Publicado originalmente as 11h30 de 14/12
Rotas do CAM (FAB) |
Brigadeiro foi pioneiro do Correio Aéreo Nacional |
A família de Nelson Freire Lavenére-Wanderley vem a público para protestar veementemente contra a absurda e mentirosa afirmação da Comissão da Verdade de que o referido seria responsável por qualquer tipo de crime em sua vida e/ou em sua carreira militar.
Sua vida inteira foi marcada por um espírito nacionalista, patriótico e de Homem de bem. Seus contemporâneos, no país e no exterior, que o conheceram, independente de credo político, guardam dele a melhor lembrança que se pode ter de uma pessoa honrada e de princípios.
Suas virtudes são comprovadas pelos conhecidos, amigos, colegas de farda, familiares, por quem com ele conviveu ou o procurou e pela História da Força Aérea Brasileira registrada até ontem.
Mesmo após reformado, permaneceu se dedicando exclusivamente a assuntos vinculados à Aeronáutica, como historiador e conferencista.
Sem poder imaginar essa mentirosa insinuação que hoje lhe fazem e expressando seu amor à FAB ele disse: “A epopéia do Correio Aéreo Nacional não terminará; ela se transfere, de geração em geração. Sob novos tempos, ela prosseguirá impulsionada pelo anseio que empolga a Força Aérea Brasileira de servir à Pátria, de ser útil e de participar da integração e do desenvolvimento nacional”.
No decorrer do texto do relatório da comissão, seu nome surge pelo fato de que em 4 de abril de 1964, ao assumir o comando da 5ª Zona Aérea foi alvejado com tiros, dos quais 2 o acertaram, desferidos por um oficial a quem dera voz de prisão e que, ato contínuo foi morto por um 1 tiro dado por um terceiro oficial presente no recinto de seu gabinete.
O fato foi largamente divulgado por toda a mídia nacional, foi instaurado um inquérito para apuração dos fatos e um processo penal que absolveu, em todas as instâncias, o oficial que alvejou o insubordinado. Até a viúva do oficial morto, em carta aberta publicada no jornal O Globo, se manifestou elogiando o Comandante por ter mandado prestar honras militares ao oficial por ocasião de seu enterro.
Durante os depoimentos para comissão, a verdade foi distorcida, escamoteada e escondida para que o falecido fosse considerado vítima militar da revolução e justificasse uma indenização. Para isso então surgiu uma versão de que o mesmo teria sido vítima de rajada de metralhadora nas costas, com 16 perfurações apontadas numa perícia médica.
Essa versão teve sua revogação pedida por participantes da comissão, mas esta optou por não discutir se a morte ocorreu por legítima defesa e salientou-se que o deferimento da versão já dada se concretizou por decreto presidencial e que a CEMDP não teria competência para revogá-la e assim permanece até hoje, conforme consta nas páginas 60 e 61 do Direito à Memória e à Verdade da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da Republica, de 2007.
A acusação de crime é contra o Patrono do Correio Aéreo Nacional, título que lhe foi concedido, em 12 de junho de 1986, em reconhecimento à sua carreira militar e ao seu legado para a FAB. Principalmente, por seu pioneirismo no CAN, onde, junto com Eduardo Gomes, Lemos Cunha, Casemiro e tantos outros traçaram os caminhos que hoje unem a Nação Brasileira.
Em Ordem do Dia do Comandante da Aeronáutica em 12 de junho de 2014, foi dito: “HOUVE UM DIA EM QUE PIONEIROS EMPUNHARAM O ESTANDARTE DOS BANDEIRANTES E COMEÇARAM A SEMEAR, POR ESTE IMENSO PAÍS, AS OPORTUNIDADES DO ENCONTRO, DA SOLIDARIEDADE E DA INTEGRAÇÃO. HÁ OITENTA E TRÊS ANOS, OS TENENTES NELSON FREIRE LAVENÉRE-WANDERLEY E CASEMIRO MONTENEGRO FILHO VENCERAM A SERRA DO MAR E FIZERAM DO 12 DE JUNHO DE 1931 UM MARCO DE PATRIOTISMO E TENACIDADE”.
O mesmo Homem que entre as inúmeras homenagens que a FAB lhe prestou ressaltamos apenas a última, ocorrida em 15 de outubro de 2014 quando foi inaugurado um auditório na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica com seu nome, é apontado no relatório final da Comissão Nacional da Verdade como responsável por crimes cometidos.
Não é justo, moral nem ético que a FAB que ressalta entre seus valores a liderança, como motivador de seus subalternos; o servir à Pátria, como essência de exemplo; a honra, como decoro da classe; a coragem, traduzida pela franqueza, perseverança e firmeza de atitudes e de convicções e a lealdade, como compromisso assumido com a Instituição e junto a seus superiores, pares e subordinados não se pronuncie a respeito dessa acusação.
Leia também:
CORREIO AÉREO NACIONAL: A SAGA HEROICA DOS BANDEIRANTES DO AR
8 respostas
Ainda não tinha me percebido deste detalhe… Desde o anúncio do relatório da CNV, NENHUM comando militar se manifestou, NENHUM, nem o Ch EMCFA, nem MD… Nem uma nota tímida no site… Nem um único comentário! Mas me pergunto, será se fossem outros Comandantes, eles iriam falar alguma coisa?
Se falarem mal, a chefona passam-lhe a foice, cortando os cargos prometidos e verbas conseguidas. É assim que funciona o Brasil de hoje, no tranco, na ameaça de greves ou chantagens.Pior será depois que os atuais forem para a reserva. Quem os substituir, terá coragem de ser contra, pois são "indicados"?
Não me surpreende o comportamento desses "lideres" que comandam o Exército. Estamos num processo grave de ausência de coragem e envergadura moral dos Oficiais……Militares desacreditados por seus subordinados………A mascara caiu!!!! 1 Sgt
Triste do pais onde suas forças armadas caminham sem líderes, mesmo com todos os absurdos ocorridos na ditadura. Ditadura é motivaçao politica, democracia é moitivaçao politica. A diferença? Os homens investidos no poder. Só
RELATÓRIO DA CNV É 'ILEGAL', 'PARCIAL' E 'REVANCHISTA', DIZ PRESIDENTE DO CLUBE NAVAL
Luís Kawaguti
Da BBC Brasil em Londres
"Ilegal", "parcial", "fantasioso" e "revanchista". Esses foram os adjetivos usados pelo vice-almirante reformado Paulo Frederico Soriano Dobbin, presidente do Clube Naval, um dos três principais clubes militares do país, para descrever o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, divulgado nesta quarta-feira.
Dobbin afirmou que alguns militares foram surpreendidos ao ver seus nomes na lista de 377 pessoas acusadas por crimes durante o regime militar. Os acusados alegam que nenhum deles foi avisado com antecedência que teria sua identidade tornada pública.
"Alguns (militares) já estão me telefonando. (A publicação dos nomes sem aviso prévio) vem ao encontro do comportamento dessa comissão que na nossa visão é algo absolutamente ilegal", afirmou ele.
"O relatório final é (um documento) tomado pelo revanchismo, mas agora eles vão ter que convencer a sociedade dentro dos parâmetros legais".
Segundo Dobbin, a investigação não traz provas concretas ou materiais suficientes para condenar as pessoas citadas na lista por meio da Justiça comum. Ele alega que o conteúdo do relatório se basearia apenas em depoimentos de testemunhas.
Os membros da CNV, no entanto, acusaram diversas vezes as Forças Armadas de dificultar o trabalho de obtenção de provas dos abusos de direitos humanos praticados durante a ditadura.
O vice-almirante descartou qualquer mobilização nos meios militares por causa do relatório e afirmou que a resposta será judicial. Uma ação já iniciada pelos clubes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica já corre na Justiça Federal desde outubro.
O objetivo do processo é que a Justiça considere o relatório ilegal. Um dos argumentos é que a CNV foi criada para investigar o período entre 1946 e 1988, mas se focou apenas nos anos entre 1964 (data do golpe militar) e 1988 (data da atual Constituição).
Outra queixa é a de que apenas os crimes cometidos pelos agentes do Estado foram apurados e os abusos cometidos por guerrilheiros não foram apurados.
Os clubes militares tentaram até a noite de terça-feira impedir a divulgação do relatório – por meio de um pedido de antecipação de tutela. Ou seja, pediram à Justiça que a ação proposta em outubro fosse julgada antes da divulgação do relatório. O pedido, no entanto, foi negado.
Dobbin disse que ainda é impossível saber os resultados tanto dessa ação quanto a eventuais processos na Justiça que se baseiem no relatório para condenar militares apesar da Lei de Anistia.
Uma das principais recomendações do relatório é que as pessoas ainda vivas (cerca de 200) que constem na lista dos autores de graves violações de direitos humanos sejam investigadas, processadas e julgadas.
"Se julgarem, tudo bem, mas não vejo nada de concreto para condenações."
Ele disse, porém, que entre alguns militares reformados há um clima de preocupação.
Militares da ativa ouvidos sob anonimato pela BBC Brasil também compartilharam a sensação de apreensão. Porém, eles disseram acreditar que a Presidência não irá se indispor com setores militares em meio ao cenário político de fortalecimento da oposição e escândalos de corrupção.
http://www.defesanet.com.br/dita/notici … ube-Naval/
Pelo andar da carruagem,o próximo ministro da defesa deverá ser o deputado Jean Wyllys !!
Se, os militares da suposta ditadura têm que ir presos por supostamente terem perseguido bandidos, então os envolvidos no Mensalão e assaltos à Petrobrás, teriam que ser fuzilados em praça pública, porque eles abalaram toda uma nação, praticamente faliram uma empresa que só dava lucros, o povo está e vai pagar essa conta com absurdas e abusivas taxas de impostos (de tudo) e ainda por baixo, o Brasil está sem moral perante toda a comunidade internacional… passou a ser olhado e tratado como um país desonesto, corrupto. desacreditado e incerto… e com muita, mas muita razão.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/samuel/38840/o+projeto+b+e+as+agencias+de+publicidade+que+organizaram+o+golpe+de+64.shtml
http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1646603-clube-militar-pede-medidas-judiciais-contra-comissao-da-verdade
http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1646703-janot-pede-continuidade-do-caso-rubens-paiva
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014/12/15/pgr-denuncia-bolsonaro-ao-stf-por-incitacao-ao-crime-de-estupro.htm