O risco ao contrário
Os ideólogos da intervenção pensam em política e deixaram o Exército com o risco
Janio de Freitas*

Mais necessária é a intervenção na chefia da Polícia Federal. Mas nos dois casos Michel Temer faz prevalecerem os seus interesses. Contra sustar as boas interferências na PF para sua condição de suspeito e acusado; e a favor de uma medida extrema e controversa que lhe traz muitas vantagens políticas. O país e os Estados são capítulos à parte.
O Exército está em operações no Rio desde julho de 2017. Se, passados sete meses, quem assinou aquele envio da tropa assina, agora, a intervenção para a mesma garantia da ordem, não é preciso recorrer a números para concluir pelo insucesso do Exército.
Isso pode ficar debitado ao seu despreparo para ações fora de sua finalidade. A intervenção elimina tal álibi, ao estabelecer que todo o sistema de polícia e segurança do Rio passe à responsabilidade do Exército na pessoa de um general. Assim como todas as respectivas atividades.
No nível a que chegou o poder de ação do crime organizado, a repressão não conta com outra tática que não o enfrentamento direto. Do qual, pelo que se conhece, o esperável está em duas hipóteses: ou mortes a granel ou resultados muito aquém do desejado (e necessário).
A primeira ocorrência deixaria o Exército sob repulsa interna e externa, com possíveis consequências internacionais para o país. A segunda ocorrência será a derrota, que é o inferno dos militares. E não será menos do que isso para o Exército.
A única novidade da intervenção é a intervenção. Feita em cima das pernas. Nada foi estudado da situação atual, que já difere da vigente há um mês, nem discutido sobre um modo de agir diferente dos pouco ou mal sucedidos de até agora.
Os ideólogos da intervenção pensaram em política. E deixaram o Exército, que tem se mantido exemplar no Estado de Direito, com todo o risco.
A criação do Ministério da Segurança, pretendida por Temer, vem do mesmo tipo de propósitos pessoais, compartilhados no Planalto por muitos pendurados em acusações e inquéritos.
Esse ministério não teria utilidade: o que conteria já existe. Dar maior autonomia à Polícia Federal, já existente, é um objetivo falso. O pretendido é o oposto: juntar todos os setores ligados a investigações e processos sob um mesmo comando, para facilitar manipulações sem conflito de orientação entre eles. Vem daí a crise que começa a formar-se na PF.
Inicia-se uma fase nova de ação do Planalto, para servir aos interesses de defesas pessoais e ataques à decência.
*Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.
FOLHA/montedo.com
"Os ideólogos da intervenção pensaram em política. E deixaram o Exército, que tem se mantido exemplar no Estado de Direito, com todo o risco."
Uma análise como essa escrita por alguém identificado como "importante" para a política nacional, não serve nem para dar descarga, vai entupir o vaso sanitário.
Em palavras mais suaves, se o governo toma providencias é "política", se não toma providências é omisso.
Jânio de Freitas, ajude assim: convoque todos os "cidadãos" a devolver gatonet, gatogás, gatolight, gatocedae, gato auxilio moradia, auxilio paletó e outras milícias.
Convoque também a Cedae a eliminar o ar das tubulações, convoque as empresas de energia elétrica a não ficar mexendo nos medidores para aumentar o consumo e as empresas de telecomunicações a fazer planos de Voz e Internet separados para que o consumidor tenha liberdade de escolher.
A criminalidade é fruto do exercício do poder de auto sabotagem, culpando os outros pelos seus males criando mais malefícios e cobrando soluções dos salvadores.
Em territórios de "posse", grilagem, pensamento tacanho de "pessoas importantes" o resultado é que ninguém manda e todos querem mandar.
Montedo,
Publicando artigo de jornalista da esgotosfera esquerdista. Esse aí é o maior defensor dos governos petistas que há no país.
Mas este senhor nunca fez uma critica aos governos petistas, zero. Para que intervenção? afinal de contas não é ele que está morrendo. Aliás porque o grupo politico dele nunca fez nada e só alimentou o monstro. Nunca tiveram a coragem de colocar a corda no pescoço assumindo a responsabilidade da segurança pública, covarde.