Luis Kawaguti
Do UOL, no Rio
![]() |
Militar com rosto coberto em operação na Vila Kennedy, zona Oeste do Rio de Janeiro
Luis Kawaguchi/UOL
|
Para não sofrer represálias do crime organizado, militares das Forças Armadas que moram em favelas do Rio de Janeiro estão usando máscaras e cobrindo suas etiquetas de identificação com coletes à prova de balas quando participam de ações da intervenção federal.
Alguns desses militares ouvidos pelo UOL disseram que podem sofrer represálias ou colocar suas famílias em risco se forem identificados por criminosos ao participar de operações. Nas favelas onde eles moram, ninguém sabe que são militares.
“Não é uma questão de ter medo. O que eu não quero é expor os meus familiares, que moram na mesma comunidade”, disse à reportagem um soldado do Exército sob anonimato.
“No planejamento de uma operação, eles [comandantes] já tiram quem mora no bairro”, disse o militar.
![]() |
Militares com coletes à prova de balas sobre a identificação na Vila Kennedy Luis Kawaguchi/UOL |
O UOL acompanhou duas operações das Forças Armadas, nas favelas Vila Kennedy, na zona oeste carioca, e Jardim Catarina, em São Gonçalo, região metropolitana.
A reportagem observou que parte dos militares andava com os rostos e identificações cobertos, geralmente os soldados que aparentavam ser mais jovens. Sargentos e oficiais mais velhos em geral atuavam sem se preocupar com identificação.
Outro soldado afirmou que cobrir o rosto e o nome dá mais segurança. “Já aconteceu com um amigo meu de ser escalado no próprio bairro. Nesses casos, o jeito é botar a balaclava”, disse.
Balaclava é o nome do gorro justo que cobre todo o rosto do militar deixando visíveis apenas os olhos e parte do nariz.
Popularmente conhecida como touca ninja, ela foi criada no século 19 e era usada por soldados sob o capacete para proteção contra o frio. Tropas que operam em regiões de deserto a usam para evitar a poeira. Mas nada disso se aplica ao Rio de Janeiro.
“Não tem outra utilidade, é só para esconder o rosto mesmo. A gente inclusive fica suando muito por causa disso”, disse outro militar.
Outra medida adotada pelos militares é vestir o colete à prova de balas sobre a jaqueta –gandola, no jargão militar–, onde fica grudada uma etiqueta com seu nome. Dessa forma, a identificação não fica visível.
Os comandantes militares não têm repreendido esse tipo de conduta por entender que se trata da segurança do militar que mora em favela.
Um oficial disse ao UOL, sem se identificar, que isso não seria irregular. Ele afirmou que qualquer cidadão que quiser saber a identidade de um militar em uma operação deve se dirigir ao comandante do grupo desse militar (eles nunca andam sozinhos e sempre têm um encarregado presente, por menor que seja o grupo) e fazer a pergunta. O encarregado tem obrigação de dar a informação ou fazer o soldado mostrar sua identificação.
![]() |
Em 2017, militares usaram balaclavas de caveira em operação na Rocinha Bruno Kelly/Reuters |
Caveiras
Em setembro, militares das Forças Armadas usaram balaclavas com imagens de caveiras durante operações na favela da Rocinha. Reprovada, a conduta foi considerada perturbadora por moradores.
Após fotos serem divulgadas na imprensa, eles foram repreendidos pelos superiores e uma investigação foi aberta. As balaclavas de caveira foram consideradas irregulares.
UOL/montedo.com
A exemplo dos policiais militares, aquele que for identificado como militar das Forças Armadas,com certeza sofrerá também represália e pior, diferente dos policiais, não pode andar armado.
Todos devem se precaver e esconder a identidade, inclusive os da polícia. Não se deve dar chances nenhuma para os marginais. Agora, se é para as Forças Armadas fazerem o que estão fazendo, não seria melhor usar a Força Nacional ou sai mais barato com as FFAA?
Perturbador é o poder exercido por traficantes nessas "comunidades", como se fossem estados paralelos, onde o instituições policiais não entram, e quando entram tem de esconder a identidade para não cair na mira desses marginais.
Não acredito nisso….
Por isso tudo que for para a mídia-imprensa, TEM que passar pelo CMT.
olha isso
…" Os comandantes militares não têm repreendido esse tipo de conduta por entender que se trata da segurança do militar que mora em favela.
Um oficial disse ao UOL, sem se identificar, que isso não seria irregular. Ele afirmou que qualquer cidadão que quiser saber a identidade de um militar em uma operação deve se dirigir ao comandante do grupo desse militar (eles nunca andam sozinhos e sempre têm um encarregado presente, por menor que seja o grupo) e fazer a pergunta. O encarregado tem obrigação de dar a informação ou fazer o soldado mostrar sua identificação."
um oficial disse ao UOL….. põe jogar contra a tropa.
Sucesso aos nobres irmãos que estão na real intervenção.
Anônimo 7 de março de 2018 11:48, esconder a identidade onde? Naquele lugar? E não é só o soldado da comunidade que está escondendo o rosto não, qualquer um pode ser reconhecido depois. Já tive um amigo, que era da PQD, que foi reconhecido dentro do Norte Shopping, na época da ECO 92.
Agora, quanto ao anônimo 7 de março de 2018 11:48, é clero que fica muito mais barato usar as FFAA com os aparatos que eles gostam de usar, ou seja, tanques, canhões, helicópteros, lanchas etc.
Já passou dá hora do Sr Interventor, determinar a utilização das tropas sediadas em outros Estados, tais como: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo,Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nas ações de segurança pública do Hell de Janeiro. Tal decisão trará normalidade e segurança para os militares que lá residem, principalmente, os Cb/As. ST Mat Bel Turma 1995.
Medo de caveira, essa foi boa kkkkkkkkk!
Ola. Alguém sabe informar como está a situação dos sargentos/ subtenentes e suboficiais, quanto ao porte de arma?
Faço esta pergunta pois no papel a situação parece melhor, mas na prática tudo parece como antes.
Aguardo as orientações do pessoal.
Abraço a todos.