primeiro Grupo de Aviação de Caça quando atuou durante a Segunda Guerra Mundial, garantindo o funcionamento e o carregamento bélico adequado dos aviões P-47 Thunderbolt.

Em 1980, por servir com bravura e hombridade, tornou-se Segundo-Tenente reformado. Eronides foi, também, curador do Museu do Expedicionário, localizado em Curitiba, espaço que registra a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), destacando a atuação de pracinhas paranaenses na vitoriosa campanha em solo europeu, e conta com documentos, fotografias, filmes, mapas, ilustrações da época e materiais bélicos utilizados por ex-combatentes da FEB, da FAB e da Marinha de Guerra do Brasil.

Com colaboração: Tenente Junqueira e Tenente Melissa / CINDACTA II

Fotos: Soldado Dias / CINDACTA II e Museu do Expedicionário

FAB/montedo.com

6 respostas

  1. Uma pena ter sido enterrado sem as homenagens a que fazia jus pela FAB. Essas pessoas sim podiam falar em guerra. Sem medalhas, sem cursos rolha, apenas a vivência de uma terrível experiência

  2. Só quem viveu um conflito sabe dos infortúnios, destruição e sofrimentos de uma guerra.

    Hoje sem perceber o enorme perigo que ronda a humanidade nos aproximamos de um grande conflito, poderá facilmente agravar-se para um conflito muito maior onde as consequências poderão ser catastróficas.

    Deus salve o mundo de um outro conflito mundial, desta vez não teremos um Tenente Eronildes que cumpriu sua missão com louvor e merece todas as honras de uma nação agradecida.

  3. Somos eternamente gratos pelo trabalho dessas militares na guerra.

    Infelizmente nem sempre quem luta em guerras são amparados pelo próprio país.

    RESUMO: Por meio de crônicas narradas na imprensa brasileira e de
    documentos oficiais, este artigo trata do descaso do governo monárquico
    em relação aos soldados voluntários da pátria e do esquecimento a que
    os ex-combatentes foram condenados depois de participar da Guerra
    do Paraguai.

    Um ano depois de terminada, a Guerra do Paraguai já
    estava no esquecimento.1
    A propaganda abolicionista, que levou
    à assinatura da Lei Áurea, pela abolição da escravidão,em 13 de
    maio de 1888 – encerrando um capítulo da história do Brasil de
    três séculos –, e o debate político que resultaria na proclamação
    da República, em 15 de novembro de 1889, constituíram-se nos
    temas prediletos da imprensa em todo o Brasil.
    A comemoração oficial do dia 10 de julho de 1870, pela vitória
    brasileira na guerra, jamais se repetiu. A data não foi instituída
    como feriado nacional, impedindo-se, desse modo, que a memória
    fosse inscrita no tempo. A obliteração daquela memória recente
    teve como uma de suas causas a sucessão de novos episódios
    que despertavam a atenção pública. “Assim, os princípios da
    informação jornalística (novidade, concisão, inteligibilidade e,
    sobretudo, falta de conexão entre uma notícia e outra) contribuem
    para esse resultado” (BENJAMIN, 1989, p. 107).
    Na imprensa carioca, todavia, em anos ulteriores à guerra,
    encontramos referências às datas comemorativas das batalhas.
    Combates que no tempo da campanha apareciam em extensos
    editoriais para lembrar aos leitores as vitórias obtidas pelo Brasil
    e, assim, seduzir novos voluntários para a guerra.

    Justino José de Souza: o voluntário que recebeu uma
    esmola do imperador
    No dia 9 de agosto de 1865, na província de Pernambuco,
    Justino José de Souza Oliveira assentou praça como voluntário
    da pátria para lutar na Guerra do Paraguai. Em 17 de novembro
    do mesmo ano, embarcou com a patente de cabo do batalhão
    pernambucano. Vigoroso e robusto, o jovem soldado enfrentou
    doenças e fome, resistindo às penúrias próprias de uma guerra.
    Austero no cumprimento dos deveres, teve atestado em sua Fé
    de Ofício o merecimento de três elogios por bravura no Paraguai,
    além do reconhecimento do imperador Pedro II.
    Depois de quatro anos de campanha, o soldado regressou
    para a província natal em busca do aconchego familiar. Era
    necessário refazer a vida, modificada pelo longo período fora de
    casa, afastado das atividades que desempenhava antes de embarcar
    para a guerra. No entanto, a partir do retorno ao Brasil, Justino
    José começou uma verdadeira peregrinação – dessa vez, para
    assegurar os direitos conquistados como voluntário da pátria.
    Percorreu as instâncias governamentais em Recife e em
    Olinda e, como não teve resposta para seu requerimento, dirigiu￾se à Corte com o intuito de solicitar a baixa do serviço do Exército.
    Na Corte, esperava ser atendido imediatamente, pois todos os
    seus direitos estavam assegurados pelo Decreto 3.371, de 7 de
    janeiro de 1865.
    Nos registros históricos consta que depois de percorrer,
    nos primeiros dias, as Secretarias de Guerra, o cabo dirigiu suas
    súplicas diretamente a Pedro II. O monarca teria lido a Fé de
    Ofício de Justino José e dito que esperasse no palácio. Ele, que se
    inscrevera na lista dos bravos, teve então a esperada recompensa
    pelos serviços prestados na guerra. O imperador mandou lhe dar
    10mil réis, para que pudesse matar a fome e adiar a miséria para
    o dia seguinte.

    https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://periodicos.furg.br/hist/article/download/4811/2984/13701&ved=2ahUKEwigl_GCjPb1AhWHEbkGHc2sA0YQFnoECC8QAQ&usg=AOvVaw0WXmgKQQ3aT517KQLc80Xh

  4. Este era e sempre será um verdadeiro Herói com todos os méritos possíveis . não possuía os cursos de altos estudos ,igualmente como nossos veteranos, mas tinham o devido mérito por fazer a maquina andar e cumprir suas missões ,ajudaram com que seus superiores alcançassem os mais altos postos ,porém é de se lamentar que não tiveram a visão de valorizar e reconhecer seus méritos , parabéns , vá com Deus Guerreiro ,muito obrigado pela missão cumprida .

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