Subtenente do Exército que atropelou cadeirante pode pegar até 30 anos de prisão

Motorista furou o sinal vermelho e atropelou a cadeirante na faixa de pedestre da Agamenon Magalhães no dia 13 de junho. Crédito: Reprodução vídeo

O militar avançou o sinal vermelho e atropelou duas pessoas no dia 13 de junho deste ano. Uma das vítimas morreu, enquanto a outra teve ferimentos no braço esquerdo

DP Diario de Pernambuco
O juiz da Primeira Vara do Tribunal do Júri Capital, Ernesto Bezerra Cavalcanti, acatou a denúncia do Ministério Público e tornou réu Paulo Bezerra Cavalcanti Júnior, 46 anos, subtenente do Exército. O militar avançou o sinal vermelho e atropelou, na Avenida Agamenon Magalhães, no Recife, a cadeirante Ivanise Félix da Silva, 65 anos, e Taciana de Souza Santos, no dia 13 de junho deste ano. Ivanice não resistiu aos ferimentos e faleceu, enquanto Taciana teve ferimentos no braço esquerdo.
Pela morte de Ivanise, o subtentenente responderá por homicídio qualificado, o que está previsto no artigo 121, parágrafo segundo, inciso IV do Código Penal Brasileiro (CPB). O inciso enquadra o caso da cadeirante entre aqueles que ocorrem “à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”. A pena prevista para o crime é de 12 a 30 anos de reclusão.
A acusação ao subtentente, no caso de Taciana, consta no artigo 129 do CPB. Pelo crime, Paulo Bezerra Cavalcanti Júnior será julgado por lesão corporal, crime que pode resultar em condenação de três meses a um ano de detenção. Taciana foi atingida pelo retrovisor do veículo do subtenente, um Renault modelo Sandero, branco e placa OFZ-2244, ano 2013. Imagens de câmeras de trânsito mostram que o militar avançou o sinal em alta velocidade.
O atropelamento ocorreu na faixa sentido Olinda-Recife da Agamenon Magalhães. Além de atropelar as duas mulheres, o motorista fugiu sem prestar socorro. Moradora de Carpina, Ivanice tinha vindo ao Recife para fazer hemodiálise no Real Hospital Português. Com o impacto da batida, o corpo da cadeirante foi arremessado a cerca de oito metros de distância. Havia cerca de 20 pessos atravessando a faixa de pedestre quando o carro do militar avançou o sinal.
A decisão do magistrado data de 6 de setembro. Nela, o juiz pede que a secretaria da Primeira Vara do Tribunal do Júri Capital certifique se “o acusado responde a outros feitos criminais”. O subtentente Paulo Bezerra Cavalvanti Júnior trabalha no 7° Grupo de Artilharia de Campanha de Olinda.
ESTADO DE MINAS/montedo.com

15 respostas

  1. Como é um militar, possivelmente, vai ser condenado exemplarmente pelo crime. Infelizmente, para outros que cometeram crimes semelhantes e, até com mais vítimas, mas tem o poder do dinheiro, estão livres e dirigindo novamente. Onde moro, o que mais se vê é avanço de sinal vermelho, fora outras atitudes de simples falta de educação, principalmente quando alguns estão em seus carrões, se achando acima de todos.

    1. Comentário corporativista sem noção.
      Basta ler, “motorista fugiu sem prestar socorro”. Meu amigo, acidentes acontecem, tais como errar o pedal, ou uma pequena distração, mas não prestar socorro em uma região que só tinha pedestres (sem perigo de violência), é porque errou e se manteve no erro, porque quis. Tem de assumir as consequências, sem essa de tadinho só porque é militar e parecido com você.

      1. Você leu e não entendeu. Leia de novo. Não defendo criminoso, seja ele quem for. Eu disse que, quem tem muito dinheiro está nas ruas depois de crime semelhante. estou errado? Lembro do caso de um jogador famoso que está livre até hoje; o caso de um ricaço que voou com o carro e caiu em cima de outro matando os ocupantes, e está livre. etc, etc. Os poucos que foram condenados, não pegaram nem dez anos. O Militar não é melhor do que ninguém e, por sinal, os militares além da Constituição, tem mais uma centena de regulamentos que podem ser enquadrados.

      2. Pesa sim. E muito o fator de Militar do Exército. Qualquer padeiro, mecanico, marceneiro ou reciclador teria pena diferente.
        Nós Militares sabemos que nosso Erro será sempre agravado por nós mesmos e pelas Justiças. Nosso Erro geralmente causa consequências graves. Então sempre Atento pra tudo e todos. Somos apenas diferentes. Chegue atrasado para trabalhar e veja as diferenças de opção em um civil e um militar.
        Para refletir, em lições aprendidas, alguns segundos trocados por uma vida no transito.

    2. Me desculpe. Mas morre gente todo dia no seu bairro?

      Comparar um atropelamento seguido de morte, com um mero avanço de sinal vermelho….
      Corporativismo é bom em algumas ocasiões….mas nesse caso, não.

      Quer um conselho…pare de avançar o sinal vermelho. Você me pareceu se identificar muito com o motorista.

      Quem avança o sinal vermelho, corre o risco de passar o mesmo dissabor.

  2. Infelizmente que sirva de alerta para as pessoas, que vibram e comemorem com a desgraça alheia. A vida da gente pode mudar numa fração de segundos. De pessoa exemplar passa a ser pária da sociedade.

  3. E que seja condenado exemplarmente mesmo. O tratamento diferenciado tem que ser para mais e sem essa de corporativismo. Fez uma coisa errada e se manteve no erro. Ou estava bebado ou fez sabendo o que estava fazendo, em ambos os casos tem que ser responsabilizado.

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