Em coletiva, interventor federal diz que ‘Rio é um laboratório para o Brasil’

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Intervenção federal: cúpula da Segurança é mantida
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Elenilce Bottari, Juliana Castro, Marcos Nunes e Vera Araújo 
As cúpulas das polícias Militar e Civil no Rio serão mantidas inicialmente durante a intervenção federal, conforme informou o interventor, general Walter Souza Braga Netto, na manhã desta terça-feira, ao anunciar, em entrevista coletiva, o plano de intervenção no Rio. Também permanecem os comandos do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Braga Netto acrescentou que haverá aporte financeiro do governo federal para a ação dos militares, embora não tenha detalhado valores. Ele disse ainda que vai manter as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e o Instituto de Segurança Pública (ISP), com a divulgação dos dados sobre violência.
O interventor começou a entrevista coletiva afirmando que a finalidade era apresentar o general Mauro Sinott como chefe de Gabinete de Intervenção Federal e o general Richard Nunes como novo secretário de Segurança.
— O restante da estrutura da Segurança Pública permanece o mesmo. Nós estamos numa fase de estudos — afirmou Braga Netto.
Autoridades se reúnem para detalhar intervenção federal no Rio Autoridades se reúnem para detalhar intervenção federal no Rio Foto: Juliana Castro / Agência O Globo Indagado sobre a primeira medida a ser tomada, o general Braga Netto disse que é a instalação do gabinete de intervenção. Depois, tomará providências para que a população “perceba a sensação de segurança”:
— Logo depois (da instalação do gabinete), o general Sinott vai tomar uma série de providências para que a população perceba essa sensação de segurança. Para isso, contamos até com o apoio da imprensa.
O gabinete da intervenção funcionará no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova.
— A segurança pública vai aproveitar a expertise das Forças Armadas. A sistemática da segurança do Rio será mantida enquanto o general Richard estuda o que deve ser alterado — afirmou o interventor.
Já sobre o futuro das UPPs, Braga Netto declarou que elas serão mantidas, mas vai ser feita uma análise do que deve ser melhorado e aprimorado. O secretário de Segurança também afirmou que a política das unidades permanecem, mas podem haver mudanças.
— Temos um diagnóstico de redirecionamento de outras ações — disse o general Richard Nunes.
Braga Netto negou ocupação permanente de comunidades por parte dos militares:
— Não existe planejamento de ocupação permanente em comunidade. Operações continuarão pontuais.
CORRUPÇÃO POLICIAL
Braga Netto também foi questionado se haverá diminuição da corrupção policial e disse que vai fortalecer as corregedorias e tomar iniciativas para que o bom policial seja valorizado.
— Intervenção é um trabalho de gestão. Vejo a intervenção como uma janela de oportunidades para a população.
De acordo com o interventor, “recuperar a credibilidade” da segurança pública no estado é um dos objetivos da intervenção:
— Reduzir a criminalidade e dar um suporte na capacidade de segurança, que já existe. A segurança pública do Rio não deixou de existir, ela passou por dificuldades. O objetivo nosso é integrar e cooperar. Com isso, recupera-se a credibilidade da instituição segurança pública no Rio.
Braga Netto defendeu o trabalho de Inteligência realizado pela segurança do Rio:
— As Inteligências sempre funcionaram. Quando você unifica o comando a tendência é que isso agilize o trabalho, mas sempre trocando informações. Em relação à transparência, não precisa se preocupar porque o sistema será transparente. O ISP continuará e aprimorará o seu trabalho. O Rio de Janeiro é um laboratório para o Brasil.
Além do interventor, de Sinott e Nunes, participaram da coletiva o secretário de Administração Penitenciária, David Anthony, e o secretário de Defesa Civil e comandante-geral dos Bombeiros, Roberto Robadey Costa Junior. Acompanharam da plateia: coronel Wolney Dias, comandante-geral da PM, coronel Lúcio Flávio Baracho, chefe do Estado-Maior, chefe de Polícia Civil, Carlos Leba, subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança, Flávio Galvão, presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Joana Monteiro, e também o coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges.
INTERVENÇÃO FOI DECRETADA DIA 16
O presidente Michel Temer decretou a intervenção federal no Rio no último dia 16. A partir de então, o comando das polícias civil e militar do Rio — uma responsabilidade do governo estadual — ficou sob as ordens do general Braga Netto, que responde ao governo federal. A intervenção tem duração prevista até 31 de dezembro deste ano.
Braga Netto, do Comando Militar do Leste do Exército, fica subordinado ao presidente da República e não está sujeito às normas estaduais que conflitarem com as medidas necessárias à execução da intervenção”, afirma trecho do decreto. Ele também “exercerá o controle operacional de todos os órgãos estaduais de segurança pública.
Na sequência do decreto presidencial, no último dia 19, o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, teve a exoneração do cargo publicada no Diário Oficial. Ele disse não ter sido consultado sobre a decisão do presidente.
Na última segunda-feira, Temer optou por uma solução caseira para o recém-criado Ministério da Segurança, que ficará responsável pelas Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O presidente deslocou Jungmann da Defesa para a nova Pasta. E, no lugar, deixou o general Luna, que já ocupava cargo de secretário.
EXTRA/montedo.com

6 respostas

  1. Algumas sugestões para tirar pessoas das milícias e da ilegalidade:

    1_ O governo do Estado, através das forças de segurança, deveria tentar localizar e legalizar as pessoas que comercializam gás, internet, energia elétrica e água, terceirizando-as, através das respectivas companhias.

    2_ Garimpos ilegais deveriam ter do Estado a sua legalização e acompanhamento e apoio tecnológico. Vejam, são pessoas querendo trabalhar, produzir, ganhar dinheiro. Isso vai proporcionar mais empregos e arrecadação tributária em lugar de gerar mais marginalidade.

    3_ O comércio de produtos pirateados deveria mostrar ao governo as suas necessidades, as razões da pirataria para que o Governo tente eliminar as causas e proporcionar uma competição saudável entre mercados.

    Só para começar, muita gente não é prática, mas burocratas que só conhecem os mercados através de teorias. Na segurança pública, tenho a impressão que há muitos ilegais porque tentaram vencer as burocracias e o CUSTO BRASIL para montar um negócio e não tiveram apoio.

    Na construção civil poderiam fornecer plantas de casas gratuitamente para ajudar quem não pode pagar, nas periferias, a construir modelos padrão. Sei que isso vai de encontro à interesses de engenheiros mas seria uma forma de tornar a periferia mais agradável. E também tornar o CREA e o CRECI válidos em todo o território nacional sem necessidade de ter 1 em cada estado.

  2. Tem que avisar aos jornalistas que fazem perguntas idiotas como, se vai diminuir a corrupção na PM, como se o general fosse milagreiro. Já ouvi dizer que não haverá invasão de tropas nas comunidades, então, vão só pegar muito dinheiro, melhorar a situação da PM no que for possível e, pronto. Efetivo, não poderá ser aumentado às pressas, os corruptos serão os mesmos em contato direto com os marginais, então, foi uma "jogada de mestre", como disse o presidente, mas só para mandar mais verbas para o governo estadual sem se complicar. Vamos torcer que os militares deem uma solução boa e saiam fortalecidos.

  3. Laboratório do fracasso… Se nossos Comandantes não se imporem perante a justiça… OAB… E Direitos Humanos… Vamos passar vergonha ao vivo e a cores… Além do descredito aos olhos da sociedade… Quem viver… Verá…

  4. E essa farda de alta solidez que eles estão usando? Parece farda de Fuzileiro Naval! O marrom sobreposto ao VO dá um aspecto de farda suja!!! kkkkkkkk

    Brincadeiras à parte, esperamos que dêem uma solução definitiva para o "Hell" de Janeiro, e não como ocorreu em 2010, onde realizaram toda aquela operação e meses depois, tudo voltou ao "normal"!

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