Número de militares da ativa no governo federal cresce 13% com Bolsonaro

Ao todo, houve um acréscimo de 153 integrantes das Forças Armadas na comparação com 2018. Exército tem a maior presença no Executivo

Gabriel Shinohara

Rio de Janeiro 07/06/2019 Bolsonaro paritcipa de formatura de militares no Rio, no Centro de Instrução Almirante Alexandrino. Foto Marcelo Regua / Agência O Globo Foto: Marcelo Regua / Agência O Globo
Rio de Janeiro 07/06/2019 Bolsonaro paritcipa de formatura de militares no Rio, no Centro de Instrução Almirante Alexandrino. Foto Marcelo Regua / Agência O Globo Foto: Marcelo Regua / Agência O Globo

BRASÍLIA – O total de militares da ativa cedidos ao executivo federal cresceu 13,7% nos primeiros seis meses do governo do presidente Jair Bolsonaro , na comparação com 2018, segundo dados do Ministério da Defesa. Esse percentual representa umacréscimo de 153 membros — número passou de 1.118 cedidos , no ano passado, para os atuais 1.271 .

Com 75,5% do total de militares no governo, o Exército é a força com maior presença no Executivo. São 962 integrantes no governo, contra 164 da Marinha e 145 da Aeronáutica . Em 2018, o Exército representava 76% dos militares no governo.

As pastas que mais abrigam militares da ativa são o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) , seguido pela Advocacia-Geral da União (AGU) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME) .

Além dos militares que ocupam cargos nos ministérios, há também membros da ativa em outros órgãos do executivo federal, como na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), na Autoridade de Governança do Legado Olímpico (AGLO) e na vice-presidência.

Ainda que tenha aumentado o número de militares da ativa no Executivo, são os da reserva que terminaram ocupando os principais cargos no alto escalão. Dos seis ministros que integraram os quadros das Forças Armadas, dois trabalham diretamente com o presidente: Augusto Heleno, ministro do GSI, e Luiz Eduardo Ramos , ministro da Secretaria de Governo.

O astronauta e tenente-coronel da Força Aérea, Marcos Pontes, é ministro das Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Já o atual ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, teve uma longa carreira no Exército, principalmente nas áreas de projeção e construção de obras.

Gabinete verde-oliva

Por coordenar a segurança do presidente da República e o vice, o GSI abriga a maior parte dos militares da ativa: 93,5% do total. Em 2018, contudo, esse percentual era maior: de 96%.

No início de julho, a atuação do órgão foi criticada pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), na esteira da prisão de um militar que acompanhava a comitiva presidencial ao encontro dos países do G20, no Japão. Nas redes sociais, o vereador pelo Rio de Janeiro questionou o funcionamento do GSI. “Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI? Sua grande maioria podem ser até homens bem intencionados e acredito que sejam, mas estão subordinados a algo que não acredito”, escreveu Carlos.

Carlos Fico, doutor em história social e professor da UFRJ, analisa que o aumento de militares na administração pública se relaciona com a falta de quadros no PSL, partido do presidente, e não com uma militarização do governo.

– Eu avalio que ele recorreu aos militares nesse sentido, na obtenção do mínimo de quadros organizados, até porque as forças armadas, sobretudo o Exército, representam no Brasil esse segmentos mais conservadores – afirmou.

O professor explica que os partidos que governaram o país nos últimos anos tinham experiência e pessoal especializado para assumir postos na administração pública. Já o presidente Bolsonaro não contava com quadros organizados para essas mesmas funções.

– O próprio presidente não tinha quadros organizados para ocupar postos diversos, diferentemente dos outros partidos que já estiveram no poder recentemente como PSDB e PT, que são partidos antigos e têm quadros especializados nas áreas de saúde, educação… o PSL não tem. O próprio presidente não tem um trânsito grande na cena política, embora tenha ficado no parlamento tantos anos – explicou o professor.

Veja/montedo.com

4 respostas

  1. Estava esperando algo diferente, todo governo é assim o do PT encheu de não faz nada, o do Temer os apadrinhados, o FHC que criou a PEC do mal tambem.

  2. Boquinhas…é o velho estilo do PTTC com honrosas exceções. Tudo mundo sabe como funciona! É o velho sistema de indicações! No PTTC nada mudou…criaram um banco de talentos da reserva, uma tentativa de dar transparência, onde o militar se inscreve com seu currículo e as OMs fariam uma “busca” por profissionais mais adequados às suas necessidades. Sei…acredito…também em Saci Pererê…disco voador…político que não gosta de mordomias…boitatá…

  3. É obvio, né? Quem estava lá antes? Confiar nos indicados políticos do PT/PCdoB/MDB, etc? Se o aumento do número de militares no governo fosse causa de preocupação, pergunto< e antes, o número de comunistas/socialistas, inclusive muitos ex-guerrilheiros?

  4. “O próprio presidente não tinha quadros organizados para ocupar postos diversos, diferentemente dos outros partidos que já estiveram no poder recentemente como PSDB e PT, que são partidos antigos e têm quadros especializados nas áreas de saúde, educação… ” , especializados em ROUBAR a saúde, educação…

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