O “Cabo bala” e o capitão

divisa de cabo

Causo domingueiro

Ricardo Montedo
Cabo “Bala”, assim era conhecido o Calderini. Não era má pessoa, mas, por ser muito atrapalhado, estava sempre metido em alguma confusão.
Assim foi naquele serviço de cabo da guarda num domingo de verão. O cabo velho farreou a noite de sábado toda, chegou em casa altas horas da madrugada, colocou o rádio-relógio para despertar as seis e meia e…..tchan, tchan, tchan: FALTOU LUZ!
Resultado: Calderini acordou com o sargento adjunto batendo na janela do seu quarto, lá pelas dez da manhã, buscando-o para assumir, já lá pelo meio-dia, um serviço que deveria ter começado às oito.
Como é de praxe em situações como essa, o oficial de dia registrou o ocorrido no livro de partes do serviço.
Por aqueles dias havia assumido o comando do esquadrão do Calderini um capitão recém chegado do curso de aperfeiçoamento, tão esquisito quanto o nome de guerra, Troncho, parece que um sobrenome de origem castelhana.
O fato é que o Capitão Troncho tinha recebido a missão de por “ordem na casa”, uma vez que o segundo esquadrão era o mais indisciplinado do 144 RC naqueles tempos.
E, para azar do cabo, a primeira alteração de serviço que lhe caiu nas mãos foi justamente o atraso ao serviço do Calderini.
Sem conhecer o militar, antes de ouvi-lo, o capitão pediu informações deste ao sargenteante, o primeiro sargento Durimar.
– Tchê, Durimar, quem é esse tal de Cabo Calderini?
– Bah, capitão, esse militar é conhecido por todos como o “cabo bala”.Troncho ficou pensativo, mas disse apenas:
– Bueno, manda esse cabo entrar! Hoje ele vai ver quem é “bala”!

O Calderini entrou, apresentou-se ao capitão e aguardou, ansioso.
O oficial começou uma ladainha sobre disciplina, responsabilidade, cumprimento de horários, blá, blá, blá e mais blá, blá, blá.
Ocorre que o cabo velho tinha um jeito meio desligado, que ao Troncho pareceu falta de respeito.
Foi quando o garboso oficial explodiu:
– Cabo velho, eu não tenho medo de índio metido a macho e nem de tiro! Eu sei muito bem do teu apelido, mas fique sabendo que, se tu é o CABO BALA, eu sou o CAPITÃO BALA!

Na sala ao lado, o Durimar ria até às lágrimas. Motivo: ele, propositalmente, não contara ao capitão que o cabo era chamado de bala por que, onde passava, deixava furo.
E foi assim que o Troncho ficou imortalizado sob o cognome de CAPITÃO BALA.

6 respostas

  1. Excelente!
    E, não é ficção não (144 RC), não tenho dúvidas que seja real.
    Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
    Capitão Ricardo Montedo,
    Quem serviu no 25 BC em Teresina conheceu o ‘Cap Assombrado’.
    Havia um Cabo alterado e ‘muito’ afeito a cultos afro-brasileiros nessa OM.
    Cabo, este, da cidade de Codó no Maranhão (Rsssssssss).
    Explico,
    Wilson Nonato de Souza, conhecido popularmente por ‘Bita do Barão’, é considerado o maior líder umbandistas do Brasil, no popular, o maior macumbeiro do planeta.
    ‘Bita do Barão’, também, é de Codó no Maranhão, líder ‘religioso’ do Cabo alterado.
    E, como sabemos, Codó é o Marco Zero no que se refere a ‘coisas estranhas do além’.
    O Capitão com medo de algum ‘possível’ trabalho feito com a intenção de fazer-lhe o mal.
    Não só não punia o Cabo Chefe e líder de terreiro de macumba.
    Como sempre arrumava um jeito de sempre dar-lhe ‘umas’ dispensas.
    E foram muitas!
    Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
    p.s,:
    E, esse ‘Causo domingueiro’, também é verdadeiro, Rssssssssssssss.

    1. Bita do Barão’, líder ‘religioso’ do Cabo alterado.
      Rsssssssssssssssssssss
      Os evangélicos minios piram com esta correlação e apologia religiosa:
      – cultos afro-brasileiros x cultos evangélicos.
      Sem ofensas, respeito total a todos os credos.
      Menos, obviamente, culto a falsos profetas e ‘meçias’.
      Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
      Ave Jair! O ‘meçias’.

      1. Bita do Barão’, líder ‘religioso’ do Cabo alterado.
        Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
        Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
        Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
        Excelente Rsssssssssssssssssssssssssssssss

    2. E, como sabemos, Codó é o Marco Zero no que se refere a ‘coisas estranhas do além’.
      Rsssssssssssssssssssss
      Os maranhenses do Marco Zero da macumba devem estar muito “put…s”.
      Rsssssssssssssssssssssss

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