Paulo Roberto Bastos Jr
Relatório apresentado pelo Estado Maior do Exército (EME) aponta que a nossa atual força de blindados corre sério risco operacional, apresenta soluções, confirmando a modernização dos Leopard e Cascavel, e tenta acabar com várias especulações sobre o futuro da força.
Na ultima sexta-feira, dia 27 de novembro, foi publicada no Boletim do Exército a Portaria EME/C Ex Nº 245, de 23 de novembro de 2020, que aprovada a Diretriz de Implantação do Subprograma Forças Blindadas (SPrg F Bld), integrante do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP).
Nossa Força blindada em risco
O Objetivo desse estudo é atualizar as Forças Blindadas do Exército Brasileiro (EB), modernizando seus meios disponíveis e criando condições para a obtenção de novos.
Sua implantação foi determinada após os estudos dos relatórios confeccionados pelo Centro de Instrução de Blindados (CIBld), Comando Militar do Sul (CMS) e pelo Comando de Operações Terrestres (COTER), todos apresentados no ano passado, que apontaram, principalmente, para o envelhecimento, a obsolescência, o elevado índice de indisponibilidade, a crescente dependência externa para a obtenção de peças e sobressalentes e a significativa defasagem tecnológica, ocasionando a flagrante perda de capacidade operativa para atuar no mais amplo espectro de operações.
Nesses relatórios foi apontado que a atual frota de viaturas blindadas do EB é de cerca de 2.000 viaturas e, “salvo as viaturas adquiridas no contexto do Programa GUARANI (VBTP-MSR 6×6 Guarani e VBMT-LSR 4×4), encontram-se em estágio avançado do ciclo de vida. Os sistemas mecânicos estão desgastados, parte do material de reposição encontra-se descontinuado e/ou é de difícil aquisição e o consumo de combustível é elevado, além disso, os blindados existentes no EB, em geral, possuem sistemas eletroeletrônicos defasados ou em fase de obsolescência”.
Uma das principais deficiências apontadas referem-se a parte eletrônica, principalmente no “poder computacional e nos sistemas de informação” e nos Sistemas de C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância, Busca de Alvos e Reconhecimento, em português), que já são realidades nos blindados das Forças Armadas de outros países e considerados “imperativos para a guerra moderna”, que que deixa comprometida a “usabilidade da frota atual na guerra moderna”, considerando que há necessidade urgente de atualização de parte da frota de blindados, devido ao hiato tecnológico e à obsolescência do material.

Uma VBR 6×6 EE-9 Cascavel, do 5º RC Mec, em setembro desse ano. O relatório do EME aponta para modernização de seus sistemas eletrônicos de tiro e comunicação (Foto: 5º RC Mec)
Medidas a serem tomadas
Diante do alto risco apontado, o SPrg F Bld propõe soluções a serem tomadas, de forma urgente, porém alertando para necessidade de que novos recursos serão necessários, caso contrário deverá ser equacionado por meio do remanejamento dos atuais (que obrigaria o cancelamento ou congelamento de outros programas), sendo as principais:
– Modernizar as atuais Viaturas Blindadas de Combate Carro de Combate (VBC CC) Leopard 1A5BR, para que fiquem aptas a cumprir sua função até a chegada de seu sucessor;
– Obter mais Viaturas Blindadas Especiais Sobre Lagartas (VBE Eng, VBE L Pnt, VBE Esc, VBE PC, VBE Soc, VBE Amb);
– Obter, preferencialmente por meio de aquisição, a nova VBC CC (substituta do Leopard), com o planejamento para implantação de oportuna e desejável produção local;
– Obter, preferencialmente por meio de aquisição, a Viatura Blindada de Fuzileiros (VBC Fuz), com o planejamento para implantação de oportuna e desejável produção local;
– Modernizar as atuais Viaturas Blindadas de Reconhecimento (VBR) EE-9 Cascavel, atualizado e dotando-a de subsistemas C2 interoperáveis e de subsistemas de direção e controle de tiro;
– Coordenar com o Prg EE GUARANI os aspectos relacionados à maior comunalidade possível nos subsistemas direção e controle de tiro, C2, motorização, suspensão e armamentos entre as atuais viaturas Guarani e as Viaturas Blindadas Sobre Rodas (Vtr Bld SR), a serem adquiridas;
– Dotar o Subsistema Comunicações das viaturas de um efetivo sistema de transmissão eletrônica de voz, imagem e dados, de forma rápida e segura, proporcionando, em tempo real e em todos os níveis de decisão, a compreensão da dinâmica das ações e a situação das tropas empregadas, integrados aos sistemas de C2 da Força Terrestre;
– Integrar os sistemas informatizados de C2, gerenciamento do campo de batalha, coordenação de fogos e direção de tiro, proporcionando o aumento da consciência situacional e a rapidez no atendimento das missões;
– Obter sistemas de treinamento e simulação que permitam o preparo adequado das guarnições blindadas do EB;
– Fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID) em áreas estratégicas, como armamentos, sistemas de C2, optrônicos, equipamentos de proteção, munições, entre outros, contribuindo para o desenvolvimento sustentável;
Algo muito interessante e que merece ser destacado é: “Existem possíveis interações, em particular com o Ministério da Defesa (Secretaria de Produtos de Defesa), com o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil e com a Força Aérea Brasileira”. Será que isso poderá alterar os estudos feitos pelo CFN para a aquisição de novos meios blindados?

Uma VBTP-MSR 6×6 Guarani equipada com o SARC REMAX durante um exercício da 15ª Bda Inf Mec no CIBSB. Se levarmos em conta seus sistemas de aquisição de alvo/tiro e comunicações, ele, e os novos VBMT-LR que estão chegando, seriam, de acordo com os relatórios, os únicos blindados do EB com capacidade operacional no teatro de operações moderno (Foto: Luciano Souza)
Nota do Editor
Tecnologia & Defesa está acompanhando de perto todo esse processo e entende que as informações contidas nesse relatório necessitam de um estudo meticuloso, bem como a consulta ao Exército para maiores esclarecimentos, portanto, novas informações devem ser apresentadas brevemente.
Tecnologia&Defesa/montedo.com
Blindados, fuzis e viaturas mais velhas do que quem as opera…é quase um museu ao ar livre! Décadas de abandono…falta de lideranças militares o que ocasionou o sucateamento das forças armadas! Chefes que só pensavam em promoções e boquinhas!
BLINDADOS, A GARFADA DE TIO SAM
O texto extrai dados pesquisados por Ronaldo Schlichting, empresário formado em Administração de Empresas pela UFPR, com vistas a se aproveitar a pertinência desta campanha para uma informação mais detalhada da população sobre a razão pela qual estamos a alimentar o apetite voraz de “leopardos e guepardos”, comprados na União Europeia. O Brasil poderia estar produzindo, em suas versões mais atualizadas, II ou III, um dos mais modernos carros de combate (CC) do mundo. Porém, por uma “garfada” de Tio Sam em 1989, infelizmente, ainda hoje continuamos a importar blindados usados, repotencializados e de segunda linha. Nosso “irmão Caim do norte” tramou de tal forma que a ENGESA deixou de vender nada mais nada menos do que 702 blindados pesados — os EE-T1 OSÓRIO — para o Exército Saudita. Um contrato de expressivos US$ 7,2 bilhões que acabou abocanhado pelo grupo GENERAL DYNAMICS, fabricante do tanque M-1 ABRAMS.
O jornal O Estado de São Paulo de 10/11/2002 tem registro de um engenheiro de armamentos, ex-executivo da Engesa, que disse: -“Nesse momento as luzes de emergência se acenderam no governo americano. A primeira consequência foi a surpreendente declaração de que a concorrência chegava ao fim com dois produtos possíveis de serem comprados, de acordo com o anúncio feito em Riad pelo ministro da defesa, príncipe Sultan Azsiz Abdulazis. Essa foi a forma encontrada para ceder às pressões de Washington e manter o M1-A1 no páreo. Na época, começou a circular no Senado e na Câmara um documento conclamando senadores e deputados a se envolverem no processo para impedir o fechamento da Engesa, as demissões de trabalhadores e a perda de mercados cativos caso a encomenda do Osório não fosse concretizada com a Arábia Saudita, país nem sempre amigo.”
Contudo, o encontro para a assinatura do protocolo de compra entre os governos do Brasil e da Arábia Saudita, marcado por duas vezes (agosto e novembro de 1990) pelo então presidente Fernando Collor de Mello diretamente com o Rei Fahd, não se concretiza. Com a mobilização para a guerra contra o Iraque, a Arábia Saudita anuncia que fecharia contrato não com o Brasil mas com a GENERAL DYNAMICS dos EUA, tomando-se conhecimento que esta formalização com os americanos já havia sido concluída mesmo antes dos contatos de Collor com o rei saudita.
Estes fatos motivam a falência da Engesa que, tendo contraído dívida de peso (US$ 53 milhões), tinha apostado todas as suas fichas no desenvolvimento do OSÓRIO. Por que razões, no mínimo suspeitas, o governo federal não refinanciou a empresa? Que o senhor Collor de Melo, por coincidência o patrono do “kozovo yanomamy”, nos responda! Em verdade os sauditas “roeram a corda”, mas Fernando Collor deu o “rabo de arraia” não encomendando lote daquele blindado para a Força Terrestre. Resultado, a Engesa implodiu, fechando cinco fábricas e extinguindo cerca de 6 mil empregos com danosas consequências econômicas, sociais e militares.
Depois deste lamentável episódio, o Brasil compraria 87 CC LEOPARD l Al da Bélgica e 91 M-60 A3 TTS dos EUA, estes últimos, que se diga, sem as mínimas condições de tráfego pelas pontes que cruzam o interior do pampa gaúcho. Os dois últimos protótipos do OSÓRIO, remanescentes da massa falida da ENGESA, depois de uma árdua campanha cívica, seriam incorporados ao Exército com autorização judicial. Alerta! Perigo! Por que razões estaria a governança e a politicalha tão estressada com a espionagem cibernética pelos EUA? Seria o receio pelo registro de alguma negociata secreta de comprometimento da soberania? Que o povo brasileiro ganhe novamente as ruas exigindo punição por este crime de lesa pátria!
PRRPAIVA
INF/AMAN/1969
ARTIGO PUBLICADO NO “JB ON LINE”
E a política de pessoal? Correção do PASEP, Aumento linear, etc…
O que tem isso haver com a matéria? tsc tsc tsc
Mega cartel de drogas que operava entre América do Sul e Europa é desmantelado em macro-operação
https://conexaopolitica.com.br/ultimas/mega-cartel-de-drogas-que-operava-entre-a-america-do-sul-e-a-europa-e-desmantelado-em-macro-operacao/
Esperar o que de comandantes militares omissos… preocupados sempre com suas carreiras e agora com uma boquinha nesse governo petista de direita verde e amarelo… nada mudou desde 2018 a não ser o salário dos estamentos superiores… A tropa que se lasque… O equipamento tbm… ou alguém já viu no mundo contemporâneo um general na linha de frente de combate… é só lembrar da música da Banda Legião Urbana… ela retrata o desempenho de nossos estamentos superiores… Vida que segue…