Incomodada, campanha de Bolsonaro resolve tutelar general Mourão

Vice vinha assumindo protagonismo desde o atentado; reunião visou unificar discurso do grupo

O general Mourão, vice de Bolsonaro, durante palestra no Secovi-SP – Danilo Verpa – 17.set.2018/Folhapress

SÃO PAULO
Igor Gielow
Guilherme Seto
Embalados pelo desempenho ascendente na disputa do primeiro turno, integrantes do núcleo duro da campanha de Jair Bolsonaro (PSL) fizeram uma reunião para lavar roupa suja e tentar unificar o discurso. Uma das decisões foi a de tutelar o polêmico vice do presidenciável, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB).
Desde que o presidenciável foi esfaqueado, no dia 6, grupos rivais de seu entorno buscaram protagonismo, aumentando a já notória cacofonia da cadeia decisória do bolsonarismo. Mourão sobressaiu-se nesse movimento, reivindicando participação em debates no lugar do candidato, só para depois retroceder.
Também cumpriu uma agenda recheada de entrevistas e palestras nos quais algumas de suas polêmicas posições
foram evidenciadas, como a citação sobre a eventualidade de um autogolpe presidencial ou a noção de que lares
tocados por mulheres pobres são “fábricas de desajustados”. Com tudo isso, conforme a Folha adiantou, o incômodo obrigou ao realinhamento na campanha.

Reunião de líderes da campanha de Jair Bolsonaro em São Paulo – Guilherme Seto/Folhapress

O general não estava presente, pois cumpria agenda em Botucatu (SP). Ficou na linha com um colega da patente
na reserva, o influente Augusto Heleno. Ele, que vinha evitando se envolver em temas eleitorais, será a ponte do
grupo com o vice. Ressaltando ser amigo do militar, o criticou. “Qual é a experiência política do Mourão? Ele
está engatinhando ainda. Ele fala e acha que não vai ter repercussão”, disse.
O presidente do partido de Mourão, Levy Fidelix, estará totalmente alijado dos debates internos. As palavras com
que membros do entorno de Bolsonaro se referem a ele são impublicáveis.
Com Bolsonaro fora de combate, a campanha havia perdido o ponto focal e moderador de conflitos. Assim,
entre os presentes na reunião desta terça (18) em um flat nos Jardins (zona sul de São Paulo), estavam rivais de
disputas anteriores.
Gustavo Bebianno, o centralizador presidente interino do PSL e advogado de Bolsonaro, foi confrontado por
Eduardo, deputado filho do presidenciável. As crises entre os dois sobre procedimentos da campanha e sobre o
papel do vice-presidente da sigla, Julian Lemos, foi um dos pontos mais tensos da relação até aqui.
Estiveram presentes o economista Paulo Guedes; o general da reserva Augusto Heleno; o senador Magno
Malta (PR-ES); o dono do PSL Luciano Bivar; Bebianno e Julian Lemos; o ex-presidente do PSL Antonio de Rueda;
os filhos de Bolsonaro, Eduardo e Flávio; o deputado federal Major Olímpio (PSL-SP); o ruralista Nabhan
Garcia; e o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
A expectativa agora é trazer a figura hospitalizada de Bolsonaro para o debate eleitoral. Os presentes
concordam que ele é o único ativo eleitoral à disposição do grupo. “Somos uma equipe com um capitão. O
restante é todo de soldados”, disse Eduardo.
Vídeos como o do domingo passado, no qual ele apareceu bastante fragilizado e fez um discurso colocando a lisura
das urnas eletrônicas em suspeição, deverão acontecer novamente, mas com melhor modulação.
Não passou despercebida a reação do presidente do Supremo, Dias Toffoli, que rebateu as insinuações de
Bolsonaro. Tentando vender uma imagem de normalidade institucional, a última coisa que o entorno do candidato deseja é
a promessa de um antagonismo de saída com o chefe do Judiciário

FOLHA DE SÃO PAULO/montedo.com

17 respostas

  1. Aliás, na minha opinião o Gen Mourão está decepcionante nessas eleições…está que nem a ofélia: “só abre a boca pra falar besteira”…

  2. Eu já havia falado da primeira vez. O povăo não quer saber de filosofia não. Mãe solteira vota, filho de mãe solteira vota. E ficar chá mando pessoas de problema não é solução pra ninguém. Apresente mais solução é só fale de problemas quando tiver soluções agregadas. Ser contra o PT ajuda, mas não é garantia de vitória não. Seja mais cuidadoso para o bem do Brasil.

  3. O general deve estar achando que está falando em um auditório de alguma OM ou em uma formatura onde generais e comandantes falam o que querem e todos ficam quietinhos…já ouvi muita m…torço para que Bolsonaro ganhe no primeiro turno e, até lá, é bom a assessoria do Bolsonaro “grudar” no general…

  4. Decepcionante a atuação do Gen MOURÃO nessas eleições…já custamos a ter um candidato militar e quando temos um, aparece um vice para derrubar de novo…Gen MOURÃO está irreconhecível

  5. Muita gente vai votar no Bolsonaro e deverá migrar para a sua candidatura por causa do General Mourão!

    Depois de anos ouvindo um cachaceiro BANDIDO e sua ex-terrorista nefasta falarem toneladas de merdas, só GENTE QUE não presta se incomoda com a fala de Mourão!

    Se o Brasil entrar de vez em uma guerra civil, graças a internet, mesmo com anônimos, será mais fácil identificar joio e trigo do que depois de 1964!

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