Bolsonaro avalia não comparecer a debates na campanha eleitoral e é criticado por adversários

Nos últimos meses, deputado já faltou a eventos em que estaria com adversários

POR BRUNO GÓES, JEFERSON RIBEIRO, MARCO GRILLO, SILVIA AMORIM E THIAGO PRADO

O pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro – EVARISTO SA / AFP

BRASÍLIA, RIO E SÃO PAULO — Líder nas pesquisas de intenções de voto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, avalia a hipótese de não ir aos debates com outros postulantes ao cargo ao longo da campanha elei

No lugar do confronto direto, Bolsonaro tem privilegiado agendas em que está cercado por apoiadores e fora dos maiores centros urbanos do país. Na quinta-feira, cumpriu um ritual que se tornou característico na pré-campanha: foi cercado por simpatizantes em um aeroporto — neste caso, o de Campina Grande, na Paraíba — e depois discursou em um carro de som. Vídeos mostrando a recepção na chegada à cidade foram publicados em suas contas nas redes sociais.

— Ainda estou definindo se vou (aos debates). Postura de combate, não decidi ainda. Estou aqui na Paraíba e tenho muitos compromissos — disse Bolsonaro ao GLOBO na sexta-feira, ironizando. — E se eu não for, não vai dar Ibope, né.

Em abril, o pré-candidato do PSL não foi ao Fórum da Liberdade, que reuniu presidenciáveis em Porto Alegre. No mês seguinte, não participou de um encontro organizado pela Frente Nacional dos Prefeitos, em Niterói, e de um evento da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, em Gramado (RS) — alegou problemas de agenda nesses dois casos. O parlamentar também faltou à sabatina promovida pelo jornal “Folha de S. Paulo” e pelo portal UOL, quando seria entrevistado por jornalistas. Integrantes da equipe do pré-candidato têm se incomodado com o que consideram uma postura excessivamente crítica da imprensa. Em outra ocasião, no entanto, participou da sabatina do jornal “Correio Braziliense”. Um parlamentar do PSL disse que Bolsonaro “vai escolher muito bem para onde vai” e para quem dará entrevistas.

A possível ausência nos debates gerou reações dos adversários. Interessado em polarizar com Bolsonaro para atrair parte do seu eleitorado, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, fez uma provocação imediata nas redes sociais: divulgou um vídeo com uma montagem em que o rosto do deputado aparece no corpo de uma criança correndo de um lado para o outro com a mensagem “adivinha quem está fugindo dos debates”. O tucano aposta num confronto direto e, neste contexto, os debates na televisão seriam importantes para a tática da “desconstrução”.

— Sem dúvida, uma ausência dele prejudica o confronto que Geraldo quer fazer — afirmou um aliado do ex-governador de São Paulo.

Presidente do PDT, que vai lançar Ciro Gomes, Carlos Lupi afirmou que o pré-candidato do PSL “é um produto, mas não — É uma clara demonstração de que ele não tem projeto e não tem o quê dizer para a população. Ele é como um castelo de areia, frágil.

Já Marina Silva (Rede) afirmou que “não se pode pretender governar o Brasil sem debater propostas com a sociedade”. Henrique Meirelles (MDB) ironizou e afirmou que a estratégia é “compreensível”, porque Bolsonaro “não tem nada a dizer”. Já Rodrigo Maia (DEM) disse que vai participar de todos os debates, enquanto Álvaro Dias ressaltou que não comentaria a estratégia de adversários.

Para atenuar o efeito das ausências, Bolsonaro aposta nas redes sociais, onde têm um alcance expressivo — sua página oficial no Facebook tem 5,3 milhões de curtidas. As transmissões ao vivo, como a que aconteceu durante a semana, quando foi filmado enquanto cortava o cabelo, serão mais frequentes, como informou ontem o colunista Ancelmo Gois, do GLOBO.

O Globo/montedo.com

10 respostas

  1. Das muitas poucas vezes que me ocupei com debates, só assisti ofensas e desconstruções de imagens, o que convenhamos não é difícil por aqui com este monte de fichas sujas.

    Nunca, em um debate, alguém apresenta uma proposta clara, com início e meio e fim, e procura saber a opinião do ‘zé povo’.

    Votemos com consciência em outubro. É o que importa, agora!

  2. Os praças sempre foram mal tratados na mão dos oficiais, no mínimo os não babões, os profissionais, os que tem vergonha na cara, os que foram contratados para realiza um serviço e os fizeram, os cumpridores de missão. Talvez tenhamos errados em ser praças nesse exército que não valoriza o profissional. Do EV ao Marechal em tempo de guerra, todos temos um trabalho a fazer independente das nossas raízes, Sv Mil Obr, tmpr, esa, aman, qco, esau…. Mas a arrogância fala mais alto e o profissionalismo fica a deriva. Quando o EB se tornar uma equipe de fato eu terei prazer em direcionar o meu voto aquele que mais tenha a oferecer a nossa classe. Entretanto, no momento e pelo que vivenciei nos meus trinta anos de Sv não vou nem pensar em reviver tais episódios. E por conseguinte, o oficial que acha que vai receber voto de praça talvez receba os dos puxa sacos contemporâneos a ele. Sofre doi. Sofrer duas vezes dois mais ainda. Sei que vcs tem muitos amigos oficiais e serão eleito pelo votos dos Cangas. Boa sorte no pleito!

    1. Realmente a pior coisa que existe no ser humano é a ignorância, a falta de educação escolar, falta de instrução, ou seja, o analfabetismo cultural, político e funcional. O único candidato capaz de fazer o mínimo em matéria de salário e condições de trabalho para as FFAA é sem dúvida nenhuma Jair Bolsonaro. Eu que conheço o mal que Alckmin fez com o funcionalismo público aqui em São Paulo, o arrogante esquerdopata Ciro “O corrupto Sardinha”, a medíocre Marina e os outros inexpressivos candidatos, fico realmente preocupado com o futuro das pessoas de bem desse país.

    2. Você jamais poderá ser considerado um militar, se realmente o é como afirma.
      Passou pela Força, mas nunca pertenceu a ela, nada aprendeu.

    3. Comentário de “imbecilóide”. “praças maltratados na mão de oficiais”?? “What a fuck you, man”? O que isto tem a haver com eleições?? …”de fato eu terei prazer em direcionar o meu voto aquele que mais tenha a oferecer a nossa classe”, desde que quando precisamos de um presidente que faça seu governo em prol de militares ou de uma classe especial?? Eu quero um presidente que olhe pelo Brasil como um todo, não só pra militares! Que candidato, na atualidade, vc acha que poderia beneficiar os militares em alguma coisa?? Corroborando com o “Anônimo” de 24 JUN as 20:15… “Realmente a pior coisa que existe no ser humano é a ignorância, a falta de educação escolar, falta de instrução, ou seja, o analfabetismo cultural, político e funcional. O único candidato capaz de fazer o mínimo em matéria de salário e condições de trabalho para as FFAA é sem dúvida nenhuma Jair Bolsonaro”.E vc, “um brasileiro”, pare de ser recalcado com oficiais! Estude! Faça sua parte! Vote com coerência ou vai passar mais 4 anos na “bosta” de um (des)governo com presidente comunista!

  3. Covardia, só isso.
    Ele sabe que vai aparecer feio. Porque o que pensa e diz é feio.
    De forma geral, as pessoas são carentes e não o conhecem, aliás esse é o verdadeiro motivo da sua grande intenção de votos. Enquanto não o conhecerem, ele segue triunfante na fantasia popular de redentor.
    O militar, coitado, carente de salário e apoio, se engana que ele é bom para todos. Não é.
    Se deixarmos o egoísmo de lado, verão que ele poderá levar esse país a uma guerra civil nunca antes vista aqui.

  4. Vou votar nele, mas é óbvio que não vai mudar nada para o Exército. Quem destruiu e quem destrói constantemente o EB são seus oficiais e praças.

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