Justiça suspende convocação, pelas Forças Armadas, de médicos que atuam em RO

Estado sofre com a falta de profissionais de saúde em meio à pandemia
Foto: Daiane Mendonça/Governo de Rondônia (7.ago.2020)

Fernando Molica
A juíza Grace Anny de Souza Monteiro, da 1ª Vara Federal Cível de Rondônia, determinou a suspensão da convocação, pelas Forças Armadas, de médicos que atuam na assistência a vítimas do novo coronavírus no estado.
O Exército e a Aeronáutica haviam determinado a apresentação, na segunda-feira (1º), de integrantes da categoria que poderiam compensar, no trabalho em instalações militares, a não prestação de serviço militar obrigatório.
Procurado pela CNN, o Ministério da Defesa informou que a decisão será cumprida e que a União ainda vai avaliar os próximos passos. Segundo o ministério, já havia entendimentos entre as Forças Armadas e o governo para a compatibilização de horários por parte dos profissionais.
A juíza não aceitou um pedido da União para prorrogar o prazo para que se manifestasse no processo. Ela reconheceu a legalidade da convocação dos médicos pelas Forças Armadas, mas frisou a carência desses profissionais no estado – o governo já fez 57 tentativas de contratação, mesmo assim não conseguiu preencher todas as vagas.
Segundo ela, a apresentação dos médicos implicaria “em graves consequências na capacidade assistencial” das unidades de saúde que atendem pacientes com Covid-19. Na decisão, ela cita que o balanço estadual divulgado no último dia 31 revelou que 15 pessoas haviam morrido da doença nas 24 horas anteriores.
Para a juíza, “privar a população rondoniense de médicos capacitados, neste momento delicado, fere o dever constitucional de assistência à população”. Ela ressaltou também que o adiamento da prestação do serviço militar não trará prejuízo para a União.
De acordo com o Ministério Público Federal, o governo do estado – autor da ação que gerou a liminar da Justiça – afirma que 15 médicos chegaram a ser convocados.
O Ministério da Defesa ressaltou que a ação do governo do estado cita, especificamente, o caso de sete médicos.
CNN Brasil/montedo.com

Uma resposta

  1. Sem entrar no mérito da questão, já faz algum tempo que não vemos decisões judiciais baseadas na letra fria da lei. O que está valendo são achismos, convicções pessoais ou ideológicas, narrativas…e todas reescrevendo as normas. Além do caminho estranho que toma, vem a pergunta: para que Poder Legislativo então?

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