Cabo morto em tentativa de invasão de batalhão do Exército pode ter sido vítima de ‘fogo amigo’

Cabo é morto a tiros dentro de quartel do ExércitoCabo é morto a tiros dentro de quartel do Exército
Uma clara demonstração e um recado às autoridades e ao Estado foram dadas na noite da última terça-feira (17), quando três assaltantes invadiram um quartel do Exército Brasileiro, tentaram roubar armas do paiol e, consequentemente, o cabo Thiago Rafael Carneiro de França, 21 anos, foi assassinado. Toda a ação aconteceu dentro do quartel e se desenrolou no 23º Batalhão Logístico (Blog) em Marabá. Os assaltantes, segundo informações da polícia, pretendiam roubar algumas armas para, eventualmente cometer roubos a bancos na região, ou até mesmo revendê-las para terceiros. Em princípio, o caso está sendo tratado como homicídio.
Doze militares foram ouvidos em termo de declaração e, por enquanto, nenhum deles foi indiciado.Quanto às circunstâncias do baleamento do militar, o delegado José Humberto de Melo Júnior repassou, ontem pela manhã, que o caso, de fato, lhe chegou como sendo uma invasão ao quartel e, durante uma troca de tiros, o militar foi baleado e morto. Quanto ao fato de o militar ter sido alvejado pelos assaltantes, surge um grande ponto de interrogação, pois há a hipótese de ele ter sido alvejado por “fogo amigo”.Um diagrama foi descrito para a imprensa pelo delegado José Humberto de Melo Júnior, onde revela esta possibilidade, pois duas equipes de militares do Exército se embrenharam no mato para tentar prender os assaltantes.Pela hipótese do policial, esta é uma possibilidade real, tanto que ele apreendeu três pistolas calibre nove milímetros e que vão ser periciadas por meio de exame de microcomparação balística com o projétil retirado do corpo do militar.
O resultado da perícia nas pistolas deve ser esclarecedor e pode reforçar ou descartar a hipótese do delegado.O corpo do jovem militar do EB foi velado em uma igreja no bairro Belo Horizonte e deve ser sepultado nesta quinta-feira, no Cemitério da Saudade, na Folha 29, Nova Marabá.

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OUTRA
Esta não é a primeira vez que acontece a invasão de uma unidade militar em Marabá. No início do mês de maio de 2011, assaltantes atacaram o paiol do 52º Batalhão de Infantaria de Selva. Naquela ocasião, conseguiram roubar farto material bélico.Dias após este ataque, a Polícia Civil, então comandada pelo delegado licenciado Alberto Henrique Teixeira de Barros, prendeu dez suspeitos deste roubo e recuperou praticamente todo o armamento e equipamento roubado.
CABO ASSALTANTE
Outro episódio não menos estarrecedor envolvendo militares ocorreu no início deste mês, ocasião em que a Polícia Militar prendeu o acusado de ser assaltante, cabo do Exército Brasileiro, Helius Dias Júnior.Ele teria emprestado um carro para João Guilherme Pereira da Silva e Iagho Pereira de Aquino, presos acusados de roubar uma lotérica na Folha 32, Nova Marabá.
FRAGILIDADE
Uma coisa é certa: a invasão dos assaltantes ao quartel do 23º Batalhão Logístico (23º Blog) revela fragilidade no sistema de segurança daquela unidade militar, tanto que, oficiosamente, apenas um soldado mantinha sentinela às proximidades do paiol.Outra conclusão do policial diz respeito ao fato de o cabo, no momento em que foi atingido, não estar usando colete a provas de balas. “Com certeza, se estivesse usando, estaria vivo”, comentou o policial, relatando que o projétil que atingiu ao militar foi disparado de uma arma curta. Por meio de nota, o Exército Brasileiro se pronunciou a respeito do assunto, mas em nenhum momento admite a eventual invasão dos assaltantes, bem como a suposta tentativa de roubo e nenhuma hipótese de o cabo ter sido morto por “fogo amigo”.
Diário do Pará/montedo.com

8 respostas

  1. Crime militar investigado pela polícia civil? A CF/88 não prevê isso, as polícias não gostam que militares invadam a seara deles (principalmente a civil, os militares também não devem aceitar que eles se intrometam onde não tem competência legal.
    [..] § 4o Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de
    infrações penais, EXCETO as MILITARES.

  2. Esperem ai! Numa unidade de selva, no pais onde se diz possuírem os melhores guerreiros de selva do mundo, dois ou três meliantes tentam invadir pela selva, trocam tiros com os militares e fogem ilesos, ainda tirando a vida de um militar. A (s) patrulhas que foram interceptar esse meliantes deveriam ser formadas prioritariamente por "guerreiros de selva", essa era a hora de provarem de fato e de valor sua suposta superioridade em combate de selva. Descanse em paz Cb Thiago Rafael!

  3. Nosso pessoal precisa de treinamento quanto a abordagem de civis ou mesmo fardado, pois compra-se farda em qualquer lugar.

    Elementar isso.

    Um na espera fora da mesma linha de tiro e o militar que vai abordar, deve fazê-lo com conhecimento.

    Vida breve, breve vida.

  4. Certa vez, vi em Feira de Santana-BA, dois policiais de moto abordarem dois suspeitos … tudo errado.

    Não teve a correta cobertura e se fossem bandidos armados e perigosos, os dois policiais tinham batido os "coturnos".

    Bah !

  5. Não tem colete balístico e os militares não ganham insalubridade. Mesmo lidando com armamento obsoleto com mais de 20 anos de uso

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