Suboficial da Marinha será julgado hoje por incêndio na Antártica

Fogo na Antártica
Justiça Militar julga acusado pelo incêndio na base de pesquisa do Brasil na Antártica
Suboficial da Marinha responde pela morte de dois militares e pelos danos causados à Estação Antártica Comandante Ferraz, destruída por incêndio em 2012
Sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio da base da Antártida, ao  chegar ao Chile – Foto: Armada chilena
A Auditoria Militar de Brasília irá julgar nesta quarta-feira, a partir das 14h, o suboficial da Marinha Luciano Gomes Medeiros, apontado pelo Ministério Público Militar como responsável pelo incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, em fevereiro de 2012.
O acusado responde na Justiça Militar Federal pelos crimes de homicídio culposo — quando não há intenção de matar —, em decorrência da morte de outros dois militares no incêndio, e pelos danos provocados à instalação.
Conforme a denúncia, Medeiros era o responsável pela transferência de combustível dos tanques de armazenamento dos geradores da estação. Contudo, ele se ausentou durante a transferência para participar de uma confraternização, momento em que os tanques transbordaram. O contato do óleo com o gerador teria sido a principal causa do incêndio, segundo a perícia.
O julgamento do caso, que é protegido por segredo de justiça, será na auditoria militar de Brasília, que equivale à primeira instância. O caso será apreciado por um colegiado formado por cinco membros, sendo um juiz togado e quatro militares de patente igual ou superior a de Medeiros.
A decisão do julgamento é passível de recurso, tanto por parte do Ministério Público Militar quanto da defesa do réu. Se houver contestação, o caso será avaliado pelo Superior Tribunal Militar (STM), também localizado em Brasília.

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A estação Comandante Ferraz é um centro de pesquisa científica do Brasil na Antártica. Os estudos no local são de origens diversificadas, mas preponderam os trabalhos nas áreas da biologia e oceanografia. Também há iniciativas envolvendo análises atmosféricas, ambiente e arqueologia. Depois de destruída pelo incêncio, a base está sendo reconstruída pelo governo brasileiro.
Zero Hora/montedo.com

4 respostas

  1. Pelo visto nas nossas Forças co-irmãs, a fórmula é a mesma do nosso glorioso EB. A culpa é sempre do Subtenente, principalmente se for o Encarregado de Material. Já vi esse filme antes, na verdade vejo todos os dias. Como diria Marlin do animado da Disney Procurando Nemo: "Essa piada não tem graça nenhuma e olha de piada eu entendo, afinal eu sou um peixe-palhaço."

  2. Como no choque do avião da Gol com o Legacy, sempre a culpa é do Sargento. Os “administradores” formam uma couraça, entre eles próprios, onde nada nunca os atinge. Vamos a alguns questionamentos:
    A equipe técnica tinha o preparo adequado?
    Foram trocados os geradores diesel por a álcool de alto grau de explosão. Já que o ambiente lá e totalmente confinado, por que a equipe de projetistas (espera-se) não calculou o risco?
    O sistema contra incêndio estava congelado, isto também era culpa do sargento?
    Havia erro grave no sistema de transferência de combustível, sem boias ou qualquer tipo de proteção. Não era de conhecimento de ninguém?
    Todo o complexo era interligado, inclusive com a casa de máquinas. Até no psicoteste do DETRAN, a pessoa é reprovada ser fizer isso. O chefe “não sabia de nada?
    Para concluir é o velho lema, na hora do perigo (judicial): “Mulheres, crianças e eu primeiro”.

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